Estudo da acurácia do “Osterisk”
uma nova ferramenta clínica para o rastreamento da osteoporose em mulheres acima de 50 anos
Palavras-chave:
Osteoporose, Densidade mineral óssea, Peneiramento, Ultra-sonografia, Fatores de riscoResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: Osteoporose é a principal causa de redução de qualidade de vida, morbidade e mortalidade entre as mulheres no climatério, com aumento na incidência conforme o envelhecimento da população. Ferramentas clínicas como Ostorisk fornecem uma alternativa de acesso fácil e de baixo custo que ajudam o clínico a melhorar a eficácia da solicitação da densitometria óssea, exame padrão ouro, porém caro para o diagnóstico de osteoporose. O objetivo deste artigo foi estudar a acurácia do Ostorisk tendo a ultrassonometria de calcâneo como método de avaliação da densidade mineral óssea. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal, na Faculdade de Medicina do ABC. MÉTODO: Um questionário estruturado foi aplicado em 615 mulheres menopausadas, com medidas antropométricas, cálculo do Osteorisk e realização de ultrassonometria quantitativa do calcâneo com o aparelho Sonost 2000. RESULTADOS: 461 mulheres foram incluídas, com uma idade média de 60 ± 9 anos, peso de 67,6 ± 12,9 kg e índice de massa corpórea (IMC) 28,8 ± 5.0 kg/ m2. A classificação do Osteorisk para o grupo estudado foi: 61,0% baixo risco, 28,4% médio risco, e 10,6% alto risco. A ultrassonometria de calcâneo mostrou 81,3 % baixo risco, 10,0% médio risco e 8,7% alto risco para osteoporose. Os resultados estatisticamente significantes foram observados (p < 0,001) quando o Osteorisk foi correlacionado com idade, anos de menopausa e índice de massa corpórea (IMC). Correlacionando essas mesmas variedades com a ultrasonometria, resultados estatisticamente significantes foram observados para idade (p < 0,001), anos de menopausa (p < 0,001) e IMC (p < 0,006). A sensibilidade, especificidade, o valor preditivo negativo e o valor preditivo positivo para o Osteorisk foram 64%, 6,7%, 89% e 30,6%, respectivamente. CONCLUSÃO: Osteorisk é uma ferramenta válida para o rastreamento de mulheres com baixo risco para desenvolver osteoporose, permitindo que estas não precisem ser submetidas à densitometria óssea.
Downloads
Referências
Lin JT, Lane JM. Osteoporosis: a review. Clin Orthop Relat Res. 2004;(425):126-34.
Vu TT, Nguyen CK, Nguyen TL, et al. Determining the prevalence of osteoporosis and related factors using quantita- tive ultrasound in Vietnamese adult women. Am J Epidemiol. 2005;161(9):824-30.
Fernandes CE, Wehba S, Melo NR. Osteoporose pós-menopáu- sica. In: Oliveira HC, Lemgruber I, editors. Tratado de Gineco- logia Febrasgo. Rio de Janeiro: Revinter 2001. p. 679-93.
Sen SS, Rives VP, Messina OD, et al. A risk assessment tool (OsteoRisk) for identifying Latin American women with osteoporosis. J Gen Intern Med. 2005;20(3):245-50.
Cadarette SM, Jaglal SB, Kreiger N, McIsaac WJ, Darlington GA, Tu JV. Development and validation of the Osteoporosis Risk Assessment Instrument to facilitate selection of women for bone densitometry. CMAJ. 2000;162(9):1289-94.
Miller PD, Barlas S, Brenneman SK, et al. An approach to identifying osteopenic women at increased short-term risk of fracture. Arch Intern Med. 2004;164(10):1113-20.
Lacroix AZ, Buist DS, Brenneman SK, Abbott TA 3rd. Evalua- tion of three population-based strategies for fracture prevention: results of the osteoporosis population-based risk assessment (OPRA) trial. Med Care. 2005;43(3):293-302.
Siris ES, Miller PD, Barrett-Connor E, et al. Identification and fracture outcomes of undiagnosed low bone mineral density in postmenopausal women: results from the National Osteoporosis Risk Assessment. JAMA. 2001;286(22):2815-22.
