Melanoma cutâneo
estudo epidemiológico descritivo
Palavras-chave:
Melanoma, Epidemiologia, Distribuição por sexo, Extremidades, Taxa de sobrevidaResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: O melanoma cutâneo representa cerca de 3% de todos os tumores da pele. Em torno de 20% dos pacientes terão doença avançada e morrerão antes de completar cinco anos de sobrevida. O objetivo deste artigo é descrever as variáveis clínicas e histopatológicas, e suas correlações. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo retrospectivo, epidemiológico, descritivo realizado na Unidade de Melanoma, Clínica de Dermatologia, Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Brasil. MÉTODOS: 364 casos foram estudados de maio de 1993 a janeiro de 2006. Utilizou-se o intervalo de confiança de 95% para as análises e para as associações o teste do qui-quadrado bicaudal. Estabeleceuse nível de significância de 0,05. RESULTADOS: Predominou o sexo feminino resultando em uma proporção de 1,4 mulheres para cada homem. A média das idades dos pacientes foi de 58,9 anos. Para homens e mulheres, o melanoma cutâneo localizou-se, predominantemente no tronco e pés. O melanoma acrolentiginoso representou 22,3% de toda amostra. Observou-se minoria de casos com lesão primária in situ e alto percentual de melanoma cutâneo espesso. Ulceração foi observada em 13,4% para tumores finos (≤ 1,0 mm). Homens apresentaram lesões mais espessas (p = 0,011) e ulceradas (p < 0,001) e também idosos (p = 0,021 para a espessura e p = 0,015 para ulceração). CONCLUSÕES: Esta casuística constitui-se, na sua maioria, de tumores espessos e ulcerados, o que significa diagnóstico tardio e pior prognóstico. Também se caracterizou por presença marcante de sexo feminino, pacientes não-brancos, tumores em extremidades e melanoma acrolentiginoso.
Downloads
Referências
Parker SL, Tong T, Bolden S, Wingo PA. Cancer statistics, 1996. CA Cancer J Clin. 1996;46(1):5-27.
Greene FL, Page DL, Fleming ID, et al. AJCC Cancer Staging Manual. 6th ed. New York: Springer-Verlag; 2002.
Mikkilineni R, Weinstock MA. Epidemiology. In: Sober A, Haluska F, editors. Skin cancer. London: BC Decker; 2001. p. 1-15.
Bakos L. Melanomas malignos e etnia. [Malignant melanoma and race]. An Bras Dermatol. 1991;66(6):299-302.
Lucas EA, Deps PD, Lima JGB, Toribio R, Gomes CC. Melanoma maligno: estudo casuístico retrospectivo de 1982 a 1992, no Hospital Universitário da UFES. [Malignant melanoma: retrospective study in the period 1982-1992, in the University Hospital of UFES]. Arq Bras Med. 1994;68(2):67-70.
Fernandes NC, Cardoso ICL, Maceira J, Perez M. Melanoma: estudo retrospectivo de 47 casos. An Bras Dermatol. 1996;71(5):381-5. Available from: http://www. anaisdedermatologia.org.br/artigo.php?artigo_id=1107 Accessed in 2007 (Nov 23).
Giavina-Bianchi MH, Festa Neto C, Sanches Jr JA, et al. Análise de 115 casos de melanoma. Jornal Dermatológico da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). 1996;74:4-5.
Bernardi CDV, Favaretto AL, Brancher MC, Ponzio HA. Freqüência de melanoma maligno no Serviço de Dermatologia da ISCMPA/UFRGS. [Rate of malignant melanoma in Service of Dermatology of ISCMPA/UFRGS]. An Bras Dermatol. 1998;73(Supl 1):8.
Criado PR, Vasconcellos C, Sittart JAS, et al. Melanoma maligno cutâneo primário: estudo retrospectivo de 1963 a 1997 no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. [Primary cutaneous malignant melanoma occurrence diagnosed at Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo between the period from 1963 through 1997]. Rev Assoc Med Bras (1992). 1999;45(2):157-62.
Bakos L, Wagner M, Bakos RM, et al. Sunburn, sunscreens and phenotypes: some risk factors for cutaneous melanoma in southern Brazil. Int J Dermatol. 2002;41(9):557-62.
Gon AS, Minelli L, Guembarovski AL. Melanoma cutâneo primário em Londrina. [Primary cutaneous melanoma in Londrina]. An Bras Dermatol. 2001;76(4):413-26.
Lapa MS, Guedes KF, Schalch FO, Landman G. Melanomas malignos cutâneos tratados no Hospital do Câncer de São Paulo: Estudo retrospectivo para avaliação de distribuição, fatores prognósticos e sobrevida. [Cutaneous malignant melanomas treated at the Hospital do Cancer in São Paulo: Retrospective study for the evaluation of distribution, prognostic factors and survival]. An Bras Dermatol. 2002;77(3):313-20.
