FRAX Modelo Brasil

um texto clínico explicativo sobre limiares para intervenção terapêutica

Autores

  • Cristiano Augusto de Freitas Zerbini Centro Paulista de Investigação Clínica

Palavras-chave:

Osteoporose, probabilidade, doenças metabólicas, fraturas do fêmur, fraturas osteoporóticas

Resumo

Contexto: FRAX é um algoritmo instalado em computadores desenvolvido pelo Centro Colaborador de Doenças Osteometabólicas da Organização Mundial de Saúde, lançado em 2008. Objetivo: O objetivo da iniciativa FRAX foi identificar e validar fatores clínicos para uso na avaliação do risco de fratura em um contexto internacional, mesmo em locais onde não existem aparelhos para medir a densidade mineral óssea. O objetivo deste artigo é explicar a construção do FRAX Modelo Brasil e como utilizar os limiares para intervenção terapêutica em nosso país. Métodos: O algoritmo calcula a probabilidade de ocorrer, em 10 anos, uma fratura maior (quadril, vertebral clínica, úmero e punho) e uma fratura de quadril em homens e mulheres entre 40 e 90 anos de idade. O risco absoluto de fratura é facilmente calculado pela idade, índice de massa corpórea e fatores clínicos de risco avaliados dicotomicamente (sim ou não), compreendendo fratura por fragilidade anterior, histórico familiar de fratura de quadril, fumo atual, uso de glicocorticoides, artrite reumatoide, outras causas de osteoporose secundária e consumo de álcool. Resultados: A densidade mineral óssea do colo femoral pode ser opcionalmente introduzida para melhorar a predição do risco de fratura. A probabilidade de fratura difere grandemente em diferentes partes do mundo e a calibração do FRAX tem sido feita individualmente para cada país onde a epidemiologia da fratura de quadril e mortalidade foram publicadas. O FRAX foi incorporado em mais de 80 guidelines de avaliação de risco e tratamento de osteoporose em vários países. Conclusão: O modelo FRAX para o Brasil está disponível desde primeiro de maio de 2013. Este artigo explica a construção do FRAX modelo Brasil e como utilizar os limiares para intervenção terapêutica estabelecidos pelo modelo na prática clínica em nosso país

Biografia do Autor

Cristiano Augusto de Freitas Zerbini, Centro Paulista de Investigação Clínica

Diretor do Centro Paulista de Investigação Clínica (CEPIC). Livre-docente em Reumatologia pela Universidade de São Paulo.

Referências

Consensus development conference: diagnosis, prophylaxis, and treatment of osteoporosis. Am J Med. 1993;94(6):646-50. PMID: 8506892.

van Staa TP, Dennison EM, Leufkens HG, Cooper C. Epidemiology of fractures in England and Wales. Bone. 2001;29(6):517-22. PMID: 11728921.

Svedbom A, Hernlund E, Ivergård M, et al. Osteoporosis in the European Union: a compendium of country-specific reports. Arch Osteoporos. 2013;8:137. PMID: 24113838; doi: 10.1007/s11657-013-0137-0.

Cooper C, Campion G, Melton LJ 3rd. Hip fractures in the elderly: a world-wide projection. Osteoporos Int. 1992;2(6):285-9. PMID: 1421796.

Kanis JA on behalf of the World Health Organization Scientific Group (2007). Assessment of osteoporosis at the primary health-care level. Technical Report. World Health Organization Collaborating Centre for Metabolic Bone Diseases, University of Sheffield, UK. 2007: Printed by the University of Sheffield. Disponível em: https://www.sheffield.ac.uk/FRAX/pdfs/WHO_Technical_Report.pdf. Acessado em 2019 (16 maio).

Kanis JA, Johnell O, Oden A, Johansson H, McCloskey E. FRAX and the assessment of fracture probability in men and women from the UK. Osteoporosis Int. 2008;19(4):385-97. PMID: 18292978; doi: 10.1007/s00198-007-0543-5.

Kanis JA. Assessment of fracture risk and its application to screening for postmenopausal osteoporosis: synopsis of a WHO report. WHO Study Group. Osteoporos Int. 1994;4(6):368-81. PMID: 7696835.

