O que dizem as revisões sistemáticas Cochrane sobre o uso da inteligência artificial em saúde?
Palavras-chave:
Prática clínica baseada em evidências, Inteligência artificial, Estudos observacionais, Revisão sistemática, Saúde, Avaliação clínica, Inovação em saúde, Precisão diagnósticaResumo
Contextualização: A inteligência artificial (IA) surgiu com o propósito de funcionar analogamente ao cérebro humano, interpretando, analisando, descobrindo, deduzindo e relacionando informações A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a IA como uma ferramenta para melhorar o alcance aos cuidados de saúde e a medicamentos, porém, a IA é realmente efetiva na área da saúde? Objetivos: Sumarizar as evidências de revisões sistemáticas realizadas pela Cochrane, referentes à precisão diagnóstica da IA em saúde. Métodos: Trata-se de overview de revisões sistemáticas Cochrane. Procedeu-se à busca na Cochrane Library em 2024 por meio do descritor “ARTIFICIAL INTELLIGENCE”. Todas as revisões sistemáticas de estudos observacionais foram incluídas. O desfecho primário de análise foi a precisão da IA em realizar diagnósticos corretos. Resultados: Quatro revisões sistemáticas foram incluídas, totalizando 124 estudos primários. Discussão: Há poucas revisões sistemáticas realizadas pela Cochrane para avaliação da precisão diagnóstica da IA na saúde. Trata-se de estudos heterogêneos e que sugerem que a IA pode trazer benefícios. Todavia, ainda são necessários ajustes em algoritmos e melhores análises em estudos futuros que permitam melhor robustez da evidência. Conclusão: A IA pode ser uma ferramenta de triagem promissora na prática médica no futuro, mas, no momento, os estudos não demonstram os benefícios de seu uso. É relevante enfatizar que, devido à heterogeneidade e às limitações metodológicas dos estudos primários, o nível de evidência atual é limitado. Recomenda-se a realização de novos estudos prospectivos, com padronização das análises e relato dos resultados.
Referências
Hashimoto DA, Witkowski E, Gao L, Meireles O, Rosman G. Artificial intelligence in anesthesiology: current techniques, clinical applications, and limitations. Anesthesiology. 2020 Feb;132(2):379–94. PMID: 31939856; https://doi.org/10.1097/ALN.0000000000002960.
Buchanan BG. A (very) brief history of artificial intelligence. AIMag [Internet]. 2005 Dec 15 [cited 2025 Apr 14];26(4):53. Available from: https://ojs.aaai.org/aimagazine/index.php/aimagazine/article/view/1848.
Mekki YM, Zughaier SM. Teaching artificial intelligence in medicine. Nat Rev Bioeng. 2024;2:450–1. https://doi.org/10.1038/s44222-024-00195-0.
Gou F, Liu J, Xiao C, Wu J. Research on artificial-intelligence-assisted medicine: a survey on medical artificial intelligence. Diagnostics (Basel). 2024 Jul 9;14(14):1472. PMID: 39061610; https://doi.org/10.3390/diagnostics14141472.
Okeibunor JC, Jaca A, Iwu-Jaja CJ, et al. The use of artificial intelligence for delivery of essential health services across WHO regions: a scoping review. Front Public Health. 2023 Jul 4;11:1102185. PMID: 37469694; https://doi.org/10.3389/fpubh.2023.1102185.
Vandevenne MM, Favuzza E, Veta M, et al. Artificial intelligence for detecting keratoconus. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Nov 15;11(11):CD014911. PMID: 37965960; https://doi.org/10.1002/14651858.CD014911.pub2.
Kang C, Lo JE, Zhang H, et al. Inteligência artificial para diagnóstico de degeneração macular exsudativa relacionada à idade. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2024 [cited 2024 Dec 19];10:CD015522. https://doi.org/10.1002/14651858.CD015522.pub2.
Chuchu N, Takwoingi Y, Dinnes J, et al. Smartphone applications for triaging adults with skin lesions that are suspicious for melanoma. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Dec 4;12(12):CD013192. PMID: 30521685; https://doi.org/10.1002/14651858.CD013192.
Ferrante di Ruffano L, Takwoingi Y, Dinnes J, et al. Técnicas de diagnóstico assistidas por computador (baseadas em dermatoscopia e espectroscopia) para diagnóstico de câncer de pele em adultos. Cochrane Database of Systematic Reviews; 2018 [cited 2024 Dec 19];12:CD013186. https://doi.org/10.1002/14651858.CD013186.
Silva GG, Paixão HP, Rodrigues MLA. Desafios do uso da inteligência artificial nos diagnósticos de saúde: uma revisão integrativa. Cad Ibero Am Direito Sanit [Internet]. 2024 July 1 [cited 2025 Apr 14];13(2):11–8. Available from: https://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/view/1241.
Lobo LC. Inteligência artificial e medicina. Rev Bras Educ Med. 2017 Apr-June;41(2). https://doi.org/10.1590/1981-52712015v41n2esp.
Lee EE, Torous J, De Choudhury M, et al. Artificial Intelligence for mental health care: clinical applications, barriers, facilitators, and artificial wisdom. Biol Psychiatry Cogn Neurosci Neuroimaging. 2021 Sep;6(9):856–64. Epub 2021 Feb 8. PMID: 33571718; https://doi.org/10.1016/j.bpsc.2021.02.001.
Amaro E Jr, Nakaya H, Rizzo LV. Inteligência artificial em saúde. Rev USP [Internet]. 2024 June 20 [cited 2025 Apr 14];(141):41–50. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/225206.