Tracking de 10 anos da aptidão física e capacidade funcional de mulheres adultas praticantes de atividade física
Palavras-chave:
Envelhecimento, estudo longitudinal, aptidão física, atividade física, antropometriaResumo
Contexto e objetivo: Diversos benefícios são advindos da prática da atividade física durante o envelhecimento, porém poucos são os achados que apresentem os dados ao longo do tempo. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar a estabilidade das variáveis da aptidão física e capacidade funcional de mulheres adultas praticantes de atividade física em um período de 10 anos. Desenho e local: Estudo longitudinal com mulheres de São Caetano do Sul. Métodos: A amostra foi composta por 157 mulheres com idade entre 45 e 86 anos (65,7 ± 6,7), analisadas em quatro intervalos de tempo: baseline, 6, 8 e 10 anos, todas praticantes de atividade física. A avaliação incluiu variáveis antropométricas, neuromotoras e de capacidade funcional. A análise estatística utilizada foi o teste t de Student, correlação de Spearman Rho e delta percentual. O nível de significância adotado foi de P < 0,01. Resultados: Os resultados apresentaram correlações de estabilidade alta e significante (rho = 0,64 a 0,87) nos três grupos nas variáveis índice de massa corporal, adiposidade, força de membros superiores, flexibilidade e agilidade. O acompanhamento de 6 a 10 anos evidenciou diferenças significantes de força de membros superiores, inferiores, agilidade e equilíbrio, sendo expressa pela redução da força de membros superiores de 8% a 13%, força de membros inferiores de 18% a 21%, agilidade de 18% a 19% e equilíbrio de 28% a 34%. Conclusão: Houve estabilidade das variáveis antropométricas, neuromotoras, capacidade funcional e equilíbrio de mulheres adultas praticantes de atividade física, mesmo apresentando redução significativa nas variáveis citadas anteriormente.
Referências
Hallal PC, Knuth AG. Epidemiologia da atividade física e a aproximação necessária com as pesquisas qualitativas. Rev Bras Ciênc Esporte. 2011;33(1):181-92. https://doi.org/10.1590/S0101-32892011000100012.
Lutz W, Sanderson W, Scherbov S. The coming acceleration of global population ageing. Nature. 2008;451(7179):716-9. PMID: 18204438; https://doi.org/10.1038/nature06516.
Instituto Brasileiro de Geografia Estatística/IBGE. Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil. 2009. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/9336-indicadores-sociodemograficos-e-de-saude-no-brasil.html?=&t=publicacoes. Acessado em 2023 (8 fev).
Warburton DER, Nicol CW, Bredin SSD. Health benefits of physical activity: the evidence. CMAJ. 2006;174(6):801-9. PMID: 16534088; https://doi.org/10.1503/cmaj.051351.
Matsudo SMM. Envelhecimento, atividade física e saúde. Bol. Inst. Saúde. 2009;(47):76-9. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/bis/article/view/33831. Acessado em 2023(16 fev).
Pitanga FJG. Epidemiologia, atividade física e saúde. Rev Bras Ciên e Mov. 2002;10(3):49-54. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/rbcm/article/view/463. Acessado em 2023 (9 fev).
Araújo DSMS, Araújo CGS. Aptidão física, saúde e qualidade de vida relacionada à saúde em adultos. Rev Bras Med Esporte. 2000;6(5):194-203. https://doi.org/10.1590/S1517-86922000000500005.
Blair SN, Kohl 3rd HW, Barlow CE, et al. Changes in physical fitness and all-cause mortality. A prospective study of healthy and unhealthy men. JAMA. 1995;273(14):1093-8. PMID: 7707596.
Blair SN, Kohl 3rd HW, Paffenbarger Jr RS, et al. Physical fitness and all-cause mortality. A prospective study of healthy men and women. JAMA. 1989;262(17):2395-401. PMID: 2795824; https://doi.org/10.1001/jama.262.17.2395.