Pinheiro AMCF, Horácio C, Rodrigues ALSV, Abe H. Melanoma cutâneo: características clínicas, epidemiológicas e histopatológicas no Hospital Universitário de Brasília entre janeiro de 1994 e abril de 1999. [Cutaneous melanoma: clinical, epidemiological and histopathological characteristics at the University Hospital of Brasília between January 1994 and April 1999]. An Bras Dermatol. 2003;78(2):179-86.
Moreno M. Perfil dos pacientes com melanoma cutâneo no oeste de Santa Catarina, Brasil. Grupo Brasileiro de Melanoma. Boletim Informativo do GBM. 2005;3(31):3. Available from: http://www.gbm.org.br/gbm/boletim/2005/infor31.aspx Accessed in 2008 (Jan 15).
Marrett LD, Nguyen HL, Armstrong BK. Trends in the incidence of cutaneous malignant melanoma in New South Wales, 1983-1996. Int J Cancer. 2001;92(3):457-62.
Jemal A, Devesa SS, Hartge P, Tucker MA. Recent trends in cutaneous melanoma incidence among whites in the United States. J Natl Cancer Inst. 2001;93(9):678-83.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo 2000. [Internet] [cited 2006, Mar 13]. População residente, por situação do domicílio e sexo, segundo os grupos de idade - Brasil Available from: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/tabelabrasil111.shtm. Accessed in 2008 (Jan 15).
Weinstock MA, Berwick M. Epidemiology: Current Trends. In: Balch CM, Houghton AN, Sober AJ, Soong S, editors. Cutaneous melanoma. 4th ed. Saint Louis: Quality Medical Publishing; 2003. p. 18.
National Program of Cancer Registries (NPCR). United States Cancer Statistics (USCS). [Year: 2002.Display: By Cancer Type & Race (crude)] Crude Invasive Cancer Incidence Rates and 95% Confidence Intervals by Primary Site and Race and Ethnicity, United States (Table 1.1.2.1M). Available from: http://apps.nccd.cdc.gov/uscs/Table.aspx?Group=TableAll&Year=2004&Display=n. Accessed in 2007 (Jan 15).
Australian Institute of Health and Welfare. Cancer in Australia 1997: Incidence and mortality data for 1997 and selected data for 1998 and 1999. Available from: http://www.aihw.gov.au/publications/can/ca97/ca97_c01.pdf. Accessed in 2007 (Nov 23).
Venegas LFP, Flores C, Blacher GG, Daudt AW, Cerski CTS. Melanoma maligno cutâneo no Rio Grande do Sul: estudo de 101 casos. [Cutaneous malignant melanoma in Rio Grande do Sul, Brazil: study of 101 cases]. Rev Assoc Med Bras (1992). 1992;38(3):122-6.
Bandiera DC, Prudente A. Melanoma maligno. In: Roxo Nobre MO, Junqueira ACC, editors. Cancerologia prática. São Paulo: Fundo Editorial Procienx; 1967. p. 228-40.
Donato CA, Yokomizo V, Peres Rosa I. Melanoma maligno: avaliação de 58 casos em um período de 11 anos (jan/85 - dez/95). Med Cutan Ibero Lat Am. 1997;25:265-9.
Brandão M, Filardi F, Domenech J, et al. Melanoma cutâneo. Grupo Brasileiro de Melanoma. Boletim Informativo do GBM. 1998;1(1):2. Available from: http://www. gbm.org.br/gbm/boletim/1998/infor01.aspx Accessed in 2008 (Jan 14).
Minelli L, Pereira VL. Melanoma - estudo casuístico do Instituto do Câncer de Londrina. [Melanoma: case study at the Instituto de Cancer de Londrina]. An Bras Dermatol. 1983;58(2):81-4.
Reintgen DS, McCarty KM Jr, Cox E, Seigler HF. Malignant melanoma in black American and white American populations. A comparative review. JAMA. 1982;248(15):1856-9.
Seiji M, Takahashi M. Acral melanoma in Japan. Hum Pathol. 1982;13(7):607-9.
Chang AE, Karnell LH, Menck HR. The National Cancer Data Base report on cutaneous and noncutaneous melanoma: a summary of 84,836 cases from the past decade. The American College of Surgeons Commission on Cancer and the American Cancer Society. Cancer. 1998;83(8):1664-78.
Sober AJ, Tsao H. Acquired precursor lesions and markers of increased risk for cutaneous melanoma. In: Balch CM, Houghton AN, Sober AJ, Soong S, editors. Cutaneous melanoma. 4th ed. Saint Louis: Quality Medical Publishing; 2003. p. 122.
Dennis LK. Analysis of the melanoma epidemic, both apparent and real: data from 1973 through 1994 surveillance, epidemiology, and end results, program registry. Arch Dermatol. 1999;135(3):275-80.
Balch CM, Soong SJ, Gershenwald JE, et al. Prognostic factors analysis of 17,600 melanoma patients: validation of the American Joint Committee on Cancer melanoma staging system. J Clin Oncol. 2001;19(16):3622-34.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.