Cost-effectiveness of hypertension treatment
a population-based study
Palavras-chave:
Custo-efetividade, Hipertensão, Arterial, Tratamento, Diuréticos, BetabloqueadoresResumo
CONTEXTO: O custo-efetividade do tratamento da hipertensão tem sido pouco investigado em estudos de base populacional. A maior parte do conhecimento nesta área provém de dados sobre participantes de ensaios clínicos randomizados e do controle administrativo. OBJETIVO: Descrever os custos com a atenção à saúde para o tratamento da hipertensão em comparação com diabetes mellitus e bronquite crônica e examinar o custo-efetividade de diferentes classes de anti-hipertensivos, desconsiderando admissão hospitalar. TIPO DE ESTUDO: estudo transversal de base populacional. LOCAL: Região urbana de Pelotas, sul do Brasil. PARTICIPANTES: Indivíduos com idade entre 20-69 anos, identificados por meio de uma amostra probabilística por estágios múltiplos. MÉTODOS: Participantes foram entrevistados no domicílio. Dados demográficos, sobre educação, renda, tabagismo, morbidade prévia, uso de medicamentos e outras características foram avaliados por um questionário pré-testado, sendo a pressão arterial aferida com o indivíduo sentado e de maneira padronizada. RESULTADOS: Aproximadamente 24% dos participantes tinham pressão alta ou faziam uso de anti-hipertensivos e, entre eles, 33% tinham realizado consulta médica no mês precedente à entrevista. O custo médio mensal do cuidado com a hipertensão (R$ 89,90), diabetes (R$ 80,64) e bronquite (R$ 92,63) foi semelhante. O tratamento da hipertensão consumiu 22,9% da renda per capita, correspondendo a R$ 392,76 gastos anualmente exclusivamente em medicamentos anti-hipertensivos. A maior parte dos custos diretos associados com hipertensão e diabetes foi devida a medicamentos, enquanto pacientes com bronquite crônica tiveram mais despesas com consultas. A relação de custo-efetividade foi mais favorável para diuréticos (116.3) e betabloqueadores (228.5) do que para inibidores da enzima de conversão da angiotensina (608.5) ou bloqueadores dos canais de cálcio (762.0). CONCLUSÃO: O custo do cuidado ambulatorial com a hipertensão foi dependente principalmente do tratamento anti-hipertensivo. O tratamento da hipertensão com diuréticos ou betabloqueadores foi mais custo-efetivo do que o tratamento com inibidores da enzima de conversão de angiotensina e bloqueadores dos canais de cálcio.
Downloads
Referências
Fuchs FD, Moreira LB, Moraes RS, Bredemeier M, Cardozo SC. Prevalência de hipertensão arterial sistêmica e fatores associados na região urbana de Porto Alegre: estudo de base populacional. Arq Bras Cardiol 1995;63:473-9.
Piccini RX, Victora CG. Hipertensão arterial sistêmica em área urbana no sul do Brasil: prevalência e fatores de risco. Rev Saúde Pública 1994;28:261-7.
Bloch VB, Klein CH, Silva NAS, Nogueira AR, Campos LHS. Hipertensão arterial e obesidade na Ilha do Governador, Rio de Janeiro. Arq Bras Cardiol 1994;62:17-22.
Fuchs SC, Petter JG, Accordi M, et al. Estabelecendo a prevalência de hipertensão arterial sistêmica. Influência dos critérios de amostragem. Arq Bras Cardiol 2001;76:445-8.
Meissner I, Whisnant JP, Sheps SG, et al. Detection and control of high blood pressure in the community: do we need a wake- up call? Hypertension 1999;34:466-71.
Castiel LD. Inefetividade e ineficiência: reflexões sobre a epidemiologia e os serviços de saúde de um estado de mal estar social. Cad Saúde Públ 1990;61:27-39.
Johannesson M, Le Lorier J. How to assess the economics of hypertension control programmes. J Hum Hypertens 1996;10(Suppl. 1):S93-S94.
Hilleman DE, Mohiuddin SM, Lucas BD Jr, et al. Cost- minimization analysis of initial antihypertensive therapy in patients with mild-to-moderate essential diastolic hypertension. Clin Ther 1994;16:88-102.
