Prevalência e fatores associados à dinapenia em idosos institucionalizados. Um estudo transversal
Palavras-chave:
Força muscular, aptidão física, envelhecimento, autonomia pessoal, instituição de longa permanência para idososResumo
Introdução: A dinapenia é caracterizada pela redução da força muscular que acontece durante o processo de envelhecimento. Objetivo: Analisar a prevalência e os fatores associados à dinapenia em idosos institucionalizados. Métodos: Foram avaliados idosos institucionalizados de São Caetano do Sul. A dinapenia foi caracterizada pela reduzida força de preensão manual combinada com reduzida força de membros inferiores. As variáveis independentes avaliadas foram sexo, idade, tempo de institucionalização, medicamentos, satisfação com a vida, depressão, suspeita de deficit cognitivo e número de passos por dia. A análise de regressão logística estimou o odds ratio (OR) com intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Resultados: A prevalência de dinapenia foi de 36% entre os idosos. Um dos fatores associados à dinapenia foi a pior satisfação com a vida. Idosos com menor circunferência de panturrilha apresentaram maior chance de dinapenia (OR = 2,44; IC 95%: 1,14-5,25); por outro lado, o excesso de peso mostrou-se um fator protetor para a dinapenia (OR = 0,09; IC 95%: 0,02-0,57). Além desses fatores, idosos com alterações nas atividades da vida diária apresentaram maior chance de dinapenia (OR: 3,73; IC 95%: 1,54-9,05). Conclusão: Idosos dinapênicos institucionalizados apresentaram redução nas atividades da vida diárias, na satisfação com a vida e a menor circunferência da panturrilha. Por outro lado, o excesso de peso mostrou ser importante fator protetor para a reduzida força muscular neste grupo
Referências
Janssen I, Shepard DS, Katzmarzyk PT, Roubenoff R. The healthcare costs of sarcopenia in the United States. J Am Geriatr Soc. 2004;52(1):80-5. PMID: 14687319.
Visser M, Goodpaster BH, Kritchevsky SB, et al. Muscle mass, muscle strength, and muscle fat infiltration as predictors of incident mobility limitations in well-functioning older persons. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2005;60(3):324-33. PMID: 15860469; doi: 10.1093/gerona/60.3.324.
Landi F, Liperoti R, Fusco D, et al. Sarcopenia and mortality among older nursing home residents. J Am Med Dir Assoc. 2012;13(2):121-6. PMID: 21856243; doi: 10.1016/j. jamda.2011.07.004.
Cooper R, Kuh D, Hardy R; Mortality Review Group; FALCon and HALCyon Study Teams. Objectively measured physical capability levels and mortality: systematic review and meta-analysis. BMJ. 2010;341:c4467. PMID: 20829298; doi: 10.1136/bmj.c4467.
Cooper R, Strand BH, Hardy R, Patel KV, Kuh D. Physical capability in mid-life and survival over 13 years of followup: British birth cohort study. BMJ. 2014;348:g2219. PMID: 24787359; doi: 10.1136/bmj.g2219.
Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Ministério da Saúde. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Um panorama da saúde no Brasil. Acesso e utilização dos serviços, condições de saúde e fatores de risco e proteção à saúde. 2008. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 2010. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/panorama.pdf. Acessado em 2019 (7 set).
Giuliani CA, Gruber-Baldini AL, Park NS, et al. Physical performance characteristics of assisted living residents and risk for adverse health outcomes. Gerontologist. 2008;48(2):203-12. PMID: 18483432; doi: 10.1093/geront/48.2.203.
Geraldes AAR, Oliveira ARM, Albuquerque RB, Carvalho JM, Farinatti PTV. A força de preensão manual é boa preditora do desempenho funcional de idosos frágeis: um estudo correlacional múltiplo. Rev Bras Med Esporte. 2008;14(1):12-6. doi: 10.1590/S1517-86922008000100002.
Gonçalves LH, Silva AH, Mazo GZ, et al. O idoso institucionalizado: avaliação da capacidade funcional e aptidão física [Institutionalized elderly: functional capacity and physical fitness]. Cad Saude Publica. 2010;26(9):1738-46. PMID: 20877934; doi: 10.1590/S0102-311X2010000900007.
Manini TM, Clark BC. Dynapenia and aging: an update. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2012;67(1):28-40. PMID: 21444359; doi: 10.1093/gerona/glr010.
McLean RR, Shardell MD, Alley DE, et al. Criteria for clinically relevant weakness and low lean mass and their longitudinal association with incident mobility impairment and mortality: the foundation for the National Institutes of Health (FNIH) sarcopenia project. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2014;69(5):576-83. PMID: 24737560; doi: 10.1093/gerona/glu012.
Rikli RE, Jones CJ. Senior Fitness Test Manual. Champaign, IL: Human Kinetics; 2001. ISBN-10: 0736033564 Yesavage JA, Brink TL, Rose TL, et al. Development and validation of a geriatric depression screening scale: a preliminary report. J Psychiatr Res. 1982-1983;17(1):37-49. PMID: 7183759.
Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. “Mini-mental state”. A practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. J Psychiatr Res. 1975;12(3):189-98. PMID: 1202204.
Brucki SM, Nitrini R, Caramelli P, Bertolucci PH, Okamoto IH. [Suggestions for utilization of the mini-mental state examination in Brazil]. Arq Neuropsiquiatr. 2003;61(3B):777-81. PMID: 14595482.
Cantrill H. The pattern of human concerns. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press; 1967.
Riberto M, Miyazaki MH, Jucá SSH, et al. Validação da Versão Brasileira da Medida de Independência Funcional. Acta Fisiatr. 2004;11(2):72-6. Disponível em: actafisiatrica.org.br/audiencia_ pdf.asp?aid2=268&nomeArquivo=v11n2a05.pdf. Acessado em 2019 (7 set).
Physical status: The use and interpretation of anthropometry. Report of a WHO Expert Committee. World Health Organ Tech Rep Ser. 1995;854:1-452. PMID: 8594834.
Marchon RM, Cordeiro RC, Nakano MM. Capacidade Funcional: estudo prospectivo em idosos residentes em uma instituição de longa permanência [Funtional capacity of elderly people living in a long-term care facility: a prospective study]. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2010;13(2):203-14. doi: 10.1590/S1809- 98232010000200005.
Cruz-Jentoft AJ, Baeyens JP, Bauer JM, et al. Sarcopenia: European consensus on definition and diagnosis: Report of the European Working Group on Sarcopenia in Older People. Age Ageing. 2010;39(4):412-23. PMID: 20392703; doi: 10.1093/ ageing/afq034.
Maciel ACC, Araujo LM. Fatores associados às alterações na velocidade de marcha e força de preensão manual em idosos institucionalizados. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2010;13(2):179-89. doi: 10.1590/S1809-98232010000200003.
Bigaard J, Frederiksen K, Tjønneland A, et al. Body fat and fatfree mass and all-cause mortality. Obes Res. 2004;12(7):1042-9. PMID: 15292467; doi: 10.1038/oby.2004.131.
Tudor-Locke C, Craig CL, Aoyagi Y, et al. How many steps/ day are enough? For older adults and special populations. Int J Behav Nutr Phys Act. 2011;8:80. PMID: 21798044; doi: 10.1186/1479-5868-8-80.
American College of Sports M, Chodzko-Zajko WJ, Proctor DN, et al. American College of Sports Medicine position stand. Exercise and physical activity for older adults. Med Sci Sports Exerc. 2009;41(7):1510-30. PMID: 19516148; doi: 10.1249/ MSS.0b013e3181a0c95c.