Percepção do paciente sobre a anestesia e o anestesiologista antes e depois do procedimento cirúrgico

Autores

  • Fernanda Leite Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista
  • Leopoldo Muniz da Silva Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista
  • Sckarlet Ernandes Biancolin Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista
  • Adriano Dias Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista
  • Yara Marcondes Machado Castiglia Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista

Palavras-chave:

Anestesia, Ética, Cirurgia geral, Recursos humanos, Assistência perioperatória

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A relação anestesiologista-paciente é estabelecida no pré-operatório e intraoperatório, oportunidades que proporcionam informações corretas sobre anestesia/anestesiologista, melhorando seus resultados. O objetivo foi avaliar a percepção dos pacientes sobre o anestesiologista antes da anestesia e se os cuidados anestésicos poderiam mudar essa percepção. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo prospectivo transversal com dados em 2007-2008, em hospital universitário terciário. MÉTODOS: Foram entrevistados 518 pacientes com 16 anos ou mais antes e depois da exposição à anestesia. Um questionário determinou as características do paciente e da percepção da anestesia/anestesiologista. RESULTADOS: Os pacientes tinham entre 16 e 89 anos e 59,8% possuíam ensino fundamental, 79,1% responderam que o anestesiologista é um médico especializado. O papel do anestesiologista foi associado à perda de consciência (35,5% pré-anestesia, 43,5% pós-anestesia), alívio de dor (29,7% pré-anestesia, 31,7% pós-anestesia), monitorização dos sinais vitais (17,6% pré-anestesia, 35% pós-anestesia; P < 0,05), e administração de medicamentos (10,8% pré-anestesia, 43,9% pós-anestesia; P < 0,05). O nível de confiança no médico foi considerado alto (82,2% e 89,8% no pré e pós-anestesia, respectivamente, P < 0,05) ou intermediário (5,8% e 6,6% no pré e pós-anestesia, respectivamente, P < 0,05). A assistência prestada pelo anestesiologista foi classificada como: elucidativa (52,8%), encorajadora (52,6%), indiferente (10,2%) e displicente (0,8%). CONCLUSÃO: A percepção sobre o papel do anestesiologista foi satisfatória, mas as melhorias nessa relação ainda são necessárias para se conseguirem melhores resultados. O atendimento anestésico foi importante para a informação, confiança e segurança do paciente sobre essa percepção. O anestesiologista não deve perder oportunidades de exercer excelentes cuidados profissionais para os pacientes, melhorando os resultados de sua anestesia e sua imagem.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Leite, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista

Postgraduate Student of Anesthesiology, Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu, São Paulo, Brazil.

Leopoldo Muniz da Silva, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista

Postgraduate Student of Anesthesiology, Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu, São Paulo, Brazil.

Sckarlet Ernandes Biancolin, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista

Undergraduate Student, Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu, São Paulo, Brazil.

Adriano Dias, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista

PhD. Epidemiologist and Assistant Professor, Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu, São Paulo, Brazil.

Yara Marcondes Machado Castiglia, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista

MD, PhD. Titular Professor, Department of Anesthesiology, Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu, São Paulo, Brazil.

Referências

Atallah AN. Science, medical practice and ethics in the next millennium. Sao Paulo Med J. 1998;116(2):1649.

Shevde K, Panagopoulos G. A survey of 800 patients’ knowledge, attitudes, and concerns regarding anesthesia. Anesth Analg. 1991;73(2):190-8.

Duncan PG. The image of the anaesthetist. Eur J Anaesthesiol Suppl. 1993;7:3-7.

Lopes CA, Machado PRA, Castiglia YMM. O que pensa o paciente sobre o binômio anestesiologista-anestesia [What does the patient think about the binomial anesthesiologist-anesthesia]. Rev Bras Anestesiol. 1993;43(5):335-40.

Schaeffer RL, Mendenhall W, Ott L. Elementary Survey Sampling. 4th ed. California: Duxbury Press; 1990.

van Belle G, Fisher LD. Biostatistics: a methodology for the health sciences. New York: John Wiley; 1993.

Pereira MGA, Azevêdo ES. A relação médico-paciente em Rio Branco/ AC sob a ótica dos pacientes [Patient-physician relationship in Acre, Rio Branco, from the patient’s point of view]. Rev Assoc Med Bras (1992). 2005;51(3):153-7.

Zvara DA, Nelson JM, Brooker RF, et al. The importance of the postoperative anesthetic visit: do repeated visits improve patient satisfaction or physician recognition? Anesth Analg. 1996;83(4):793-7.

Hariharan S, Merritt-Charles L, Chen D. Patient perception of the role of anesthesiologists: a perspective from the Caribbean. J Clin Anesth. 2006;18(7):504-9.

Laffey JG, Coleman M, Boylan JF. Patients’ knowledge of perioperative care. Ir J Med Sci. 2000;169(2):113-8.

Soar Filho EJ. A interação médico-cliente [The client-doctor interaction]. Rev Assoc Med Bras (1992). 1998;44(1):35-42.

Downloads

Publicado

2011-07-07

Como Citar

1.
Leite F, Silva LM da, Biancolin SE, Dias A, Castiglia YMM. Percepção do paciente sobre a anestesia e o anestesiologista antes e depois do procedimento cirúrgico. Sao Paulo Med J [Internet]. 7º de julho de 2011 [citado 15º de outubro de 2025];129(4):224-9. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1615

Edição

Seção

Artigo Original