Fatores associados à saúde, autonomia e funcionalidade de acordo com a participação em programas de atividade física comunitário no SUS: A experiência do Programa Agita São Paulo
Palavras-chave:
atividade física, comportamento sedentário, política pública, promoção da saúde, programasResumo
Contexto e objetivo: Atender às recomendações de atividade física tem sido uma estratégia não medicamentosa frequentemente utilizada com o objetivo de prevenir e tratar diversas doenças. Descrever e comparar os fatores associados às variáveis de saúde de acordo com a participação em programas de atividade física na comunidade. Desenho e local: Estudo transversal desenvolvido em Peruíbe-SP, Macaubal-SP, Piacatu-SP e Loanda-PR. Métodos: Amostra por conveniência (n=737) de municípios parceiros do Programa Agita São Paulo, sendo 381 envolvidos em programa de atividade física e 356 que não participavam. O nível de atividade física e comportamento sedentário foram mensurados pelo IPAQ curto versão 8, e a Avaliação da Funcionalidade Global feita pela Medida de Independência Funcional (MIF). As comparações dos dados foram feitas pelo teste de Qui quadrado, teste t de Student para amostras independentes e teste de U de Mann Whitney, com significância de p<0,05. Resultados: O grupo praticante de atividade física apresentou uma ótima percepção de saúde, não apresentou dificuldades nas atividades de mudanças de plano, de autocuidado e de locomoção em relação ao grupo que não participava. Apresentaram uma expressiva ausência de quedas no último ano e não hábito de fumar, uma menor necessidade de remédios regulares/dia e consultas/ano. Realizaram 19,2 min/dia de caminhada a mais que o grupo não participante. Conclusão: A participação em programas de atividade física promoveu maior envolvimento na prática da atividade física durante a semana e melhor percepção de saúde, autonomia e funcionalidade evidenciando a efetividade dos programas de atividade física na promoção de saúde.
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