Exercício
quanto mais, melhor?
Palavras-chave:
Exercício, prevenção de doenças, estilo de vida sedentário, aptidão física, risco, corrida, corrida moderada, treino aeróbicoResumo
O entusiasmo com a melhora progressiva da potência aeróbica faz com que as pessoas se animem a se envolver cada vez mais com corridas de longa duração. Mas será que quanto mais, melhor? As evidências têm se acumulado mostrando que realmente a redução do risco de morte por todas as causas e mortalidade cardiovascular ocorre de forma marcante em volumes modestos ou intermediários. No entanto, é surpreendente verificar que a maior parte desses benefícios se reduzem à medida que o envolvimento com esses exercícios passa a ser muito intenso ou extremamente intenso. A somatória das evidências permite concluir que temos uma relação do tipo curva L ou mesmo U entre nível de intensidade do exercício e a mortalidade. Uma interessante hipótese para explicar o alto índice de mortes cardiovasculares entre esses grandes corredores recebeu a denominação de síndrome de Fidípides, em que esses excessos levariam a microisquemias miocárdicas, que evoluíram para áreas de microfibrose disparando o aparecimento de arritmias que poderiam evoluir para fibrilação ventricula.
Referências
Reinholdsson M, Palstam A, Sunnerhagen KS. Prestroke physical activity could influence acute stroke severity (part of PAPSIGOT). Neurology. 2018;91(16):e1461-e1467. PMID: 30232251;doi: 10.1212/WNL.0000000000006354.
Paffembarguer RS Jr, Hyde RT, Wing AL, Hsieh CC. Physical activity, all-cause mortality, and longevity of college alumni. N Engl J Med. 1986;314(10):605-13. PMID: 3945246; doi: 10.1056/NEJM198603063141003.
Lee DC, Pate RR, Lavie CJ. Running and all-cause mortality risk is more better? In: Medicine ACoS. Medicine & Science
in Sports & Exercise. San Francisco, CA: American College of
Sports Medicine; 2012. p: S699.
Williams PT, Thompson PD. Increased cardiovascular disease mortality from excessive exercise in heart attack survivors. Mayo Clin Proc. 2014;89(9):1187-94. PMID: 25128072; doi: 10.1016/j.mayocp.2014.05.006.
U.S. Department of Health and Human Services. Physical Activity Guidelines for Americans. 2nd edition. Washington, DC: U.S. Department of Health and Human Services; 2018. Disponível em: https://health.gov/paguidelines/second-edition/pdf/Physical_Activity_Guidelines_2nd_edition.pdf. Accessed in 2019 (29 mar).
Arem H, Moore SC, Patel A, et al. Leisure time physical activity and mortality: a detailed pooled analysis of the dose-response relationship. JAMA Intern Med. 2015;175(6):959-67. PMID: 25844730; doi: 10.1001/jamainternmed.2015.0533.
Schnohr P, O’Keefe JH, Marott JL, Lange P, Jensen GB. Dose of jogging and long-term mortality: the Copenhagen City Heart Study. J Am Coll Cardiol. 2015;65(5):411-9. PMID: 25660917; doi: 10.1016/j.jacc.2014.11.023.
O’Keefe JH, Schnohr P, Lavie CJ. The dose of running that best confers longevity. Heart. 2013;99(8):588-90. PMID: 23512971; doi: 10.1136/heartjnl-2013-303683.
O’Keefe JH, Lavie CJ. Run for your life … at a comfortable speed and not too far. Heart. 2013;99(8):516-9. PMID: 23197444; doi: 10.1136/heartjnl-2012-302886.
O’Keefe JH, Franklin B, Lavie CJ. Exercising for health and longevity vs peak performance: different regimens for different goals. Mayo Clin Proc. 2014;89(9):1171-75. PMID: 25128073; doi: 10.1016/j.mayocp.2014.07.007.
Freund W, Faust S, Birklein F, et al. Substantial and reversible brain gray matter reduction but no acute brain lesions in ultramarathon runners: experience from the TransEuropeFootRace Project. BMC Med. 2012;10:170. PMID: 23259507; doi: 10.1186/1741-7015-10-170.
Wen CP, Wai JP, Tsai MK, et al. Minimum amount of physical activity for reduced mortality and extended life expectancy: a prospective cohort study. Lancet. 2011;378(9798):1244-53. PMID: 21846575; doi: 10.1016/S0140-6736(11)60749-6.