As classificações das fraturas do rádio distal são reprodutíveis? Concordância intra e interobservadores

Autores

  • João Carlos Belloti Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina
  • Marcel Jun Sugawara Tamaoki Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina
  • Carlos Eduardo da Silveira Franciozi Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina
  • João Baptista Gomes dos Santos Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina
  • Daniel Balbachevsky Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina
  • Eduardo Chap Chap Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina
  • Walter Manna Albertoni Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina
  • Flávio Faloppa Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

Palavras-chave:

Fratura de Colles, Fraturas do rádio, Classificação, Reprodutibilidade dos testes, Estudos de validação

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: Para que as classificações das fraturas possam ser úteis, elas devem prover o prognóstico, apresentar concordância interobservador e reprodutibilidade intraobservador. O objetivo foi avaliar a concordância intra e interobservadores das classificações das fraturas do rádio distal. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo de validação (concordância intra e interobservadores), desenvolvido no Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), São Paulo, Brasil. MÉTODO: Foram avaliadas 90 fraturas do rádio distal com desvio por meio de radiografias por cinco observadores (um médico residente de Ortopedia do terceiro ano, um graduando do sexto ano de medicina, um médico radiologista, um ortopedista especializado em trauma e um ortopedista especializado em cirurgia da mão) em três momentos diferentes, empregando as classificações Universal (Cooney), AO/ASIF (Osteosynthesfragen/Association for the Study of Internal Fixation), Frykman e Fernández. Aplicou-se o coeficiente de concordância kappa (κ) para avaliação das classificações. RESULTADOS: O maior κ intraobservador médio, se considerarmos os três momentos, foi da classificação Universal (κ = 0,61), seguida da Fernández (κ = 0,59), Frykman (κ = 0,55) e AO/ASIF (κ = 0,49). A concordância interobservador foi insatisfatória em todas as classificações. A classificação de Fernández mostrou a melhor concordância (κ = 0,44) e a pior foi a de Frykman (κ = 0,26). CONCLUSÃO: Os baixos níveis de concordância observados neste estudo sugerem que atualmente ainda não há um método de classificação plenamente reprodutível.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

João Carlos Belloti, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

MD, MSc, PhD. Attending physician in the Traumatology Sector, Department of Orthopedics and Traumatology, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), São Paulo, Brazil.

Marcel Jun Sugawara Tamaoki, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

Third-year resident in the Department of Orthopedics and Traumatology, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), São Paulo, Brazil.

Carlos Eduardo da Silveira Franciozi, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

Third-year resident in the Department of Orthopedics and Traumatology, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), São Paulo, Brazil.

João Baptista Gomes dos Santos, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

MD, PhD. Adjunct professor and head of Hand Surgery Clinic, Department of Orthopedics and Traumatology, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), São Paulo, Brazil.

Daniel Balbachevsky, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

MD. Attending physician in the Traumatology Sector, Department of Orthopedics and Traumatology, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), São Paulo, Brazil.

Eduardo Chap Chap, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

Sixth-year undergraduate, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), São Paulo, Brazil.

Walter Manna Albertoni, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

MD, PhD. Titular professor of the Department of Orthopedics and Traumatology, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), São Paulo, Brazil.

Flávio Faloppa, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina

MD, PhD. Titular professor and head of the Department of Orthopedics and Traumatology, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), São Paulo, Brazil.

Referências

Pires PR. Fraturas do rádio distal. In: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Traumatologia ortopédica. Rio de Janeiro: Revinter; 2004.

Falch JA. Epidemiology of fractures of the distal forearm in Oslo, Norway. Acta Orthop Scand. 1983;54(2):291-5.

Colles A. On the fracture of the carpal extremity of the radius. Edinb Med Surg J. 1814;10:181. Clin Orthop Relat Res. 2006;445:5-7.

Smith RW. A treatise on fractures in the vicinity of joints and on certain forms of accidental and congenital dislocations. Dublin: Hodges & Smith; 1847.

Pouteau C. Contenant quelques reflexions sur quelques fractures de l’avant-bras, sur le luxations incomplètes du poignet et sur le diastasis. In: Pouteau C. Oeuvres Posthumes de M. Pouteau. Paris: Ph.D. Pierres; 1783. p. 251-66.

Gartland JJ Jr, Werley CW. Evaluation of healed Colles’ fractures. J Bone Joint Surg Am. 1951;33-A(4):895-907.

