Prevalência de sinéquias uterinas após curetagem por aborto
Palavras-chave:
Histeroscopia, Diagnóstico pré-natal, Aborto retido, Aborto incompleto, InfertilidadeResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: As sinéquias uterinas são complicações que podem ocorrer após curetagem uterina por aborto. Como se trata de causa importante de infertilidade, muitos autores têm indicado uma investigação rotineira após curetagens uterinas por aborto. O objetivo do estudo foi avaliar a cavidade uterina de pacientes submetidas a curetagem após aborto para detectar a prevalência das sinéquias e a possível associação com alguns fatores sociais e clínicos. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo de corte transversal, realizado na Unidade de Reprodução Humana do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). MÉTODOS: 109 mulheres foram submetidas a histeroscopia diagnóstica ambulatorial 3 a 12 meses após curetagem por aborto. Dados clínicos foram obtidos dos prontuários médicos. As correlações entre as características clínicas e a prevalência de sinéquias uterinas foram testadas através do cálculo do quiquadrado e do teste exato de Fisher. RESULTADOS: A prevalência de sinéquias foi de 37,6%. O número de abortos anteriores e de curetagens não se correlacionou com a presença de sinéquias. A maioria das mulheres (56,1%) apresentou sinéquias grau I. CONCLUSÕES: Neste estudo, 37,6% das mulheres submetidas a curetagem por aborto apresentaram sinéquias, a maioria delas do tipo mucoso e de grau I. Nenhuma das características clínicas e demográfi - cas avaliadas associou-se às sinéquias. Os resultados deste estudo não autorizam indicação rotineira de histeroscopia diagnóstica em pacientes submetidas a curetagem uterina por aborto.
Downloads
Referências
Ballagh SA, Harris HA, Demasio K. Is curettage needed for uncomplicated incomplete spontaneous abortion? Am J Obstet Gynecol. 1998;179(5):1279-82.
Brasil. Ministério da Saúde. Datasus. Informações de Saúde. Procedimentos hospitalares do SUS – por local de residência
– Brasil. AIH pagas segundo Região. Procedimento: 35014016 Curetagem pós aborto. Período: Dez/2005. Available from: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/pruf.def. Accessed in 2007 (Sep 12).
Al-Inany H. Intrauterine adhesions. An update. Acta Obstet Gynecol Scand. 2001;80(11):986-93.
Westendorp IC, Ankum WM, Mol BW, Vonk J. Prevalence of Asherman’s syndrome after secondary removal of placental remnants or a repeat curettage for incomplete abortion. Hum Reprod. 1998;13(12):3347-50.
Römer T. Post-abortion hysteroscopy--a method for early diag- nosis of congenital and acquired intrauterine causes of abortions. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 1994;57(3):171-3.
Friedler S, Margalioth EJ, Kafka I, Yaffe H. Incidence of post- abortion intra-uterine adhesions evaluated by hysteroscopy--a prospective study. Hum Reprod. 1993;8(3):442-4.
Golan A, Schneider D, Avrech O, Raziel A, Bukovsky I, Caspi E. Hysteroscopic findings after missed abortion. Fertil Steril. 1992;58(3):508-10.
Lurie S, Appelman Z, Katz Z. Curettage after midtrimester termination of pregnancy. Is it necessary? J Reprod Med. 1991;36(11):786-8.
Adoni A, Palti Z, Milwidsky A, Dolberg M. The incidence of intrauterine adhesions following spontaneous abortion. Int J Fertil. 1982;27(2):117-8.
Schenker JG, Margalioth EJ. Intrauterine adhesions: an updated appraisal. Fertil Steril. 1982;37(5):593-610.
Valle RF. Lysis of intrauterine adhesions (Asherman’s Syndrome). In: Sutton C, Diamond M. Endoscopic surgery for gynaecologists. London: WB Saunders Company Ltd.; 1993. p. 338-44.
Roge P, D’Ercole C, Cravello L, Boubli L, Blanc B. Hysteroscopic management of uterine synechiae: a series of 102 observations. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 1996;65(2):189-93.
Wamsteker K, Blok S. Diagnostic hysteroscopy: technique and docu- mentation. In: Sutton C, Diamond M, editors. Endoscopic surgery for gynaecologists. London: WB Saunders; 1993. p. 262-76.
Malik E, Berg C, Sterzik K, Stoz F, Rossmanith WG. Reproductive outcome of 32 patients with primary or secondary infertility and uterine pathology. Arch Gynecol Obstet. 2000;264(1):24-6.
Valle RF, Sciarra JJ. Intrauterine adhesions: hysteroscopic diagnosis, classification, treatment, and reproductive outcome. Am J Obstet Gynecol. 1988;158(6 Pt 1):1459-70.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.