Motivação para a mudança do comportamento de beber
diferenças entre pacientes usuários de álcool do ambulatório de gastroenterologia e do serviço especializado no tratamento do alcoolismo
Palavras-chave:
Alcoolismo, Motivação, Gastroenterologia, Pacientes ambulatoriais, Determinação de necessidades de cuidados de saúdeResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: Para alguns pacientes que desenvolveram doenças físicas relacionadas ao con- sumo de álcool, a abstinência pode oferecer a melhor chance de sobrevivência. O objetivo deste estudo foi de investigar a motivação para tratamento em dois grupos de consumidores de álcool: pacientes do ambulatório de gastroenterologia e do ambulatório especializado no tratamento para alcoolismo. TIPO DO ESTUDO E LOCAL: Corte transversal, no hospital-escola do serviço público federal. MÉTODOS: A amostragem estudada foi de 151 pacientes do ambulatório de gastroenterologia e 175 do ambulatório especializado. A entrevista foi conduzida nos ambulatórios na primeira consulta ao serviço e consistiu em uma seção com dados demográficos e escalas que avaliaram qualidade de vida, dependência de álcool, padrão de consumo alcoólico, motivação para tratamento e conseqüências decorrentes do beber. RESULTADOS: Os resultados sugeriram que os pacientes do ambulatório de gastroenterologia eram menos dependentes do álcool, sofriam menos as conseqüências relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas e possuíam menos problemas mentais e emocionais quando comprados com os pacientes do ambulatório para tratamento do alcoolismo. Em relação aos estágios de mudança, os pacientes da gastroenterologia apresentaram maiores escores na precontemplação no início do tratamento e os pacientes do ambulatório especializado apresentaram escores maiores em contemplação, ação e manutenção. CONCLUSÃO: O tratamento médico pode ser uma razão para a abstinência temporária de álcool para os pacientes do ambulatório de gastroenterologia.
Downloads
Referências
Institute of Medicine. Broadening the base of treatment for alcohol problems: report of a study by a committee of the In- stitute of Medicine, Division of Mental Health and Behavioral Medicine. Washington: National Academy Press; 1990.
National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism. (1993). Eighth special report to the U.S. Congress on Alcohol and Health from the Secretary of Health and Human Services. Washington D.C.: U.S. Department of Health and Human Services, Public Health Service, National Institutes of Health, NIAAA. (ADM-281-91-0003); 1993.
Shapiro S, Skinner EA, Kessler LG, et al. Utilization of health and mental health services. Three Epidemiologic Catchment Area sites. Arch Gen Psychiatry. 1984;41(10):971-8.
Carlini EA, Galduróz JCF, Noto AR, Nappo SA. I levan- tamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 107 maiores cidades do Brasil. São Paulo: CEBRID — Centro Brasileiro de Informações sobre drogas psicotrópicas: UNIFESP — Universidade Federal de São Paulo; 2002.
Andreoli SB, Blay SL, Almeida Filho N, et al. Confiabilidade de instrumentos diagnósticos: estudo do inventário de sintomas psiquiátricos do DSM-III aplicado em amostra populacional. [Reliability of diagnostic instruments: investigating the psychi- atric DSM-III checklist applied to community samples]. Cad Saúde Pública. 2001;17(6):1393-402.
Figlie NB, Pillon SC, Dunn J, Laranjeira R. The frequency of smoking and problem drinking among general hospital inpatients in Brazil – using the AUDIT and Fagerström ques- tionnaires. Sao Paulo Med J. 2000;118(5):139-43.
Schenker S. Alcoholic liver disease: evaluation of natural history and prognostic factors. Hepatology. 1984;4(1 Suppl):36S-43S.
Jorge MR, Masur J. The use of the short-form Alcohol Depend- ence Data questionnaire (SADD) in Brazilian alcoholic patients. Br J Addict. 1985;80(3):301-5.
Tabakoff B. The WHO/ISBRA study on state and trait markers in alcoholism: progress report. Alcohol Clin Exp Res. 1996;20(8 Suppl):243A-247A.
Raistrick D, Dunbar G, Davidson R. Development of a questionnaire to measure alcohol dependence. Br J Addict. 1983;78(1):89-95.
Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tra- dução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). [Brazilian- Portuguese version of the SF-36. A reliable and valid quality of life outcome measure]. Rev Bras Reumatol. 1999;39(3):143-50.
Miller WR, Tonigan JS, Longabaugh R. The Drinker Inventory of Consequences (DrInc): an Instrument for Assessing adverse Consequences of Alcohol Abuse. Test manual. NIAAA Project MATCH Monograph Series vol. 4. NIH Pub. No. 95-3911. Washington: Government Printing Office; 1995.
Figlie NB. Motivação em alcoolistas tratados em ambulatório específico para alcoolismo e em ambulatório de gastroenterologia
– dados do projeto piloto. [Dissertation]. São Paulo: Univer- sidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina; 1999. Available from URL: http://www.uniad.org.br/docs/teses/ teseNelianaFiglie.doc. Accessed in 2005 (Jun 7).
Prochaska JO, DiClemente CC. Toward a comprehensive mode of change. In: Miller WR, Heather N, editor. Treating addictive behaviors: process of change. New York: Plenum Press; 1986. p. 3-27.
Figlie NB, Dunn J, Laranjeira R. Motivation for change in alcohol dependent outpatients from Brazil. Addict Behav. 2005;30(1):159-65.
Wodak AD, Saunders JB, Ewusi-Mensah I, Davis M, Williams R. Severity of alcohol dependence in patients with alcoholic liver disease. Brit Med J. (Clin Res Ed) 1983;287(6403):1420-2.
Farid BT, Lucas G, Williams R. Occupational risk factors in patients with alcoholic or non-alcoholic liver disease. Alcohol and Alcoholism. 1994;29(4):459-63.
Farid B, Clark M, Williams R. Health Locus of Control in problem drinkers with and without liver disease. Alcohol and Alcoholism. 1988;33(2):184-7.
Farid BT, Johnson RD, Lucas EG, Williams R. Perception of illness among patients with alcoholic liver disease. J Stud Alcohol. 1988;49(4):375-7.
Willenbring ML, Olson DH, Bielinski J. Integrated outpatients treatment for medically ill alcoholic men: results from a quasi-experimental study. J Stud Alcohol. 1995;56(3):337-43.
Cooney N, Sweben A, Fleming M. Screening for alcohol prob- lems and at-risk drinking. In: Hester RK, Miller WR, editors. Handbook of Alcoholism Treatment Approaches. 2nd ed. Boston: Allyn & Bacon; 1995. p. 45-61.
Moore RD, Bone LR, Geller G, Mamon JA, Stokes EJ, Levine DM. Prevalence, detection, and treatment of alcoholism in hospitalized patients. JAMA. 1989;261(3):403-7.
Hillman A, McCann B, Walker NP. Specialist alcohol liaison services in general hospitals improve engagement in alcohol rehabilitation and treatment outcome. Health Bull (Edinb). 2001;59(6):420-3.
Glaser FB. Alcohol and drug problems: a challenge to consulta- tion-liaison psychiatry. Can J Psychiatry. 1988;33(4):259-63.
Kadden RM. Behavioral and cognitive-behavioral treat- ments for alcoholism: research opportunities. Addict Behav. 2001;26(4):489-507.
Parks GA, Anderson BK, Marlatt GA. Relapse Prevention Therapy. In: Heather N, Peters TJ, Stockwell T, editors. Inter- national Handbook of Alcohol Dependence and Problem. New York: John Wiley & Sons; 2001. p. 575-92.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.