Rastreamento com ecocardiografia transtorácica não parece ter benefícios clínicos

Autores

  • Pablo Gonzáles Blasco Sociedade Brasileira de Medicina de Família
  • Marcelo Rozenfeld Levites Sociedade Brasileira de Medicina de Família
  • Pedro Subtil de Paula Sociedade Brasileira de Medicina de Família

Resumo

Em 1994 e 1995, pesquisadores noruegueses escolheram 6.861 habitantes de meia-idade (idade média = 60 anos) de uma única cidade (Tromsø), que foram seguidos por 15 anos.2 Os participantes foram divididos aleatoriamente, para rastreamento de uma só vez para a doença cardíaca por ecocardiografia bidimensional ou para não realizar o exame. Os grupos de exame de rastreamento e de controle eram da etnia branca e divididos igualmente por gênero. Aproximadamente 12% dos pacientes relataram ter doença coronariana, 59% tinham hipertensão (embora apenas 13,5% estavam sendo tratados com medicamentos), 32% fumavam e apenas 4% tinham diabetes. O rastreio identificou 7,6% dos pacientes com condi- ções cardíacas ou valvulares, que foram tratados. Após mais de 15 anos de acompanhamento, 26,9% dos participantes no grupo do rastreio haviam falecido, em comparação com 27,6% no grupo controle. Da mesma forma, não houve efeito do rastreio nas taxas de morte súbita, de mortalidade por doença cardíaca, ou na incidência de infarto agudo do miocárdio fatal e não fatal ou na incidência de AVE.

Biografia do Autor

Pablo Gonzáles Blasco, Sociedade Brasileira de Medicina de Família

Médico de família, doutor em Medicina, diretor científico e membro-fundador da Sociedade Brasileira de Medicina de Família (Sobramfa).

Marcelo Rozenfeld Levites, Sociedade Brasileira de Medicina de Família

Médico de família e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família (Sobramfa).

Pedro Subtil de Paula, Sociedade Brasileira de Medicina de Família

Médico de família e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família (Sobramfa).

Referências

Centre for Evidence Based Medicine. Oxford Centre for Evidence-based Medicine - Levels of Evidence (March 2009). Disponível em: http://www.cebm.net/index.aspx?o=1025. Acessado em 2015 (2 dez).

Lindekleiv H, Løchen ML, Mathiesen EB, et al. Echocardiographic screening of the general population and long-term survival: a randomized clinical study. JAMA Intern Med. 2013;173(17):1592-8.

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Publicado

2016-01-11

Como Citar

1.
Blasco PG, Levites MR, Paula PS de. Rastreamento com ecocardiografia transtorácica não parece ter benefícios clínicos. Diagn. tratamento. [Internet]. 11º de janeiro de 2016 [citado 16º de outubro de 2025];21(1):25-6. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/rdt/article/view/6

Edição

Seção

POEMs: Patients-oriented evidence that matters