Melanoma de vulva

relato de onze casos e revisão da literatura

Autores

  • Glauco Baiocchi Hospital do Cancer A. C. Camargo
  • João Pedreira Duprat Hospital do Cancer A. C. Camargo
  • Rogerio Izar Neves Hospital do Cancer A. C. Camargo
  • Elza Mieko Fukazawa Hospital do Cancer A. C. Camargo
  • Gilles Landman Hospital do Cancer A. C. Camargo
  • Gustavo Cardoso Guimarães Hospital do Cancer A. C. Camargo
  • Leonardo Jacomo Valadares Hospital do Cancer A. C. Camargo

Palavras-chave:

Neoplasias vulvares, Excisão de linfonodo, Biópsia de linfonodo sentinela, Literatura de revisão como assunto, Melanoma

Resumo

Contexto e Objetivo: Melanoma de vulva é uma doença rara. Descrevemos a experiência de uma instituição e revisamos a literatura. Tipo de Estudo e Local: Estudo retrospectivo no Departamento de Ginecologia do Hospital do Câncer A. C. Camargo. Métodos: De Janeiro de 1987 a Dezembro de 2006, foram revisados aspectos clínico-patológicos, tratamento cirúrgico e acompanhamento de 11 pacientes com melanoma de vulva. Resultados: Lesão vulvar, prurido, dor e sangramento foram sintomas iniciais. A idade mediana foi 64,8 anos. A mediana da profundidade de invasão foi 3.08 mm. O estadiamento variou de IB a IIIC (American Joint Committee on Cancer, 2002). Todas as pacientes foram submetidas a vulvectomia. Duas pacientes não foram submetidas a linfadenectomia eletiva primária. A linfadenectomia inguinal bilateral foi realizada em cinco pacientes e uma foi submetida à linfadenectomia inguinal unilateral. A pesquisa do linfonodo sentinela foi realizada em três casos. Cinco tiveram recidiva locorregional. A sobrevida prolongada esteve relacionada com a ausência de comprometimento linfonodal. O tempo mediano de acompanhamento foi de 56 meses. A sobrevida mediana livre de doença foi de 15 meses e a sobrevida mediana global de 29 meses. Conclusões: O prognóstico das pacientes com melanoma de vulva geralmente é ruim, com tendência a recorrência regional e à distância. A profundidade de invasão e envolvimento linfonodal são os principais fatores prognósticos. Na maioria dos casos a ressecção da lesão com margens adequadas pode substituir a vulvectomia. A linfadenectomia inguino-femoral eletiva ainda é o procedimento padrão para estadiamento linfonodal. Pesquisa do linfonodo sentinela é factível e deve ser realizada por equipe multidisciplinar com experiência no método.

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Biografia do Autor

Glauco Baiocchi, Hospital do Cancer A. C. Camargo

MD, MSc. Director, Department of Gynecology, Hospital do Cancer A. C. Camargo, São Paulo, Brazil.

João Pedreira Duprat, Hospital do Cancer A. C. Camargo

MD, PhD. Director, Department of Cutaneous Oncology, Hospital do Cancer A. C. Camargo, São Paulo, Brazil.

Rogerio Izar Neves, Hospital do Cancer A. C. Camargo

MD, PhD. Associate professor, Department of Plastic Surgery, Pennsylvania State University, Pennsylvania, United States.

Elza Mieko Fukazawa, Hospital do Cancer A. C. Camargo

MD, MSc. Gynecological oncologist, Department of Gynecology, Hospital do Cancer A. C. Camargo, Sao Paulo, Brazil.

Gilles Landman, Hospital do Cancer A. C. Camargo

MD, PhD. Pathologist, Department of Pathology, Hospital do Cancer A. C. Camargo, São Paulo, Brazil.

Gustavo Cardoso Guimarães, Hospital do Cancer A. C. Camargo

MD, MSc.Surgical oncologist, Department of Pelvic Surgery, Hospital do Cancer A. C. Camargo, São Paulo, Brazil.

Leonardo Jacomo Valadares, Hospital do Cancer A. C. Camargo

MD. Surgical oncologist, Department of Cutaneous Oncology, Instituto Brasileiro de Controle do Cancer (IBCC), São Paulo, Brazil.

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Publicado

2010-01-01

Como Citar

1.
Baiocchi G, Duprat JP, Neves RI, Fukazawa EM, Landman G, Guimarães GC, Valadares LJ. Melanoma de vulva: relato de onze casos e revisão da literatura. Sao Paulo Med J [Internet]. 1º de janeiro de 2010 [citado 15º de outubro de 2025];128(1):38-41. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1695

Edição

Seção

Case series