Polimorfismo do gene metilenotetrahidrofolato redutase e sua associação com doença arterial coronária

Autores

  • Alexandre Rodrigues Guerzoni Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Érika Cristina Pavarino-Bertelli Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Moacir Fernandes de Godoy Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Carla Renata Graça Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Patrícia Matos Biselli Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Dorotéia Rossi Silva Souza Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Eny Maria Goloni Bertollo Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Palavras-chave:

Arteriosclerose coronária, Aterosclerose, Metilenotetraidrofolato redutase (NADPH2), Polimorfismo genético, Homocisteína

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A doença arterial coronariana (DAC) caracteriza-se pelo depósito de placa aterosclerótica na parede arterial coronária. Sua manifestação é dependente da interação entre fatores de risco ambientais e genéticos. O objetivo deste trabalho é analisar a freqüência do polimorfi smo MTHFR/C677T em pacientes com doença arterial coronária e sua associação com o nível de Hcy plasmática. Fatores de risco para DAC também foram avaliados. TIPO DE ESTUDO: Retrospectivo com análise cega quantitativa, no Hospital de Base, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. MÉTODOS: Foram estudados 127 indivíduos. Todos responderam a um questionário para análise dos fatores de risco para DAC. O polimorfi smo MTHFR/C677T, investigado por análise de comprimento de fragmentos de restrição, foi correlacionado com número de artérias afetadas e grau de obstrução arterial, determinadas pela cinangiocoronariografi a, e com o nível de Hcy plasmática. RESULTADOS: Tabagismo (p = 0,02) and HDLc (p = 0,01) foram associados com DAC. O alelo C foi o mais prevalente em pacientes (0,61) e controles (0,66; p = 0,49). O polimorfi smo MTHFR/C677T não apresentou associação com níveis de Hcy plasmática. Entretanto, nos pacientes com genótipo TT observou-se a prevalência de obstrução coronariana acima de 95% (p = 0,02) e a presença de duas artérias lesadas (p = 0,04). CONCLUSÕES: Associou-se o genótipo TT com o grau de obstrução arterial coronária acima de 95% e a presença de duas artérias lesadas; confi rma-se, assim, a relação de variantes genéticas em subgrupos específi cos de pacientes com doenças cardiovasculares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alexandre Rodrigues Guerzoni, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

PhD. Former researcher in Genetics and Molecular Biology Research Unit (Unidade de Pesquisa em Genética e Biologia Molecular, UPGEM), Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.

Érika Cristina Pavarino-Bertelli, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

PhD. Adjunct professor, Molecular Biology Department Genetics and Molecular Biology Research Unit (Unidade de Pesquisa em Genética e Biologia Molecular, UPGEM), Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.

Moacir Fernandes de Godoy, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MD, PhD. Adjunct professor, Cardiology and Cardiovascular Surgery Department, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.

Carla Renata Graça, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

BSc. Biologist. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.

Patrícia Matos Biselli, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MSc. Postgraduate student, Genetics and Molecular Biology Research Unit (Unidade de Pesquisa em Genética e Biologia Molecular, UPGEM), Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.

Dorotéia Rossi Silva Souza, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

PhD. Adjunct professor, Molecular Biology Department, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.

Eny Maria Goloni Bertollo, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

PhD. Adjunct professor, Molecular Biology Department Genetics and Molecular Biology Research Unit (Unidade de Pesquisa em Genética e Biologia Molecular, UPGEM), Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.

Referências

Aire S, Garcia DP, Kajita LJ, Rati AM. Estudo hemodinâmico e cineangiográfico. Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. Cardiologia: atualização e reciclagem. Rio de Janeiro: Atheneu; 1994. p. 159-71.

Andreassi MG, Botto N, Cocci F, et al. Methylenetetrahydro- folate reductase gene C677T polymorphism, homocysteine, vitamin B12, and DNA damage in coronary artery disease. Hum Genetic. 2003;112(2):171-7.

Doevendans PA, Jukema W, Spiering W, Defesche JC, Kastelein JJ. Molecular genetics and gene expression in atherosclerosis. Int J Cardiol. 2001;80(2-3):161-72.

Arruda VR, Siqueira LH, Gonçalves MS, et al. Prevalence of the mutation C677-- > T in the methylene tetrahydrofolate reductase gene among distinct ethnic groups in Brazil. Am J Med Genet. 1998;78(4):332-5.

Robinson K, Mayer EL, Miller DP, et al. Hyperhomocystein- emia and low pyridoxal phosphate. Common and independent reversible risk factors for coronary artery disease. Circulation. 1995;92(10):2825-30.

Hofmann MA, Lalla E, Lu Y, et al. Hyperhomocysteinemia enhances vascular inflammation and accelerates atherosclerosis in a murine model. J Clin Invest. 2001;107(6):675-83.

Hankey GJ, Eikelboom JW. Homocysteine and vascular disease. Lancet. 1999;354(9176):407-13.

