Evidências de revisões sistemáticas Cochrane sobre prevenção e tratamento de melanoma

Autores

  • Manaíra Avila Disciplina de Medicina Baseada em Evidências, Escola Paulista de Medicina — Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp)
  • Carolina de Oliveira Cruz Disciplina de Medicina Baseada em Evidências, Escola Paulista de Medicina — Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp)
  • Rachel Riera Disciplina de Medicina Baseada em Evidências, Escola Paulista de Medicina — Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp)

Palavras-chave:

Revisão, melanoma, medicina baseada em evidências, literatura de revisão como assunto, neoplasias cutâneas

Resumo

Contexto: Melanoma é um câncer que, apesar de representar 4% das neoplasias malignas de pele, possui prognóstico limitado e alto poder metastático. Considerando as incertezas sobre efetividade e segurança no manejo do melanoma, realizamos uma revisão apresentando evidências existentes para prevenção, diagnóstico precoce e tratamento para melhorar o prognóstico dessa doença com alta mortalidade. Objetivo: Mapear evidências de revisões sistemáticas Cochrane sobre prevenção e tratamento do melanoma. Métodos: Revisão narrativa com busca sistematizada das revisões Cochrane. Resultados: Das 165 revisões da busca inicial, 6 relacionaram-se com o tema, preenchendo os critérios de inclusão. Elas avaliaram: interferon alfa como adjuvante à exérese cirúrgica de melanoma de alto risco; diferentes margens de segurança na remoção cirúrgica do melanoma; estatinas/fibratos para prevenção/tratamento de melanoma; imunoquimioterapia e terapia sistêmica para melanoma metastático e intervenções para tratamento de melanoma in situ e lentigo maligno. Conclusão: As revisões sistemáticas Cochrane mostraram: o uso do interferon alfa como adjuvante à exérese cirúrgica da lesão em pacientes com melanoma de alto risco aumenta a sobrevida livre da doença e sobrevida global, com eventos adversos toleráveis; o uso de estatinas/fibratos não parece ser efetivo na prevenção/tratamento do melanoma; a adição de imunoterapia à quimioterapia não parece aumentar a sobrevida de pacientes com melanoma metastático. Ainda faltam evidências sobre: efeitos dos tratamentos sistêmicos para melanoma cutâneo metastático em comparação com medidas paliativas ou uso de placebo; tamanho da margem de segurança na remoção cirúrgica do melanoma; tratamento para o melanoma in situ e lentigo maligno.

Biografia do Autor

Manaíra Avila, Disciplina de Medicina Baseada em Evidências, Escola Paulista de Medicina — Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp)

Aluna de graduação em Medicina, Escola Paulista de Medicina — Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp).

Carolina de Oliveira Cruz, Disciplina de Medicina Baseada em Evidências, Escola Paulista de Medicina — Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp)

Aluna do Programa de Pós-graduação em Saúde Baseada Medicina Baseada em Evidências, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Rachel Riera, Disciplina de Medicina Baseada em Evidências, Escola Paulista de Medicina — Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp)

Reumatologista, professora adjunta, Disciplina de Medicina Baseada em Evidências, Escola Paulista de Medicina — Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp). Diretora assistente do Centro Cochrane do Brasil.

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Publicado

2016-04-05

Como Citar

1.
Avila M, Cruz C de O, Riera R. Evidências de revisões sistemáticas Cochrane sobre prevenção e tratamento de melanoma. Diagn. tratamento. [Internet]. 5º de abril de 2016 [citado 16º de outubro de 2025];21(2):84-8. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/rdt/article/view/31

Edição

Seção

Medicina Baseada em Evidências