Siris ES, Chen YT, Abbott TA, et al. Bone mineral density thresholds for pharmacological intervention to prevent fractures. Arch Intern Med. 2004;164(10):1108-12.
Buist DS, LaCroix AZ, Manfredonia D, Abbott T. Iden- tifying postmenopausal women at high risk of fracture in populations: a comparison of three strategies. J Am Geriatr Soc. 2002;50(6):1031-8.
Wehren LE, Siris ES. Beyond bone mineral density: can existing clinical risk assessment instruments identify women at increased risk of osteoporosis? J Intern Med. 2004;256(5):375-80.
Richy F, Deceulaer F, Ethgen O, Bruyère O, Reginster JY. Development and validation of the ORACLE score to predict risk of osteoporosis. Mayo Clin Proc. 2004;79(11):1402-8.
Salaffi F, Silveri F, Stancati A, Grassi W. Development and valida- tion of the osteoporosis prescreening risk assessment (OPERA) tool to facilitate identification of women likely to have low bone density. Clin Rheumatol. 2005;24(3):203-11.
Rothenberg RJ, Boyd JL, Holcomb JP. Quantitative ultrasound of the calcaneus as a screening tool to detect osteoporosis: different reference ranges for caucasian women, african-american women, and caucasian men. J Clin Densitom. 2004;7(1):101-10.
Blake GM, Fogelman I. Clinical use of instruments that measure peripheral bone mass. Parathyroids and bone and mineral metabolism. Curr Opin Endocrinol Diabetes Obes. 2002;9(6):502-11. Available from: http://www.co-endocrinol- ogy.com/pt/re/coendo/abstract.00060793-200212000-00010. htm;jsessionid=H0GK9n2dJG5nznPpgK4J31tTdqQRxlNnn KZ9FZCzHvw2bySKCq4j!1821113646!181195629!8091!-1. Accessed in 2007 (Nov 9).
Geusens P, Hochberg MC, van der Voort DJ, et al. Performance of risk indices for identifying low bone density in postmeno- pausal women. Mayo Clinic Proc. 2002;77(7):629-37.
Koh LK, Sendrine WB, Torralba TP, et al. A simple tool to iden- tify asian women at increased risk of osteoporosis. Osteoporos Int. 2001;12(8):699-705.
Brasil. Ministério do Planejamento , Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População residente, por sexo e população cedida, segundo o código e o município — São Paulo. Available from: http://www1.ibge. gov.br/home/estatistica/populacao/contagem/spcont97.shtm. Accessed in 2008 (Jan 7).
Cheng S, Fan B, Wang L, et al. Factors affecting broadband ultrasound attenuation results of the calcaneus using a gel- coupled quantitative ultrasound scanning system. Osteoporos Int. 199910(6):495-504.
Altman DG. Comparing Groups – Continous and Categorical Data In: Altman DG, ed. Practical statistics for medical research. London: Chapman & Hall/CRC; 1991. p. 179-223.
Costa-Paiva L, Horovitz AP, Santos AO, Fonsechi-Carvasan GA, Pinto-Neto AM. Prevalência de osteoporose em mulheres na pós-menopausa e associação com fatores clínicos e reprodutivos.
{Prevalence of osteoporosis in postmenopausal women and association with clinical and reproductive factors]. Rev Bras Ginecol Obstet. 2003;25(7):507-12.
Kern LM, Powe NR, Levine MA, et al. Association between screening for osteoporosis and the incidence of hip fracture. Ann Intern Med. 2005;142(3):173-81.
Frost ML, Blake GM, Fogelman I. Can the WHO criteria for diagnosing osteoporosis be applied to calcaneal quantitative ultrasound? Osteoporos Int. 200011(4):321-30.
Frost ML, Blake GM, Fogelman I. Contact quantitative ul- trasound: an evaluation of precision, fracture discrimination, age-related bone loss and applicability of the WHO criteria. Osteoporos Int. 1999;10(6):441-9.
Assessment of fracture risk and its application to screening for postmenopausal osteoporosis. Report of a WHO Study Group. World Health Organ Tech Rep Ser. 1994;843:1-129.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.