Terapia de casal para superar disfunções sexuais
Palavras-chave:
Sexualidade, terapia de casal, casamento, disfunções sexuais psicogênicas, educação sexualResumo
O ciclo “ansiedade de antecipação, ato sexual tenso e pouco satisfatório, frustração, pouco interesse sexual e consequente evitação” envolve questões individuais e do casal. A terapia do casal está indicada e pode ser mais eficaz se fatores relacionais comprometem o vínculo conjugal e, consequentemente, a satisfação sexual. Excesso de intimidade emocional, gerando exclusão da abordagem de questões sexuais e do erotismo, diferenças de gênero, dificuldades comunicacionais no enfrentamento de conflitos e desequilíbrio do poder (divisão da responsabilidade pelo relacionamento, capacidade de se mostrar vulnerável e de sintonia às necessidades do outro e influência de cada um) são alguns fatores que comprometem o padrão relacional. Eventos traumáticos e padrões disfuncionais na família de origem ou em relacionamentos prévios podem aumentar a reatividade emocional. As abordagens terapêuticas podem ser: psicoeducativa, preventiva ou terapêutica. A primeira beneficia principalmente casais com potencial de mudança dos fatores de risco identificados. Um dos principais desafios é trabalhar a dinâmica de poder entre os parceiros e questões de gênero. |Na terapia de casal, algumas estratégias são utilizadas: o psicodrama, facilitando a expressão de emoções e sentimentos, pelas técnicas de inversão de papéis e construção de esculturas, foco nos padrões de interação, expansão da consciência emocional do casal. Alguns princípios comuns no trabalho com casais são: alterar a visão do problema para uma perspectiva mais objetiva, contextualizada e diádica; diminuir comportamentos disfuncionais desencadeados por estados emocionais, estimular comportamentos emocionais evitados e privados; aumentar padrões de comunicação construtivos e enfatizar aspectos fortes e ganhos.
Referências
McCarthy B, Thestrup M. Integrating sex therapy interventions with couple therapy. J Contemp Psychother. 2008;38(3):139-49. Disponível em: http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs10879-008-9083-3#/page-1. Acessado em 2015 (13 nov).
Schmiedeberg C, Schröder J. Does Sexual Satisfaction Change With Relationship Duration? Arch Sex Behav. 2016;45(1):99-107.
Rosen RC, Heiman JR, Long JS, Fisher WA, Sand MS. Men with Sexual Problems and Their Partners: Findings from the International Survey of Relationships. Arch Sex Behav. 2016;45(1):159-73.
McCarthy BW. Strategies and techniques for revitalizing a nonsexual marriage. J Sex Marital Ther. 1997;23(3):231-40.
Fisher WA, Donahue KL, Long JS et al. Individual and Partner Correlates of Sexual Satisfaction and Relationship Happiness in Midlife Couples: Dyadic Analysis of the International Survey of Relationships. Arch Sex Behav. 2015;44(6):1609-20.
Burri A, Radwan S, Bodenmann G. The Role of Partner-Related Fascination in the Association Between Sexual Functioning and Relationship Satisfaction. J Sex Marital Ther. 2015;41(6):672-9.
Perel E. Mating in Captivity. New York: Harper-Collins; 2006.
Rehman US, Rellini AH, Fallis E. The importance of sexual self-disclosure to sexual satisfaction and functioning in committed relationships. J Sex Med. 2011;8(11):3108-15.
Mark K, Herbenick D, Fortenberry D, Sanders S, Reece M. The object of sexual desire: examining the “what” in “what do you desire?”. J Sex Med. 2014;11(11):2709-19.
Julien D, Chartrand E, Simard MC, Bouthellier D, Bégin J. Conflict, social support, and relationship quality: an observational study of heterosexual, gay male, and lesbian couples’ communication.J Fam Psychol. 2003;17(3):419-28.
Madhyastha TM, Hamaker EL, Gottman JM. Investigating spousal influence using moment-to-moment affect data from marital conflict. J Fam Psychol. 2011;25(2):292-300.
Scheinkman M, Fishbane MD. The vulnerability cycle: working with impasses in couple therapy. Fam Process. 2004;43(3):279-99.
Driver JL, Gottman JM. Daily marital interactions and positive affect during marital conflict among newlywed couples. Fam Process. 2004;43(3):301-14.
Knudson-Martin C. Why power matters: creating a foundation of mutual support in couple relationships. Fam Process. 2013;52(1):5-18.
Knudson-Martin C, Huenergardt D, Lafontant K, et al. Competencies for addressing gender and power in couple therapy: a socioemotional approach. J Marital Fam Ther. 2015;41(2):205-20.
Gottman JM, Gottman JS. Gottman couple therapy. In: Gurman AS, Lebow JL, Snyder DK, editors. Clinical handbook of couple therapy. 5th ed. New York: Guilford Press; 2015. p. 129-57.
Halford WK, Bodenmann G. Effects of relationship education on maintenance of couple relationship satisfaction. Clin Psychol Rev. 2013;33(4):512-25.
Besharat MA. Management strategies of sexual dysfunctions. Journal of Contemporary Psychotherapy. 2001;31(3):161-80.
Bitzer JB, Platano G, Tschudin S, Alder J. Sexual counseling in elderly couples. J Sex Med. 2008;5(9):2027-43.
Frühauf S, Gerger H, Schmidt HM, Munder T, Barth J. Efficacy of psychological interventions for sexual dysfunction: a systematic
review and meta-analysis. Arch Sex Behav. 2013;42(6):915-33.
Blatner A, Blatner A. Uma visão global do psicodrama. São Paulo: Agora; 2000.22. Kipper DA, Ritchie TD. The effectiveness of psychodramatic techniques: a meta-analysis. Group Dyn-Theor Res. 2003;7(1):13-25.
Papp P, Scheinkman M, Malpas J. Breaking the mold: sculpting impasses in couples’ therapy. Fam Process. 2013;52(1):33-45.
Barberá EL, Knappe PP. A escultura na psicoterapia. São Paulo: Summus; 1999.
Benedito VL. Abordagem simbólica do conflito conjugal. In: Vitale MAF. Laços amorosos: terapia de casal e psicodrama. São Paulo: Ágora; 2004. p. 83-99.
Benson LA, McGinn MM, Christensen A. Common principles of couple therapy. Behav Ther. 2012;43(1):25-35.
McCarthy B, McDonald D. Sex therapy failures: a crucial, yet ignored, issue. J Sex Marital Ther. 2009;35(4):320-9.