Desenvolvimento do raciocínio clínico na graduação médica em uma universidade brasileira

Autores

  • Alexandre Roberti Universidade Federal de Goiás
  • Maria do Rosário Ferraz Roberti Universidade Federal de Goiás
  • Edna Regina Silva Pereira Universidade Federal de Goiás
  • Celmo Celeno Porto Universidade Federal de Goiás
  • Nilce Maria da Silva Campos Costa Universidade Federal de Goiás

Palavras-chave:

Pesquisa qualitativa, Estudantes de medicina, Educação médica, Currículo, Cognição

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: Tem-se compreensão parcial dos processos cognitivos relacionados ao desenvolvimento do raciocínio clínico, o que justifica as dificuldades no ensino dessa competência nos cursos de medicina. Este estudo tem como objetivo compreender como se desenvolve o raciocínio clínico em acadêmicos de medicina. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Pesquisa descritiva exploratória quantitativa e qualitativa, realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. MÉTODOS: A técnica de grupos focais foi utilizada entre 40 acadêmicos, que participaram de cinco grupos focais, com oito acadêmicos de cada ano, do primeiro ao quinto ano do curso médico. O material foi submetido a análise de conteúdo por categorias, posteriormente quantificado e submetido a análise estatística descritiva e teste de qui-quadrado para estatística inferencial. RESULTADOS: O conteúdo das falas dos participantes foi dividido em duas categorias: raciocínio clínico — na fase pré-clínica, o raciocínio clínico é baseado no conhecimento das disciplinas básicas e, na fase clínica, há uma mudança para o reconhecimento de padrões; conhecimento das disciplinas básicas — 80,6% percebem sua utilização, porém assinalam que o usam apenas em casos difíceis. CONCLUSÃO: Na fase pré-clínica, em uma escola médica com currículo tradicional, o raciocínio clínico é dependente dos conhecimentos adquiridos nas disciplinas básicas e, na fase clínica, passa para o reconhecimento de padrões.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alexandre Roberti, Universidade Federal de Goiás

MD, MSc. Assistant Professor, Medical School, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Goiás, Brazil.

Maria do Rosário Ferraz Roberti, Universidade Federal de Goiás

MD, PhD. Adjunct Professor, Medical School, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Goiás, Brazil.

Edna Regina Silva Pereira, Universidade Federal de Goiás

MD, PhD. Adjunct Professor, Medical School, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Goiás, Brazil.

Celmo Celeno Porto, Universidade Federal de Goiás

MD, PhD. Emeritus Professor, Medical School, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Goiás, Brazil.

Nilce Maria da Silva Campos Costa, Universidade Federal de Goiás

RD, PhD. Associate Professor of Nutrition, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Goiás, Brazil.

Referências

Donnon T, Violato C. Medical students’ clinical reasoning skills as a function of basic science achievement and clinical competency measures: a structural equation model. Acad Med. 2006;81(10 Suppl):S120-3.

Fuks A, Boudreau JD, Cassell EJ. Teaching clinical thinking to first-year medical students. Med Teach. 2009;31(2):105-11.

Charlin B, Lubarsky S, Millette B, et al. Clinical reasoning processes: unravelling complexity through graphical representation. Med Educ. 2012;46(5):454-63.

Loftus S. Rethinking clinical reasoning: time for a dialogical turn. Med Educ. 2012;46(12):1174-8.

Groves M. Understanding clinical reasoning: the next step in working out how it really works. Med Educ. 2012;46(5):444-6.

Graber ML, Tompkins D, Holland JJ. Resources medical students use to derive a differential diagnosis. Med Teach. 2009;31(6):522-7.

Collard A, Gelaes S, Vanbelle S, et al. Reasoning versus knowledge retention and ascertainment throughout a problem-based learning curriculum. Med Educ. 2009;43(9):854-65.

Norman G. Research in clinical reasoning: past history and current trends. Med Educ. 2005;39(4):418-27.

Aldekhayel SA, Alselaim NA, Magzoub ME, et al. Constructing a question bank based on script concordance approach as a novel assessment methodology in surgical education. BMC Med Educ. 2012;12:100.

Schmidt HG, Norman GR, Boshuizen HP. A cognitive perspective on medical expertise: theory and implication. Acad Med. 1990;65(10):611-21.

Sibert L, Charlin B, Corcos J, et al. Stability of clinical reasoning assessment results with the Script Concordance test across two different linguistic, cultural and learning environments. Med Teach. 2002;24(5):522-7.

Croskerry P. A universal model of diagnostic reasoning. Acad Med. 2009;84(8):1022-8.

Charlin B, Tardif J, Boshuizen HP. Scripts and medical diagnostic knowledge: theory and applications for clinical reasoning instruction and research. Acad Med. 2000;75(2):182-90.

