Análise sobre a prática de atividades físicas realizada por médicos brasileiros e o impacto do isolamento social durante a pandemia causada pela COVID-19

Autores

  • Paulo Facciolla Kertzman Departamento de Ortopedia, Grupo de Medicina Esportiva, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
  • Valeska Beatrice Ferreira Departamento de Ortopedia, Grupo de Medicina Esportiva, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
  • Alessandra Freitas Russo Departamento de Ortopedia, Grupo de Medicina Esportiva, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
  • Michelly Wada Monteiro Departamento de Ortopedia, Grupo de Medicina Esportiva, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Palavras-chave:

Comportamento sedentário, exercício físico, anamnese, cuidados médicos, padrões de prática médica

Resumo

Os benefícios da prática regular de atividades físicas para a saúde, tanto na prevenção como no auxílio ao tratamento de diversas doenças, estão confirmados por inúmeras publicações científicas. No entanto, o sedentarismo ou a inatividade física na população ainda é muito prevalente. Com a pandemia devido à doença do novo coronavírus (COVID-19) e a necessidade de isolamento social e o fechamento dos locais de prática de atividades físicas, aumentaram as dificuldades para a sua realização. Será que os médicos realizam atividades físicas? Existem poucos estudos sobre este tema. Nosso trabalho foi realizado na Santa Casa de São Paulo, e analisamos se os médicos brasileiros praticam atividades físicas regularmente e se houve algum impacto com a pandemia. Procuramos também analisar se os médicos orientam e prescrevem atividades físicas aos pacientes. Por meio de um questionário distribuído de forma digital, obtivemos 1.215 respostas de médicos de todos os estados brasileiros, que evidenciaram a pouca atividade física praticada pelos médicos brasileiros, com 84% de sedentarismo e que piorou ainda mais com a pandemia. A presença de obesidade, diabetes e hipertensão arterial foram detectadas na nossa amostragem. Contraditoriamente, a maioria dos médicos responderam que costumam orientar os pacientes sobre a importância da prática regular de atividades físicas. Como fatores que podem explicar a alta taxa de sedentarismo, a falta de tempo e de hábito foram os principais fatores, além da falta da capacitação durante a faculdade. A maioria dos médicos brasileiros são sedentários.

Biografia do Autor

Paulo Facciolla Kertzman, Departamento de Ortopedia, Grupo de Medicina Esportiva, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Professor doutor, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil.

Valeska Beatrice Ferreira, Departamento de Ortopedia, Grupo de Medicina Esportiva, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Residente de fisiatria no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil.

Alessandra Freitas Russo, Departamento de Ortopedia, Grupo de Medicina Esportiva, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Médica, diretora do Programa Exercício é Remédio, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil.

Michelly Wada Monteiro, Departamento de Ortopedia, Grupo de Medicina Esportiva, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Médica, diretora do Programa Exercício é Remédio, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil.

Referências

World Health Organization. WHO Guidelines on physical activity and sedentary behaviour: web annex: evidence profiles. Geneva: World Health Organization; 2020. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/336656/9789240015128-eng.pdf. Acessado em 2021 (22 jul).

Swinburn BA, Kraak VI, Allender S, et al. The Global Syndemic of Obesity, Undernutrition, and Climate Change: The Lancet Commission report. Lancet. 2019;393(10173):791-846. PMID: 30700377; https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)32822-8. Erratum in: Lancet. 2019;393(10173):746.

Guthold R, Stevens GA, Riley LM, Bull FC. Worldwide trends in insufficient physical activity from 2001 to 2016: a pooled analysis of 358 population-based surveys with 1·9 million participants. Lancet Glob Health. 2018;6(10):e1077-e1086. PMID: 30193830; https://doi.org/10.1016/S2214-109X(18)30357-7. Erratum in:Lancet Glob Health. 2019;7(1):e36.

Lobelo F, Duperly J, Frank E. Physical activity habits of doctors and medical students influence their counselling practices. Br J Sports Med. 2009 ;43(2):89-92. PMID: 19019898; https://doi.org/10.1136/bjsm.2008.055426.

Ampt AJ, Amoroso C, Harris MF et al. Attitudes, norms and controls influencing lifestyle risk factor management in general practice. BMC Fam Pract. 2009;10:59. PMID: 19706198; https://doi.org/10.1186/1471-2296-10-59.

McAvoy BR, Kaner EF, Lock CA, Heather N, Gilvarry E. Our healthier nation; are general practitioners willing and able to deliver? A survey of attitudes to and involvement in health promotion and lifestyle counselling. Br J Gen Pract. 1999;49(440):187-90. PMID: 10343420.

Abramson S, Stein J, Schaufele M, Frates E, Rogan S. Personal exercise habits and counseling practices of primary care physicians: a national survey. Clin J Sport Med. 2000;10(1):40-8. PMID: 10695849; https://doi.org/10.1097/00042752-200001000-00008.

