Há a necessidade de refazer muitos dos diagnósticos de hipertensão?

Autores

  • José Marcos Thalenberg Universidade Federal de São Paulo
  • Bráulio Luna Filho Universidade Federal de São Paulo
  • Maria Teresa Nogueira Bombig Universidade Federal de São Paulo
  • Yoná Afonso Francisco Universidade Federal de São Paulo
  • Rui Manuel dos Santos Póvoa Universidade Federal de São Paulo

Palavras-chave:

Determinação da pressão arterial, Hipertensão, Técnicas de diagnóstico cardiovascular, Monitorização ambulatorial da pressão arterial, Cefaléia

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A maioria dos hipertensos em tratamento teve seu diagnóstico feito somente com medidas no consultório. O objetivo deste estudo é refazer o diagnóstico em pacientes tratados após novas medidas clínicas e monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA). TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal realizado em clínica de especialidade. MÉTODOS: Foram incluídos pacientes com hipertensão leve a moderada ou em tratamento anti-hipertensivo, sem lesões de órgão-alvo ou diabetes. Após suspensão do tratamento por duas a três semanas, novas medidas da pressão arterial (PA) foram feitas em duas visitas distintas. A MAPA foi feita às cegas em relação às medidas clínicas. Os limites pressóricos utilizados para o diagnóstico da hipertensão, hipertensão do avental branco, normotensão e hipertensão mascarada foram: 140 (sistólica) e 90 (diastólica) mmHg para as medidas de consultório e 135 (sistólica) e 85 (diastólica) mmHg para as médias de vigília da MAPA (MVM). RESULTADOS: Foram avaliados 101 indivíduos (70% mulheres), idade 51 ± 10 anos. PA clínica: 155 ± 18/97 ± 10 mmHg (primeira visita) e 150 ± 16/94 ± 11 mmHg (segunda visita), MVM de 137 ± 13/86 ± 10 mmHg. Sessenta e quatro (63%) pacientes foram confirmados como hipertensos, 28 (28%) como portadores de hipertensão do “avental branco”, 9 (9%) como normotensos e nenhum como tendo hipertensão mascarada. Após a MAPA, 37% de presumíveis hipertensos não se enquadravam como tal. CONCLUSÃO: Este estudo revela um excesso de diagnósticos de hipertensão em hipertensos tratados. Novos procedimentos diagnósticos devem ser realizados após suspensão da medicação, com auxílio das monitorizações da PA.

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Biografia do Autor

José Marcos Thalenberg, Universidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Head of the Blood Pressure Monitoring Service, Hypertensive Cardiopathy Clinic, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Bráulio Luna Filho, Universidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Full Professor of Cardiology, Hypertensive Cardiopathy Clinic, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Maria Teresa Nogueira Bombig, Universidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Cardiologist, Hypertensive Cardiopathy Clinic, Discipline of Cardiology, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Yoná Afonso Francisco, Universidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Cardiologist, Hypertensive Cardiopathy Clinic, Discipline of Cardiology, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Rui Manuel dos Santos Póvoa, Universidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Cardiologist and Adjunct Professor, Head of the Hypertensive Cardiopathy Clinic, Discipline of Cardiology, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

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Publicado

2012-05-05

Como Citar

1.
Thalenberg JM, Filho BL, Bombig MTN, Francisco YA, Póvoa RM dos S. Há a necessidade de refazer muitos dos diagnósticos de hipertensão?. Sao Paulo Med J [Internet]. 5º de maio de 2012 [citado 15º de outubro de 2025];130(3):173-8. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1456

Edição

v. 130 n. 3 (2012)

Seção

Artigo Original

Licença

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