Lobo A, Naso A, Arheart K, et al. Reduction of homocysteine levels in coronary artery disease by low-dose folic acid combined with vitamins B6 and B12. Am J Cardiol. 1999;83(6):821-5.

Bova I, Chapman J, Sylantiev C, Korczyn AD, Bornstein NM. The A677V methylenetetrahydrofolate reductase gene polymor- phism and carotid atherosclerosis. Stroke. 1999;30(10):2180-2.

Welch GN, Upchurch G Jr, Loscalzo J. Hyperhomocyst(e)inemia and atherothrombosis. Ann N Y Acad Sci. 1997;811:48-58; discussion 58-9.

Tyagi SC. Homocysteine redox receptor and regulation of extracellular matrix components in vascular cells. Am J Physiol. 1998;274(2 Pt 1)C396-405.

Abdel-Rahman SZ, Nouraldeen AM, Ahmed AE. Molecular interaction of [2,3-14C] acrylonitrile with DNA in gastric tissues of rat. J Biochem Toxicol. 1994;9(4):191-8.

Beiguelman B. Curso prático de bioestatística. Ribeirão Preto: FUNPEC; 1996.

Alagona C, Soro A, Westerbacka J, et al. Low HDL choles- terol concentration is associated with increased intima-media thickness independent of arterial stiffness in healthy subjects from families with low HDL cholesterol. Eur J Clin Invest. 2003;33(6):457-63.

von Birgelen C, Hartmann M, Mintz GS, Baumgart D, Schmermund A, Erbel R. Relation between progression and regression of atherosclerotic left main coronary artery disease and serum cholesterol levels as assessed with serial long-term (> or =12 months) follow-up intravascular ultrasound. Circulation. 2003;108(22):2757-62.

Rassoul F, Richter V, Janke C, et al. Plasma homocysteine and lipoprotein profile in patients with peripheral arterial occlusive disease. Angiology. 2000;51(3):189-96.

Souza DR, Campos BF, Arruda EF, Yamamoto LJ, Trindade DM, Tognola WA. Influence of polymorphism of apolipoprotein E in cerebral vascular disease. Arq Neuropsiquiatr. 2003;61(1):7-13.

Pereira AC, Schettert IT, Morandini Filho AA, Guerra-Shi- nohara EM, Krieger JE. Methylenetetrahydrofolate reductase (MTHFR) c677t gene variant modulates the homocysteine folate correlation in a mild folate-deficient population. Clin Chim Acta. 2004;340(1-2):99-105.

Rudisch B, Nemeroff CB. Epidemiology of comorbid coronary artery disease and depression. Biol Psychiatry. 2003;54(3):227-40.

Morita H, Taguchi J, Kurihara H, et al. Genetic polymorphism of 5,10-methylenetetrahydrofolate reductase (MTHFR) as a risk fac- tor for coronary artery disease. Circulation. 1997;95(8):2032-6.

Frosst P, Blom HJ, Milos R, et al. A candidate genetic risk factor for vascular disease: a common mutation in methylenetetrahy- drofolate reductase. Nat Genet. 1995;10(1):111-3.

Brattström L, Wilcken DE, Ohrvik J, Brudin L. Common methylenetetrahydrofolate reductase gene mutation leads to hyperhomocysteinemia but not to vascular disease: the result of a meta-analysis. Circulation. 1998;98(23):2520-6.

Schwartz SM, Siscovick DS, Malinow MR, et al. Myocardial infarction in young women in relation to plasma total homo- cysteine, folate, and a common variant in the methylenetetra- hydrofolate reductase gene. Circulation. 1997;96(2):412-7.

Morelli VM, Lourenço DM, D’Almeida V, et al. Hyperhomocy- steinemia increases the risk of venous thrombosis independent of the C677T mutation of the methylenetetrahydrofolate reductase gene in selected Brazilian patients. Blood Coagul Fibrinolysis. 2002;13(3):271-5.

Franco RF, Araújo AG, Guerreiro JF, Elion J, Zago MA. Analysis of the 677 C-->T mutation of the methylenetetrahydrofolate reductase gene in different ethnic groups. Thromb Haemost. 1998;79(1):119-21.

Lobo A, Naso A, Arheart K, et al. Reduction of homocysteine levels in coronary artery disease by low-dose folic acid combined with vitamins B6 and B12. Am J Cardiol. 1999;83(6):821-5.

Downloads

Publicado

2007-01-01

Como Citar

1.
Guerzoni AR, Pavarino-Bertelli Érika C, Godoy MF de, Graça CR, Biselli PM, Souza DRS, Bertollo EMG. Polimorfismo do gene metilenotetrahidrofolato redutase e sua associação com doença arterial coronária. Sao Paulo Med J [Internet]. 1º de janeiro de 2007 [citado 15º de outubro de 2025];125(1):4-8. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2048

Edição

Seção

Artigo Original