Kelsey MJ, Cooper C. Epidemiology of osteoporosis. In: Cooper C, Woolf AD, editors. Osteoporosis: best practice and research compendium. Edinburgh, UK: Elsevier; 2006. p. 11-7. ISBN: 9780080446851.

Kanis JA, Harvey NC, Johansson H, et al. FRAX Update. J Clin Densitom. 2017;20(3):360-7. PMID: 28732576; doi: 10.1016/j.jocd.2017.06.022.

Zerbini CA, Szejnfeld VL, Abergaria BH, et al. Incidence of hip fracture in Brazil and the development of a FRAX model. Arch Osteoporos. 2015;10:224. PMID: 26303038; doi: 10.1007/s11657-015-0224-5.

Schwartz AV, Kelsey JL, Maggi S, et al. International variation in the incidence of hip fractures: cross-national project on osteoporosis for the World Health Organization Program for Research on Aging. Osteoporos Int. 1999;9(3):242-53. PMID: 10450414; doi: 10.1007/s001980050144.

Castro da Rocha FA, Ribeiro AR. Low incidence of hip fractures in an equatorial area. Osteoporos Int. 2003;14(6):496-9. PMID: 12730760; doi: 10.1007/s00198-003-1394-3.

Komatsu RS, Ramos LR, Szejnfeld VL. Incidence of proximal femur fractures in Marilia, Brazil. J Nutr Health Aging. 2004;8(5):362-7. PMID: 15359353.

Silveira VA, Medeiros MM, Coelho-Filho JM, et al. Incidência de fratura do quadril em área urbana do Nordeste brasileiro [Hip fracture incidence in an urban area in Northeast Brazil]. Cad Saude Publica. 2005;21(3):907-12. PMID: 15868049, doi: /S0102-311X2005000300025.

Leslie WD, Lix LM, Johansson H, et al. Spine-hip discordance and fracture risk assessment: a physician-friendly FRAX enhancement. Osteoporos Int. 2011;22(3):839-47. PMID: 20959961; doi: 10.1007/s00198-010-1461-5.

McCloskey EV, Odén A, Harvey NC, et al. Adjusting fracture probability by trabecular bone score. Calcif Tissue Int. 2015;96(6):500-9. PMID: 25796374; doi: 10.1007/s00223-015-9980-x

Leslie WD, Lix LM, Morin SN, et al. Adjusting Hip Fracture Probability in Men and Women Using Hip Axis Length: the Manitoba Bone Density Database. J Clin Densitom. 2016;19(3):326-31. PMID: 26257267; doi: 10.1016/j.jocd.2015.07.004.

Masud T, Binkley N, Boonen S, Hannan MT; FRAX (®) Position Development Conference Members. Official Positions for FRAX® clinical regarding falls and frailty: can falls and frailty be used in FRAX®? From Joint Official Positions Development Conference of the International Society for Clinical Densitometry and International Osteoporosis Foundation on FRAX®. J Clin Densitom. 2011;14(3):194-204. PMID: 21810525; doi: 10.1016/j.jocd.2011.05.010.

Johansson H, Odén A, Lorentzon M, et al. Is the Swedish FRAX model appropriate for Swedish immigrants? Osteoporos Int. 2015;26(11):2617-22. PMID: 26018091; doi: 10.1007/s00198-015-3180-4.

Kanis JA, Johansson H, Oden A, McCloskey EV. Guidance for the adjustment of FRAX according to the dose of glucocorticoids. Osteoporos Int. 2011;22(3):809-16. PMID: 21229233; doi: 10.1007/s00198-010-1524-7.

Compston JE, Cooper A, Cooper C, et al. Guidelines for the diagnosis and management of osteoporosis in postmenopausal women and men from the age of 50 years in the UK. Maturitas. 2009;62(2):105-8. PMID: 19135323; doi: 10.1016/j.maturitas.2008.11.022.

Downloads

Publicado

2019-04-07

Como Citar

1.
Zerbini CA de F. FRAX Modelo Brasil: um texto clínico explicativo sobre limiares para intervenção terapêutica. Diagn. tratamento. [Internet]. 7º de abril de 2019 [citado 16º de outubro de 2025];24(2):41-9. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/rdt/article/view/213

Edição

Seção

Artigo Original