Kassirer JP. Teaching clinical reasoning: case-based and coached. Acad Med. 2010;85(7):1118-24.

Charlin B, Boshuizen HP, Custers EJ, Feltovich PJ. Scripts and clinical reasoning. Med Educ. 2007;41(12):1178-84.

Audétat MC, Laurin S, Sanche G, et al. Clinical reasoning difficulties: a taxonomy for clinical teachers. Med Teach. 2013;35(3):e984-9.

Chamberland M, St-Onge C, Setrakian J, et al. The influence of medical students’ self-explanations on diagnostic performance. Med Educ. 2011;45(7):688-95.

Woolley A, Kostopoulou O. Clinical intuition in family medicine: more than first impressions. Ann Fam Med. 2013;11(1):60-6.

Silva GAR. O processo de tomada de decisão na prática clínica: a medicina como estado da arte [The decision making process in clinical practice: medicine as a state of the art practice]. Rev Soc Bras Clin Med. 2013;11(1):75-9.

Réa-Neto A. Raciocínio clínico − o processo de decisão diagnóstica e terapêutica [Clinical reasoning - the diagnostic and therapeutic decision process]. Rev Assoc Med Bras (1992). 1998;44(4):301-11.

Ahopelto I, Mikkilä-Erdmann M, Olkinuora E, Kääpä P. A follow-up study of medical students’ biomedical understanding and clinical reasoning concerning the cardiovascular system. Adv Health Sci Educ Theory Pract. 2011;16(5):655-68.

Carneiro AV. O raciocínio clínico. Qual a sua natureza? Pode ensinar- se? Revista Portuguesa de Cardiologia. 2003;22(3):433-43. Available from: http://www.spc.pt/dl/rpc/artigos/461.pdf. Accessed in 2015 (Sep 8).

Brailovsky C, Charlin B, Beausoleil S, Coté S, Van der Vleuten C. Measurement of clinical reflective capacity early in training as a predictor of clinical reasoning performance at the end of residency: an experimental study on the script concordance test. Med Educ. 2001;35(5):430-6.

Mamede S, Schmidt HG, Penaforte JC. Effects of reflective practice on the accuracy of medical diagnoses. Med Educ. 2008;42(5):468-75.

Cooke M, Irby DM, Sullivan W, Ludmerer KM. American medical education 100 years after the Flexner report. N Engl J Med. 2006;355(13):1339-44.

Piovezan RD, Custódio O, Cendoroglo MS, Batista NA. Teste de concordância de scripts: uma proposta para a avaliação do raciocínio clínico em contextos de incerteza [Script concordance test: an approach to the evaluation of clinical reasoning in uncertain contexts]. Rev Bras Educ Méd. 2010;34(1):5-12.

Fournier JP, Demeester A, Charlin B. Script concordance tests: guidelines for construction. BMC Med Inform Decis Mak. 2008;8:18.

Dory V, Gagnon R, Vanpee D, Charlin B. How to construct and implement script concordance tests: insights from a systematic review. Med Educ. 2012;46(6):552-63.

Linn A, Khaw C, Kildea H, Tonkin A. Clinical reasoning - a guide to improving teaching and practice. Aust Fam Physician. 2012;41(1- 2):18-20.

Sibert L, Darmoni SJ, Dahamna B, et al. On line clinical reasoning assessment with Script Concordance test in urology: results of a French pilot study. BMC Med Educ. 2006;6:45.

Nouh T, Boutros M, Gagnon R, et al. The script concordance test as a measure of clinical reasoning: a national validation study. Am J Surg. 2012;203(4):530-4.

Bloom BS, Krathwohl DR, Masia BB. Taxonomy of educational objectives: the classification of educational goals: Longman; 1984.

Ferraz APCM, Belhot RV. Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais [Bloom’s taxonomy and its adequacy to define instructional objective in order to obtain excellence in teaching]. Gest Prod. 2010;17(2):421-31.

Boshuizen HPA, Schmidt HG. On the role of biomedical knowledge in clinical reasoning by experts, intermediates and novices. Cognitive Science. 1992;16(2):153-84. Available from: http://csjarchive.cogsci.rpi.edu/1992v16/i02/p0153p0184/MAIN.PDF. Accessed in 2015 (Sep 8).

Downloads

Publicado

2016-04-07

Como Citar

1.
Roberti A, Roberti M do RF, Pereira ERS, Porto CC, Costa NM da SC. Desenvolvimento do raciocínio clínico na graduação médica em uma universidade brasileira. Sao Paulo Med J [Internet]. 7º de abril de 2016 [citado 15º de outubro de 2025];134(2):110-5. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1029

Edição

Seção

Artigo Original