Dermatites de contato causadas por aroeiras (Anacardiaceae) no estado de São Paulo, Brasil

Autores

  • Danielle Patrícia Borges Margato Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp)
  • Gustavo Benfatti Olivato Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp)
  • João Roberto Fernandes Lisboa Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp)
  • Pedro Po Oi Brant Wilke Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp)
  • Carolina Nunhez da Silva Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp)
  • Vidal Haddad Junior Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp)

Palavras-chave:

Anacardiaceae, hipersensibilidade, dermatite de contato, toxicidade, saúde pública

Resumo

Contexto e objetivos: Aroeira é o nome popular de árvores da família Anacardiaceae, que inclui plantas sensibilizantes como a poison ivy norte- -americana (Toxicodendron radicans), o cajueiro (Anacardium occidentale) e a mangueira (Mangifera indica). Este estudo procura caracterizar o conhecimento sobre as aroeiras e a frequência de manifestações clínicas em camponeses. Desenho e local: Foi realizado estudo retrospectivo e prospectivo com pacientes e acompanhantes residentes em ampla área rural de cerrado no Centro-Oeste paulista. Métodos: A frequência e a relação causal entre a exposição a aroeiras, comuns na região, e a dermatite eczematosa típica foi pesquisada. Para a avaliação, foi utilizado um questionário específico. Resultados: Todos os 39 entrevistados conheciam aroeiras (100%) e 17 deles (43,58%) relataram ter se aproximado ou descansado sob essas árvores. Mais da metade deles (56,41% ou 22 indivíduos) relataram dermatites que relacionaram às arvores. Os demais entrevistados não desenvolveram reações, mas conheciam pessoas que o fizeram (43,59%). Três pacientes, ou 7,69% da amostra, apresentavam lesões de padrão eczematoso, creditando-as ao contato com aroeiras-bravas (Lithraea molleoides). Discussão: Devido à alta frequência com que essas árvores são encontradas no campo (cerrado brasileiro) e aos dados obtidos, percebemos também uma alta frequência de sensibilização nas áreas rurais. Conclusões: É imperativo que as campanhas de orientação e alerta sejam desenvolvidas para aumentar a conscientização sobre riscos potenciais, de modo que o contato com essas árvores seja evitado, evitando condições alérgicas que podem ser tão extensas quanto graves.

Biografia do Autor

Danielle Patrícia Borges Margato, Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp)

Discentes, Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp), Botucatu (SP), Brasil.

Gustavo Benfatti Olivato, Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp)

Discentes, Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp), Botucatu (SP), Brasil.

João Roberto Fernandes Lisboa, Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp)

Discentes, Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp), Botucatu (SP), Brasil.

Pedro Po Oi Brant Wilke, Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp)

Discentes, Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp), Botucatu (SP), Brasil.

Carolina Nunhez da Silva, Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp)

Discentes, Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp), Botucatu (SP), Brasil.

Vidal Haddad Junior, Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp)

Professor associado (livre-docente), Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-UNESP), Botucatu (SP), Brasil.

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Publicado

2019-10-07

Como Citar

1.
Margato DPB, Olivato GB, Lisboa JRF, Wilke PPOB, Silva CN da, Haddad Junior V. Dermatites de contato causadas por aroeiras (Anacardiaceae) no estado de São Paulo, Brasil. Diagn. tratamento. [Internet]. 7º de outubro de 2019 [citado 30º de abril de 2025];24(4):153-7. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/rdt/article/view/257

Edição

Seção

Dermatologia