Goldbaum M. Epidemiologia e serviços de saúde. Cad Saúde Públ 1996;12(Suppl. 2):95-8.
Sociedade Brasileira de Hipertensão. Consenso Brasileiro de Hipertensão. Campos do Jordão: Sociedade Brasileira de Hipertensão; 1998.
Bleecker E, Mark CL. Doenças Obstrutivas das Vias Aéreas. In: Barker LR, Burton JR, Zieve PD, orgs. Princípios de Medicina Ambulatorial. Porto Alegre: Artes Médicas; 1993.p.554-81.
Alonso Moreno FJ, Garcia Palencia M, Laborda Peralta M, Hermoso Lopez A, Lopez de Castro F. Analysis of pharmacologic costs in the treatment of arterial hypertension. Approximation to a cost-effectiveness study. Aten Primaria 1998;21:607-12.
Ramsey SD, Neil N, Sullivan SD, Perfetto E. An economic evaluation of the JNC hypertension guidelines using data from a randomized controlled trial. Joint National Committee. J Am Board Fam Pract 1999;12:105-14.
Souza e Silva NA, Aguiar GR, Nogueira AR, Duarte MMT, Alves RHF. Importância Clínica dos Custos Diretos Hospitalares em Pacientes com Hipertensão Arterial em Tratamento num Hospital Universitário, Rio de Janeiro, Brasil. Rev Saúde Pública 1986;20:293-302.
Arredondo A, Damián T. Costos económicos en la producción de servicios de salud: del costo de los insumos al costo de manejo de caso. Salud Publica Mex 1997;39:117-24.
Dias da Costa JS, Fachinni LA. Utilização de serviços ambulatoriais em Pelotas: onde a população consulta e com que freqüência. Rev Saúde Pública 1997;31:360-9.
Piccini RX, Victora CG. How well is hypertension managed in the community? A population-based survey in a Brazilian city. Cad Saúde Públ 1997;13:595-600.
Svab I, Zaletel-Kragelt L. Frequent attenders in general practice: a study from Slovenia. Scand J Prim Health Care 1993;11:38-43.
Fowler G, Austoker J. Screening. In: Detels R, Holland WW, McEwen J, Omenn GS, editors. Oxford Textbook of Public Health. New York: Oxford University Press; 1997.p.1583-99.
Johannesson M. The cost-effectiveness of the switch towards more expensive antihypertensive drugs. Health Policy 1994;28:1-13.
Ambrosioni E. Pharmacoeconomics of hypertension management: the place of combination therapy. Pharmacoeconomics 2001;19:337-47.
Blood Pressure Lowering Treatment Trialists’ Collaboration. Effects of ACE inhibitors, calcium antagonists, and other blood-pressure- lowering drugs: results of prospectively designed overviews of randomized trials. Lancet 2000;356(9246):1955-64.
Furberg CD, Pitt B. Are all angiotensin-converting enzyme inhibitors interchangeable? J Am Coll Cardiol 2001;37:1456- 60.
Psaty BM, Koepsell TD, Yanez ND, et al. Temporal patterns of antihypertensive medication use among adults, 1989 through 1992. JAMA 1995;273:1436-8.
Siegel D, Lopez J. Trends in antihypertensive drug use in the United States: Do the JNC V recommendations affect prescribing? JAMA 1997;278:1745-8.
Manolio TA, Cutler JA, Furberg CD, et al. Trends in pharmacologic management of hypertension in the United States. Arch Intern Med 1995;155:829-37.
Herrero JJA. Aplicacion del analisis coste-beneficio en la planificacion de los servicios sanitarios. Evidencia y equidad en la atecion perinatal. Barcelona: Masson AS; 1993.
Beulke R, Bertó DJ. Gestão de custos e resultados na saúde. Hospitais, clínicas, laboratórios e congêneres. São Paulo: Editora Saraiva; 1997.
Brook R. Managed care is not the problem, quality is. JAMA 1997;278:1612-4.
Campbell SM, Roland MO, Buetow SA. Defining quality of care. Soc Sci Med 2000;51:1611-25.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.