Lindstrom A. Fractures of the distal end of radius. A clinical and statistical study of end results. Acta Orthop Scand Suppl. 1959;41:1-118.

Frykman G. Fracture of distal radius including sequelae--shoul- der-hand-finger syndrome, disturbance in the distal radio-ulnar joint and impairment of nerve function. A clinical and experi- mental study. Acta Orthop Scand. 1967;Suppl 108:3+.

Melone CP Jr. Distal radius fractures: patterns of articular fragmentation. Orthop Clin North Am. 1993;24(2):239-53.

Andersen DJ, Blair WF, Steyers CM Jr, Adams BD, el-Khouri GY, Brandser EA. Classification of distal radius fractures: an analysis of interobserver reliability and intraobserver reproduc- ibility. J Hand Surg [Am]. 1996;21(4):574-82.

Burstein AH. Fracture classification systems: do they work and are they useful? J Bone Joint Surg Am. 1993;75(12):1743-4.

Kreder HJ, Hanel DP, McKee M, Jupiter J, McGillivary G, Swiontkowski MF. Consistency of AO fracture classification for the distal radius. J Bone Joint Surg Br. 1996;78(5):726-31.

Cooney WP. Fractures of the distal radius. A modern treatment-based classification. Orthop Clin North Am. 1993;24(2):211-6.

Fernández DL. Fractures of the distal radius: operative treatment. Instr Course Lect. 1993;42:73-88.

Martin JS, Marsh JL. Current classification of fractures. Ratio- nale and utility. Radiol Clin North Am. 1997;35(3):491-506.

Oliveira Filho OM, Belangero WD, Teles JBM. Fraturas do rádio distal: avaliação das classificações. Rev Assoc Med Bras (1992). 2004;50(1):55-61.

Fleiss JL, Slakter MJ, Fischman SL, Park MH, Chilton NW. Inter-examiner reliability in caries trials. J Dent Res. 1979;58(2):604-9.

Scott WA. Reliability of content analysis: the case of nominal scale coding. Public Opinion Quarterly. 1955;19:321-5. Available from: http://poq.oxfordjournals.org/cgi/content/summary/19/3/321. Accessed in 2008 (Apr 7).

Cohen J. A coefficient of agreement for nominal scales. Educ Psychol Meas. 1960;20(3):37-46. Available from: http://www.garfield.library.upenn.edu/classics1986/A1986AXF2600001.pdf. Accessed in 2008 (Apr 7).

Martin JS, Marsh JL, Bonar SK, DeCoster TA, Found EM, Brandser EA. Assessment of the AO/ASIF fracture classification for the distal tibia. J Orthop Trauma. 1997;11(7):477-83.

Belloti JC, Santos JB, Atallah AN, Albertoni WM, Faloppa F. Fractures of the distal radius (Colles’ fracture). Sao Paulo Med J. 2007;125(3):132-8.

Illarramendi A, González Della Valle A, Segal E, De Carli P, Maignon G, Gallucci G. Evaluation of simplified Frykman and AO classifications of fractures of the distal radius. Assessment of interobserver and intraobserver agreement. Int Orthop. 1998;22(2):111-5.

Handoll HH, Madhok R. Closed reduction methods for treating distal radial fractures in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2003;(1):CD003763.

Lafontaine M, Hardy D, Delince P. Stability assessment of distal radius fractures. Injury. 1989;20(4):208-10.

Abbaszadegan H, Jonsson U, von Sivers K. Prediction of instability of Colles’ fractures. Acta Orthop Scand. 1989;60(6):646-50.

Nesbitt KS, Failla JM, Les C. Assessment of instabil- ity factors in adult distal radius fractures. J Hand Surg [Am]. 2004;29(6):1128-38.

Lill CA, Goldhahn J, Albrecht A, Eckstein F, Gatska C, Schneider E. Impact of bone density on distal radius fracture patterns and comparison between five different fracture clas- sifications. J Orthop Trauma. 2003;17(4):271-8.

Downloads

Publicado

2008-05-05

Como Citar

1.
Belloti JC, Tamaoki MJS, Franciozi CE da S, Santos JBG dos, Balbachevsky D, Chap EC, Albertoni WM, Faloppa F. As classificações das fraturas do rádio distal são reprodutíveis? Concordância intra e interobservadores. Sao Paulo Med J [Internet]. 5º de maio de 2008 [citado 14º de março de 2025];126(3):180-5. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1966

Edição

Seção

Artigo Original