Avaliação econômica dos novos anticoagulantes para a prevenção de eventos tromboembólicos

análise de custo-minimização

Autores

  • Milena Soriano Marcolino Hospital Municipal Odilon Behrens
  • Carisi Anne Polanczyk Hospital Municipal Odilon Behrens
  • Ana Carolina Caixeta Bovendorp Hospital Municipal Odilon Behrens
  • Naiara Silveira Marques Hospital Municipal Odilon Behrens
  • Lilian Azevedo da Silva Hospital Municipal Odilon Behrens
  • Cintia Proveti Barbosa Turquia Hospital Municipal Odilon Behrens
  • Antonio Luiz Ribeiro Hospital Municipal Odilon Behrens

Palavras-chave:

Anticoagulantes, Varfarina, Fibrilação atrial, Custos e análise de custo, Saúde pública

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: Estudos clínicos randomizados demonstraram que novos anticoagulantes orais têm pelo menos impacto semelhante em reduzir eventos tromboembólicos quando comparados à varfarina, com perfil de segurança similar ou superior. Há pouca evidência acerca de custos reais na prática clínica. Nosso objetivo é realizar análise econômica dessas estratégias, na perspectiva do sistema de saúde pública e da sociedade brasileiros. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Análise de custo-minimização; Clínica de Anticoagulação do Hospital Municipal Odilon Behrens, Belo Horizonte, MG, Brasil. MÉTODOS: Os pacientes da clínica de anticoagulação foram recrutados de agosto a outubro de 2011, com tempo mínimo de acompanhamento de quatro semanas. Custos operacionais e não operacionais foram computados e corrigidos para 2015. RESULTADOS: Este estudo incluiu 633 pacientes, com idade mediana de 62 (intervalo interquartil 49-73) anos, sendo 59% mulheres. O tempo médio de acompanhamento foi de 64 ± 28 dias. O custo médio por paciente por mês foi de $ 54.26 (dólares). Custos diretos foram responsáveis por 32,5% do custo total. Destes, 69,5% foram relacionados aos profissionais de saúde. Em relação aos custos indiretos, 52,4% estavam relacionados ao absenteísmo ao trabalho e 47,6% ao transporte. Apixaban, dabigatran e rivaroxaban são vendidos a órgãos públicos brasileiros, respectivamente, a um preço médio mensal de $ 49.87, $ 51.40 e $ 52.26 por paciente por mês, valores inferiores aos custos relacionados ao tratamento com varfarina. CONCLUSÃO: No contexto brasileiro, na perspectiva do sistema de saúde pública e da sociedade, os custos cumulativos por paciente em uso de varfarina acompanhados em clínica de anticoagulação são atualmente superiores à estratégia de prescrever novos anticoagulantes orais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Milena Soriano Marcolino, Hospital Municipal Odilon Behrens

MD, MSc, PhD. Adjunct Professor, Department of Internal Medicine, Medical School, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG; Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) para Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS), Brasília, DF, Brazil.

Carisi Anne Polanczyk, Hospital Municipal Odilon Behrens

MD, MSc, PhD. Adjunct Professor, Department of Internal Medicine, Medical School, Universidade Federal Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS; Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) para Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS), Brasília, DF, Brazil.

Ana Carolina Caixeta Bovendorp, Hospital Municipal Odilon Behrens

MD. Cardiology Resident, Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), São Paulo, SP, Brazil.

Naiara Silveira Marques, Hospital Municipal Odilon Behrens

MD. Attending Physician, Family Health Program, Belo Horizonte, MG, Brazil.

Lilian Azevedo da Silva, Hospital Municipal Odilon Behrens

Manager, Dispensing Pharmacy, Hospital Júlia Kubitschek (HJK), Belo Horizonte, MG, Brazil.

Cintia Proveti Barbosa Turquia, Hospital Municipal Odilon Behrens

Nurse, Unimed-BH, Belo Horizonte, MG, Brazil.

Antonio Luiz Ribeiro, Hospital Municipal Odilon Behrens

MD, MSc, PhD. Full Professor, Department of Internal Medicine, Medical School, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG; Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) para Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS), Brasília, DF, Brazil.

Referências

McManus DD, Rienstra M, Benjamin EJ. An update on the prognosis of patients with atrial fibrillation. Circulation. 2012;126(10):e143-6.

Piccini JP, Hammill BG, Sinner MF, et al. Incidence and prevalence of atrial fibrillation and associated mortality among Medicare beneficiaries, 1993-2007. Circ Cardiovasc Qual Outcomes. 2012;5(1):85-93.

Savelieva I, Bajpai A, Camm AJ. Stroke in atrial fibrillation: update on pathophysiology, new antithrombotic therapies, and evolution of procedures and devices. Ann Med. 2007;39(5):371-91.

Hart RG, Pearce LA, Aguilar MI. Meta-analysis: antithrombotic therapy to prevent stroke in patients who have nonvalvular atrial fibrillation. Ann Intern Med. 2007;146(12):857-67.

Marcolino MS, Palhares DM, Benjamin EJ, Ribeiro AL. Atrial fibrillation: prevalence in a large database of primary care patients in Brazil. Europace. 2015;17(12):1787-90.

