O papel da uréia sérica e urinária na avaliação da oferta protéica enteral em recém-nascidos de muito baixo peso adequados e pequenos para a idade gestacional

Autores

  • Silvana Darcie Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Cléa Rodrigues Leone Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Idade gestacional, Recém-nascido pequeno para a idade gestacional, Recém-nascido de muito baixo peso, Uréia

Resumo

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Os recém-nascidos de muito baixo-peso (RNMBP) têm necessidades nutricionais especiais. Existe uma tendência atual de se individualizar a oferta protéica para essas crianças. O objetivo do trabalho é determinar a utilidade da uréia sérica e urinária como indicadores da oferta protéica em RNMBP adequados (AIG) e pequenos para a idade gestacional (PIG). TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo prospectivo realizado no Berçário Anexo à Maternidade Instituto da Criança “Prof. Pedro de Alcântara” do Hospital das Clínicas, Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, Brasil. MÉTODOS: Setenta e dois RNMBP (oferta protéica média = 3,7 g/kg/dia) foram incluídos, em um estudo de coorte prospectivo, em dois grupos: AIG (n = 34) e PIG (n = 38). Amostras de sangue, coletas de urina de seis horas (Ur6h) e em amostras isoladas (AIUr) foram obtidas para determinação de uréia e creatinina após a 3a semana de vida e duas semanas após. Análise estatística: teste t de Student, correlação de Pearson e regressão linear (p < 0,05). RESULTADOS: Não houve diferença entre os grupos quanto aos níveis de uréia sérica, uréia Ur6h e uréia AIUr, bem como entre as duas avaliações dentro de cada grupo. A uréia sérica correlacionou-se à uréia Ur6h nos RNAIG e nos PIG, bem como à uréia AIUr nos RNPIG. A uréia Ur6h correlacionou-se à uréia AIUr nos RNAIG e nos RNPIG. Não houve correlação entre a oferta protéica e a uréia sérica ou urinária. CONCLUSÕES: A uréia sérica e a urinária não refletiram a oferta protéica quando foram utilizadas ofertas médias de 3,7 g/kg/dia. Uréia AIUr pode ser tão confiável quanto uréia da urina coletada por períodos mais longos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Silvana Darcie, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, MSc. Staff member of Nursery attached to the Maternity Ward of the “Prof. Pedro de Alcantara” Children’s Institute, Hospital das Clínicas, Department of Pediatrics, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brazil.

Cléa Rodrigues Leone, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Associate professor, head of Nursery attached to the Maternity Ward of the “Prof. Pedro de Alcântara” Children’s Institute, Hospital das Clínicas, Department of Pediatrics, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brazil.

Referências

Fletcher AB. Nutrition. In: Avery GB, Fletcher MA, MacDonald MG, editors. Neonatology: pathophysiology and management of the newborn. 4th ed. Philadelphia: JB Lippincott; 1994. p. 330-56.

Pereira GR. Nutritional care of the extremely premature infant. Clin Perinatol. 1995;22(1):61-75.

Putet G. Energy. In: Tsang RC, Lucas A, Uauy R, Zlotkin S, editors. Nutritional needs of the preterm infant: scientific basis and practical guidelines. Baltimore: Williams & Wilkins; 1993. p. 15-28.

Ziegler EE. Protein requirements in preterm infant. In: Fomon SJ, Heird WC, editors. Energy and protein needs during infancy. New York: Academic Press; 1986. p. 69-85.

Lucas A, Gore SM, Cole TJ, et al. Multicentre trial on feeding low birthweight infants: effects of diet on early growth. Arch Dis Child. 1984;59(8):722-30.

Polberger SK, Axelsson IE, Räihä NC. Urinary and serum urea as indicators of protein metabolism in very low birthweight infants fed varying human milk protein intakes. Acta Paediatr Scand. 1990;79(8-9):737-42.

Micheli JL, Schutz Y. Protein. In: Tsang RC, Lucas A, Uauy R, et al, editors. Nutritional needs of the preterm infant: scientific basis and practical guidelines. Baltimore: Williams & Wilkins; 1993. p. 29-46.

Anderson DM. Nutritional assessment and therapeutic interventions for the preterm infant. Clin Perinatol. 2002;29(2):313-26.

Mounla N. A grid to assess the nutritional status of low- birth-weight infants in the neonatal period. Am J Perinatol. 2004;21(1):45-7.

Rigo J, de Curtis M, Pieltain C. Nutritional assessment in preterm infants with special reference to body composition. Semin Neonatol. 2001;6(5):383-91.

Ballard JL, Khoury JC, Wedig K, Wang L, Eilers-Walsman BL, Lipp R. New Ballard Score, expanded to include extremely premature infants. J Pediatr. 1991;119(3):417-23.

Ramos JLA. Avaliação do crescimento intra-uterino por me- didas antropométricas do recém-nascido. [Thesis]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 1983.

Whelton A, Watson AJ, Rock RC. Nitrogen metabolites and renal function. In: Burtis CA, Ashwood ER, editors. Tietz Textbook of Clinical Chemistry. 2nd ed. Philadelphia: Saunders; 1994. p. 1513-75.

Moro GE, Minoli I, Ostrom M, et al. Fortification of human milk: evaluation of a novel fortification scheme and of a new fortifier. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 1995;20(2):162-72.

Boehm G, Müller DM, Beyreiss K, Räihä NC. Evidence for functional immaturity of the ornithine-urea cycle in very-low- birth-weight infants. Biol Neonate. 1988;54(3):121-5.

Kashyap S, Heird WC. Protein requirements of low birthweight, very low birthweight, and small for gestational age infants. In: Räihä Niels CR, editor. Protein metabolism during infancy. New York: Nestec Ltd. Vevey/Raven Press; 1994. p. 133-46.

Boehm G, Senger H, Müller D, Beyreiss K, Räihä NC. Meta- bolic differences between AGA- and SGA-infants of very low birthweight. II. Relationship to protein intake. Acta Paediatr Scand. 1988;77(5):642-6.

Boehm G, Räihä NC. Postmenstrual age correlates to indices of protein metabolism in very low birth weight infants. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 1993;16(3):306-10.

Downloads

Publicado

2005-11-11

Como Citar

1.
Darcie S, Leone CR. O papel da uréia sérica e urinária na avaliação da oferta protéica enteral em recém-nascidos de muito baixo peso adequados e pequenos para a idade gestacional. Sao Paulo Med J [Internet]. 11º de novembro de 2005 [citado 15º de outubro de 2025];123(6):261-5. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/2387

Edição

Seção

Artigo Original