Tratamento cirúrgico da neurocisticercose. Estudo de coorte retrospectivo e um caso ilustrativo

Autores

  • Aline Lariessy Campos Paiva Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
  • João Luiz Vitorino Araujo Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
  • Vinicius Ricieri Ferraz Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
  • Renan Maximilian Lovato Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
  • Charles Alfred Grander Pedrozo Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
  • Guilherme Brasileiro de Aguiar Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
  • José Carlos Esteves Veiga Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Palavras-chave:

Neurocisticercose, Hidrocefalia, Epilepsia, Derivação ventriculoperitoneal, Infecções do sistema nervoso central, Procedimentos neurocirúrgicos, Relatos de casos, Estudos de coortes

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A neurocisticercose é prevalente em países em desenvolvimento e manifesta-se com vários sinais e sintomas neurológicos que podem ser fatais. Os cistos podem ser parenquimatosos ou extraparenquimatosos, portanto vários sinais e sintomas podem estar presentes. Dependendo da sua localização, procedimentos neurocirúrgicos podem ser necessários, às vezes em caráter emergencial. O objetivo foi revisar dados estatísticos de um período de 10 anos de todos os casos cirúrgicos de neurocisticercose num grande hospital público terciário. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Coorte retrospectiva de um grande hospital público terciário. MÉTODOS: Todos os casos cirúrgicos de neurocisticercose de pacientes tratados entre julho 2006 e julho 2016 foram revisados. As formas parenquimatosas e extraparenquimatosas foram consideradas, assim como tipo de procedimento cirúrgico (derivação, terceiroventriculostomia endoscópica e craniotomia). A literatura foi revisada por meio da PubMed, utilizando-se os termos “neurocysticercosis”, “surgery”, “shunt” e “hydrocephalus”. RESULTADOS: 37 pacientes foram submetidos a procedimentos neurocirúrgicos nesse período, a maioria do sexo masculino (62.16%%) e casos extraparenquimatosos predominaram (81%). Pacientes com idade 41-50 anos foram os mais afetados (35,13%) e aqueles com 20 anos ou menos não foram afetados. As formas ventriculares mais frequentemente estiveram associadas a hidrocefalia e necessitaram da realização de shunts definitivos na maior parte dos casos (56,57%). CONCLUSÕES: O tratamento depende da forma de acometimento: o tipo parenquimatoso usualmente não necessita de cirurgia que é mais comum na forma extraparenquimatosa. Hidrocefalia é uma complicação frequente pois muitas vezes os cistos obstruem o fluxo liquórico. A remoção dos cistos deve ser realizada sempre que possível para evitar a necessidade de derivações definitivas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aline Lariessy Campos Paiva, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

MD. Resident, Discipline of Neurosurgery, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo (SP), Brazil.

João Luiz Vitorino Araujo, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

PhD. Attending Neurosurgeon, Discipline of Neurosurgery, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), and Neurosurgeon at Arnaldo Vieira de Carvalho Cancer Institute, Oncocenter and Hospital Nove de Julho, São Paulo (SP), Brazil.

Vinicius Ricieri Ferraz, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

MD. Resident, Discipline of Neurosurgery, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo (SP), Brazil.

Renan Maximilian Lovato, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

MD. Resident, Discipline of Neurosurgery, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo (SP), Brazil.

Charles Alfred Grander Pedrozo, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

MD. Resident, Discipline of Neurosurgery, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo (SP), Brazil.

Guilherme Brasileiro de Aguiar, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

MSc. Attending Neurosurgeon, Discipline of Neurosurgery, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo (SP), Brazil.

José Carlos Esteves Veiga, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Referências

Rangel-Castilla L, Serpa JA, Gopinath SP, et al. Contemporary neurosurgical approaches to neurocysticercosis. Am J Trop Med Hyg. 2009;80(3):373-8.

John CC, Carabin H, Montano SM, et al. Global research priorities for infections that affects the nervous system. Nature. 2015;527(7578): S178-86.

Paiva ALC, de Aguiar GB, Haddad de Souza A, Veiga JCE, de A. Silva JM. Forma tumoral de la neurocisticercosis. Medicina (B. Aires). 2015;75(2):103-103.

Gonzales I, Garcia HH. Current status and future perspectives on the medical treatment of neurocysticercosis. Pathog Glob Health. 2012;106(5):305-9.

O'Neal SE, Flecker RH. Hospitalization frequency and charges for neurocysticercosis, United States, 2003-2012. Emerg Infect Dis. 2015;21(6):969-76.

Bruno E, Bartoloni A, Zammarchi L, et al. Epilepsy and neurocysticercosis in Latin America: a systematic review and meta-analysis. PLoS Negl Trop Dis. 2013;7(10):e2480.

Henneberg R. Die tierischen Parasiten des Zentralnervensystems. In: Lewandowsky M, editor. Handbuch der Neurologie. Berlin: Verlag Von Julius Springer; 1912. p. 643-712.

Garcia HH, Gonzalez AE, Gilman RH. Cysticercosis of the central nervous system: how should it be managed? Curr Opin Infect Dis. 2011;24(5):423-7.

Colli BO, Carlotti CG Jr, Assirati JA Jr, et al. Surgical treatment of cerebral cysticercosis: long-term results and prognostic factors. Neurosurg Focus. 2002;12(6):e3.

Fleury A, Carrillo-Mezo R, Flisser A, Sciutto E, Corona T. Subarachnoid basal neurocysticercosis: a focus on the most severe form of the disease. Expert Rev Anti Infect Ther. 2011;9(1):123-33.

Estañol B, Corona T, Abad P. A prognostic classification of cerebral cysticercosis: therapeutic implications. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1986;49(10):1131-4.

Downloads

Publicado

2017-05-02

Como Citar

1.
Paiva ALC, Araujo JLV, Ferraz VR, Lovato RM, Pedrozo CAG, Aguiar GB de, Veiga JCE. Tratamento cirúrgico da neurocisticercose. Estudo de coorte retrospectivo e um caso ilustrativo. Sao Paulo Med J [Internet]. 2º de maio de 2017 [citado 16º de outubro de 2025];135(2):146-9. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/737

Edição

Seção

Artigo Original