Booth FW, Roberts CK, Laye MJ. Lack of exercise is a major cause of chronic diseases. Compr Physiol. 2012;2(2):1143-211. PMID: 23798298; https://doi.org/10.1002/cphy.c110025.

Pedersen BK, Saltin B. Exercise as medicine - evidence for prescribing exercise as therapy in 26 different chronic diseases. Scand J Med Sci Sports. 2015;25 Suppl 3:1-72. PMID: 26606383; https://doi.org/10.1111/sms.12581.

de Rezende LF, Rodrigues Lopes M, Rey-López JP, Matsudo VK, Luiz Odo C. Sedentary behavior and health outcomes: an overview of systematic reviews. PLoS One. 2014;9(8):e105620. PMID: 25144686; https://doi.org/10.1371/journal.pone.0105620.

Hu S, Tucker L, Wu C, Yang L. Beneficial Effects of Exercise on Depression and Anxiety During the Covid-19 Pandemic: A Narrative Review. Front Psychiatry. 2020;11:587557. PMID: 33329133; https://doi.org/10.3389/fpsyt.2020.587557.

Shahidi SH, Stewart Williams J, Hassani F. Physical activity during COVID-19 quarantine. Acta Paediatr. 2020;109(10):2147-8. PMID: 32557827; https://doi.org/10.1111/apa.15420

Lesser IA, Nienhuis CP. The Impact of COVID-19 on Physical Activity Behavior and Well-Being of Canadians. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(11):3899. PMID: 32486380; https://doi.org/10.3390/ijerph17113899.

Castañeda-Babarro A, Arbillaga-Etxarri A, Gutiérrez-Santamaría B, Coca A Physical Activity Change during COVID-19 Confinement. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(18):6878. PMID: 32967091; https://doi.org/10.3390/ijerph17186878.

Romero-Blanco C, Rodríguez-Almagro J, Onieva-Zafra MD, et al. Physical Activity and Sedentary Lifestyle in University Students: Changes during Confinement Due to the COVID-19 Pandemic. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(18):6567. PMID: 32916972; https://doi.org/10.3390/ijerph17186567.

Polero P, Rebollo-Seco C, Adsuar JC, et al. Physical Activity Recommendations during COVID-19: Narrative Review. J. Int J Environ Res Public Health. 2020;18(1):65. PMID: 33374109; https://doi.org/10.3390/ijerph18010065

Gallo LA, Gallo TF, Young SL, Moritz KM, Akison LK The Impact of Isolation Measures Due to COVID-19 on Energy Intake and Physical Activity Levels in Australian University Students. Nutrients. 2020;12(6):1865. PMID: 32585830; https://doi.org/10.3390/nu12061865.

Meyer J, McDowell C, Lansing J, et al. Changes in Physical Activity and Sedentary Behavior in Response to COVID-19 and Their Associations with Mental Health in 3052 US Adults. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(18):6469. PMID: 32899495; https://doi.org/10.3390/ijerph17186469. Erratum in: Int J Environ ResPublic Health. 2020;17(19).

Suija K, Pechter U, Maaroos J, et al. Physical activity of Estonian family doctors and their counselling for a healthy lifestyle: a cross-sectional study. BMC Fam Pract. 2010;11:48. PMID: 20565892; https://doi.org/10.1186/1471-2296-11-48.

Sallis R, Young DR, Tartof SY et al. Physical inactivity is associated with a higher risk for severe COVID-!9 outcomes: a study in 48440 adult patients. Br J Sports Med. 2021:bjsports-2021-104080 PMID: 33849909; https://doi.org/10.1136/bjsports-2021-104080

Jadczak AD, Tam KL, Visvanathan R. Educating Medical Students in Counselling Older Adults about Exercise: The Impact of a Physical Activity Module. J Frailty Aging. 2018;7(2):113-119. PMID: 29741196; https://doi.org/10.14283/jfa.2017.44.

Strong A, Stoutenberg M, Hobson-Powell A,et al. An evaluation of physical activity training in Australian medical school curricula. J Sci Med Sport. 2017;20(6):534-8. PMID: 28209318; https://doi.org/10.1016/j.jsams.2016.10.011.

Downloads

Publicado

2021-07-20

Como Citar

1.
Kertzman PF, Ferreira VB, Russo AF, Monteiro MW. Análise sobre a prática de atividades físicas realizada por médicos brasileiros e o impacto do isolamento social durante a pandemia causada pela COVID-19. Diagn. tratamento. [Internet]. 20º de julho de 2021 [citado 9º de maio de 2025];26(3):118-24. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/rdt/article/view/193

Edição

Seção

Nutrição, Saúde e Atividade Física