Infiltração por leucemia mieloide aguda na pele

relato de caso

Authors

  • Katarine Tronco Gasparini Hospital Regional de Presidente Prudente
  • Karina Nacano Guariento Hospital Regional de Presidente Prudente
  • Gisele Alborghetti Nai Hospital Regional de Presidente Prudente
  • Rebeca Carvalho Bressa Hospital Regional de Presidente Prudente
  • José Antônio Nascimento Bressa Hospital Regional de Presidente Prudente
  • Marilda Aparecida Milanez Morgado de Abreu Hospital Regional de Presidente Prudente

Keywords:

Leucemia mieloide aguda, dermatopatias, neoplasias cutâneas, infiltração leucêmica, pele

Abstract

Contexto: Leucemia cutânea é uma doença rara que se caracteriza pelo acometimento da pele por células leucêmicas. As lesões dermatológicas podem preceder as alterações hematológicas, serem concomitantes a ela ou coincidirem com a piora da neoplasia. O exame dermatológico constitui parte essencial na avaliação de pacientes portadores ou com suspeita de neoplasia hematológica. Descrição do caso: Homem branco, de 65 anos, referia mialgia, emagrecimento e adenomegalia palpável, sendo diagnosticado, por meio de exames complementares, como portador de leucemia mieloide aguda. Após suspensão de quimioterapia devido a efeitos adversos, surgiram lesões eritematosas-violáceas, infiltradas, na região anterior do tórax, membros inferiores e superiores. O resultado do exame histopatológico e imunoistoquímico das lesões de pele foi compatível com infiltração cutânea por leucemia mieloide aguda. Discussão: O envolvimento extramedular da leucemia pode acometer a pele, estruturas subperiostais do crânio, gengiva e outras estruturas moles. Estima-se que apenas 2% a 10% dos pacientes com leucemia apresentem infiltração cutânea, sendo mais comum dentre os pacientes com leucemia mieloide. Na maioria dos casos, é impossível deduzir, a partir das manifestações cutâneas, o tipo de leucemia subjacente. Conclusão: Devido à variabilidade clínica, o diagnóstico de leucemia cutânea é um desafio, sendo necessária, muitas vezes, a abordagem multidisciplinar. O exame histopatológico e colorações imunoistoquímicas específicas para identificar a origem da neoplasia são fundamentais, uma vez que o acometimento cutâneo secundário é indicador de pior prognóstico

Author Biographies

Katarine Tronco Gasparini, Hospital Regional de Presidente Prudente

Médica em especialização em Dermatologia pelo Hospital Regional de Presidente Prudente, Universidade do Oeste Paulista.

Karina Nacano Guariento, Hospital Regional de Presidente Prudente

Médica em especialização em Dermatologia pelo Hospital Regional de Presidente Prudente, Universidade do Oeste Paulista.

Gisele Alborghetti Nai, Hospital Regional de Presidente Prudente

Professora Doutora em Patologia, chefe do Departamento de Patologia da Universidade do Oeste Paulista.

Rebeca Carvalho Bressa, Hospital Regional de Presidente Prudente

Médica hematologista, preceptora da Residência de Hematologia do Hospital Regional de Presidente Prudente, Universidade do Oeste Paulista.

José Antônio Nascimento Bressa, Hospital Regional de Presidente Prudente

Médico hematologista, chefe da Residência de Hematologia do Hospital Regional de Presidente Prudente, Universidade do Oeste Paulista.

Marilda Aparecida Milanez Morgado de Abreu, Hospital Regional de Presidente Prudente

Médica dermatologista, chefe da Residência de Dermatologia do Hospital Regional de Presidente Prudente, Universidade do Oeste Paulista.

References

Cibull TL, Thomas AB, O’Malley DP, Billings SD. Myeloid leukemia cutis: a histologic and immunohistochemical review. J Cutan Pathol. 2008;35(2):180-5. doi: 10.1111/j.1600-0560.2007.00784.x.

Agis H, Weltermann A, Fonatsch C, et al. A comparative study on demographic, hematological, and cytogenetic findings and prognosis in acute myeloid leukemia with and without leukemia cutis. Ann Hematol. 2002;81(2):90-5. doi: 10.1007/s00277-001-0412-9.

Franco C, Arias M, Buonsante ME, et al. Leucemia cutis en leucemia mieloide aguda [Leukemia cutis in acute myeloid leukemia]. Dermatol Argent. 2008;14(3):225-7. Disponível em: http://dermatolarg.org.ar/index.php/dermatolarg/article/viewFile/69/37. Acessado em 2017 (19 dezSánchez NB, Canedo IF, Álvarez EC. Leucemia cutânea. Piel. 2002;17(7):310-5. doi: 10.1016/S0213-9251(02)72599-9.

Baer MR, Marcos M, Farrell H, Raza A, Preisler HD. Acute myelogenous leucemia with leukemia cutis. Eighteen cases seen between 1969 and 1986. Cancer. 1989;63(11):2192-200. PMID: 2785843.

Martínez-Leboráns L, Victoria-Martínez AM, Torregrosa Calatayud JL, Miquel VA. Leucemia cútis. Serie de 17 casos y revision de la literatura [Leukemia cutis: a report of 17 cases and a review os the literature]. Actas Dermosifiliogr. 2016;107(9):e65-9. doi: 10.1016/j.ad.2016.02.015.

Nelson AC, Noe MH, McMahon CM, et al. Sweet syndrome in patients with and without malignancy. A retrospective analysis of 83 patients from a tertiary academic referral center. J Am Acad Dermatol. 2017. doi: 10.1016/j.jaad.2017.09.013.

Published

2018-07-15

How to Cite

1.
Gasparini KT, Guariento KN, Nai GA, Bressa RC, Bressa JAN, Abreu MAMM de. Infiltração por leucemia mieloide aguda na pele: relato de caso. Diagn. tratamento. [Internet]. 2018 Jul. 15 [cited 2025 Jun. 8];23(3):85-9. Available from: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/rdt/article/view/134

Issue

Section

Relato de Caso