Rastreamento com ecocardiografia transtorácica não parece ter benefícios clínicos
Resumo
Em 1994 e 1995, pesquisadores noruegueses escolheram 6.861 habitantes de meia-idade (idade média = 60 anos) de uma única cidade (Tromsø), que foram seguidos por 15 anos.2 Os participantes foram divididos aleatoriamente, para rastreamento de uma só vez para a doença cardíaca por ecocardiografia bidimensional ou para não realizar o exame. Os grupos de exame de rastreamento e de controle eram da etnia branca e divididos igualmente por gênero. Aproximadamente 12% dos pacientes relataram ter doença coronariana, 59% tinham hipertensão (embora apenas 13,5% estavam sendo tratados com medicamentos), 32% fumavam e apenas 4% tinham diabetes. O rastreio identificou 7,6% dos pacientes com condi- ções cardíacas ou valvulares, que foram tratados. Após mais de 15 anos de acompanhamento, 26,9% dos participantes no grupo do rastreio haviam falecido, em comparação com 27,6% no grupo controle. Da mesma forma, não houve efeito do rastreio nas taxas de morte súbita, de mortalidade por doença cardíaca, ou na incidência de infarto agudo do miocárdio fatal e não fatal ou na incidência de AVE.
Referências
Centre for Evidence Based Medicine. Oxford Centre for Evidence-based Medicine - Levels of Evidence (March 2009). Disponível em: http://www.cebm.net/index.aspx?o=1025. Acessado em 2015 (2 dez).
Lindekleiv H, Løchen ML, Mathiesen EB, et al. Echocardiographic screening of the general population and long-term survival: a randomized clinical study. JAMA Intern Med. 2013;173(17):1592-8.