Malina RM. Tracking of physical activity and physical fitness across the lifespan. Res Q Exerc Sport.1996;67(3 Suppl):48-57. PMID: 8902908; https://doi.org/10.1080/02701367.1996.10608853.
Matsudo SMM. Avaliação do idoso: física e funcional. Santo André: Gráfica Mali; 2010.
Silva Júnior JP, Silva LJ, Ferrari G, et al. Estabilidade das variáveis de aptidão física e capacidade funcional de mulheres fisicamente ativas de 50 a 89 anos. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2011;13(1):8-14. https://doi.org/10.5007/1980-0037.2011v13n1p8.
Matton L, Thomis M, Wijndaele K, et al. Tracking of physical fitness and physical activity from youth to adulthood in females. Med Sci Sports Exerc. 2006;38(6):1114-20. PMID: 16775554;https://doi.org/10.1249/01.mss.0000222840.58767.40.
Matsudo SMM, Marin RV, Ferreira MT, Araújo TL, Matsudo VKR. Estudo longitudinal- tracking de 4 anos - da aptidão física de mulheres da maioridade fisicamente ativas. Rev Bras Ciênc Mov. 2004;12(3);47-52. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/573. Acessado em 2023 (16 fev).
Ling CHY, Taekema D, de Craen AJM, et al. Handgrip strength and mortality in the oldest old population: the Leiden 85-plus study. CMAJ. 2010;182(5):429-35. PMID: 20142372; https://doi.org/10.1503/cmaj.091278.
Gale CR, Martyn CN, Cooper C, Sayer AA. Grip strength, body composition, and mortality. Int J Epidemiol. 2007;36(1):228-35. PMID: 17056604; https://doi.org/10.1093/ije/dyl224.
Rantanen T, Volpato S, Ferrucci L, et al. Handgrip strength and cause-specific and total mortality in older disabled women: exploring the mechanism. J Am Geriatr Soc. 2003;51(5):636-41. PMID: 12752838; https://doi.org/10.1034/j.1600-0579.2003.00207.x.
Taekema DG, Gussekloo J, Maier AB, Westendorp RGJ, de Craen AJM. Handgrip strength as a predictor of functional, psychological and social health. A prospective population-based study among the oldest old. Age Ageing. 2010;39(3):331-7. PMID: 20219767; https://doi.org/10.1093/ageing/afq022.
Miyasike-da-Silva V, Villar R, Zago AS, Polastri PF, Gobbi S. Nível de agilidade em indivíduos entre 42 e 73 anos: efeitos de um programa de atividades físicas generalizadas de intensidade moderada. Rev Bras Cienc Esporte. 2002;23(3):65-79. Disponível em: http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/285. Acessado em 2023 (9 fev).
Horak FB. Postural orientation and equilibrium: what do we need to know about neural control of balance to prevent falls? Age Ageing. 2006;35(Suppl 2):ii7-ii11. PMID: 16926210; https://doi.org/10.1093/ageing/afl077.
Montero-Odasso M, Schapira M, Soriano ER, et al. Gait velocity as a single predictor of adverse events in healthy seniors aged 75 years and older. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2005;60(10):1304-9. PMID: 16282564; https://doi.org/10.1093/gerona/60.10.1304.
Abreu SSE, Caldas CP. Velocidade de marcha, equilíbrio e idade: um estudo correlacional entre idosas praticantes e idosas não praticantes de um programa de exercícios terapêuticos. Braz J Phys Ther. 2008;12(4):324-30. https://doi.org/10.1590/S1413-35552008000400012.
Rubenstein LZ. Falls in older people: epidemiology, risk factors and strategies for prevention. Age Ageing. 2006;35(Suppl 2):ii37-ii41. PMID: 16926202; https://doi.org/10.1093/ageing/afl084.
Cesari M, Kritchevsky SB, Penninx BWHJ, et al. Prognostic value of usual gait speed in well-functioning older people--results from the Health, Aging and Body Composition Study. J Am Geriatr Soc. 2005;53(10):1675-80. PMID: 16181165; https://doi.org/10.1111/j.1532-5415.2005.53501.x.