Barreira R, Ribeiro J, Farinha M, et al. Monitorização da terapêutica com anticoagulantes orais. Consulta de anticoagulação vs médico assistente. Acta Médica Portuguesa. 2004;17(6):413-6. Available from: http://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/1125/790. Accessed in 2016 (Mar 16).

Wilson SJ, Wells PS, Kovacs MJ, et al. Comparing the quality of oral anticoagulant management by anticoagulation clinics and by family physicians: a randomized controlled trial. CMAJ. 2003;169(4):293-8.

Connolly SJ, Ezekowitz MD, Yusuf S, et al. Dabigatran versus warfarin in patients with atrial fibrillation. N Engl J Med. 2009;361(12):1139-51.

Connolly SJ, Eikelboom J, Joyner C, et al. Apixaban in patients with atrial fibrillation. N Engl J Med. 2011;364(9):806-17.

Giugliano RP, Ruff CT, Braunwald E, et al. Edoxaban versus warfarin in patients with atrial fibrillation. N Engl J Med. 2013;369(22):2093-104.

Patel MR, Mahaffey KW, Garg J, et al. Rivaroxaban versus warfarin in nonvalvular atrial fibrillation. N Engl J Med. 2011;365(10):883-91.

Giugliano RP, Ruff CT, Rost NS, et al. Cerebrovascular events in 21 105 patients with atrial fibrillation randomized to edoxaban versus warfarin: Effective Anticoagulation with Factor Xa Next Generation in Atrial Fibrillation-Thrombolysis in Myocardial Infarction 48. Stroke. 2014;45(8):2372-8.

Costa GL, Ferreira DC, Valacio RA, Vieira Moreira Mda C. Quality of management of oral anticoagulation as assessed by time in therapeutic INR range in elderly and younger patients with low mean years of formal education: a prospective cohort study. Age Ageing. 2011;40(3):375-81.

Ageno W, Gallus AS, Wittkowsky A, et al. Oral anticoagulant therapy: Antithrombotic Therapy and Prevention of Thrombosis, 9th ed: American College of Chest Physicians Evidence-Based Clinical Practice Guidelines. Chest. 2012;141(2 Suppl):e44S-88S.

Marcolino MS, Silva LA, Hansen EO, et al. Group education as an effective intervention to improve anticoagulation control in patients taking warfarin. Circulation. 2012;125(19):e741-e925. [poster P464]. Available from: http://circ.ahajournals.org/content/125/19/e741.full.pdf+html. Accessed in 2016 (Mar 16).

Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Síntese e indicadores. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2011.

Rosendaal FR, Cannegieter SC, van der Meer FJ, Briët E. A method to determine the optimal intensity of oral anticoagulant therapy. Thromb Haemost. 1993;69(3):236-9.

Andrade MV, Maia AC, Cardoso CS, Alkmim MB, Ribeiro ALP. Custo- benefício do serviço de telecardiologia no Estado de Minas Gerais: projeto Minas Telecardio [Cost-benefit of the telecardiology service in the state of Minas Gerais: Minas Telecardio Project]. Arq Bras Cardiol. 2011;97(4):307-16.

Schulman S, Kearon C, Kakkar AK, et al. Dabigatran versus warfarin in the treatment of acute venous thromboembolism. N Engl J Med. 2009;361(24):2342-52.

Nunnelee JD. Review of an article: oral rivaroxaban for symptomatic venous thromboembolism. The EINSTEIN Investigators, et al. N Engl J Med. 2010;363(26):2499-510.

Rascati KL. Introdução à farmacoeconomia. São Paulo: Artmed; 2009.

Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Compras Governamentais. Available from: www.comprasnet.gov.br. Accessed in 2016 (Mar 16).

van Walraven C, Jennings A, Oake N, Fergusson D, Forster AJ. Effect of study setting on anticoagulation control: a systematic review and metaregression. Chest. 2006;129(5):1155-66.

Chugh SS, Havmoeller R, Narayanan K, et al. Worldwide epidemiology of atrial fibrillation: a Global Burden of Disease 2010 Study. Circulation. 2014;129(8):837-47.

Camm AJ, Lip GY, De Caterina R, et al. 2012 focused update of the ESC Guidelines for the management of atrial fibrillation: an update of the 2010 ESC Guidelines for the management of atrial fibrillation. Developed with the special contribution of the European Heart Rhythm Association. Eur Heart J. 2012;33(21):2719-47.

Dulli DA, Stanko H, Levine RL. Atrial fibrillation is associated with severe acute ischemic stroke. Neuroepidemiology. 2003;22(2):118-23.

Ney MS, Rodrigues PHA. Fatores críticos para a fixação do médico na Estratégia Saúde da Família. Physis. 2012;22(4):1293-311.

Gusso G, Lopes JMC. Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed; 2012.

Downloads

Publicado

2016-08-02

Como Citar

1.
Marcolino MS, Polanczyk CA, Bovendorp ACC, Marques NS, Silva LA da, Turquia CPB, Ribeiro AL. Avaliação econômica dos novos anticoagulantes para a prevenção de eventos tromboembólicos: análise de custo-minimização. Sao Paulo Med J [Internet]. 2º de agosto de 2016 [citado 15º de outubro de 2025];134(4):322-9. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1067

Edição

Seção

Artigo Original