Prevalência da hipertensão arterial aferida na população brasileira, Pesquisa Nacional de Saúde, 2013

Autores

  • Deborah Carvalho Malta Universidade Federal de Minas Gerais
  • Nadir Baltazar dos Santos Universidade Federal de Minas Gerais
  • Rosângela Durso Perillo Universidade Federal de Minas Gerais
  • Célia Landmann Szwarcwald Universidade Federal de Minas Gerais

Palavras-chave:

Hipertensão, Inquéritos epidemiológicos, Fatores de risco, Doença crônica, Doenças cardiovasculares

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: Pressão alta (hipertensão) é a causa mais frequente de morbidade e importante fator de risco para complicações cardiovasculares. O objetivo foi descrever a prevalência de pressão arterial maior e igual a 140/90 mmHg na população adulta brasileira e nas Unidades Federadas, bem como informações autorreferidas sobre diagnóstico médico prévio de hipertensão, uso de medicação e acompanhamento médico para controle de hipertensão arterial. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal, analisando informações da Pesquisa Nacional de Saúde em 2013, referentes ao Brasil e Unidades Federadas. MÉTODOS: A amostra foi estimada em 81.254 domicílios e foram coletadas informações em 64.348 unidades domiciliares. A PNS consistiu em entrevistas, medidas físicas e laboratoriais. A pressão arterial foi considerada elevada quando a sistólica aferida ≥ 140 mmHg ou a pressão arterial diastólica ≥ 90 mmHg. RESULTADOS: Foi identificado que 22,8% da população tem pressão arterial medida ≥ 140/90 mmHg, sendo mais elevada em homens 25,8%, e 20,0% em mulheres. A frequência aumenta com a idade, chegando a 47,1% acima de 75 anos e as medidas foram mais elevadas nas regiões Sudeste e Sul; 43,2% referiram diagnóstico médico prévio de hipertensão; destes, 81,4%, relataram usar medicação para hipertensão e 69,6% foram ao médico no último ano para monitoramento da hipertensão, mostrando acompanhamento médico regular. CONCLUSÃO: Estes resultados são importantes para apoiar medidas de prevenção e tratamento ao hipertenso no país, visando atingir a meta da Organização Mundial de Saúde de redução da hipertensão em 25% na próxima década.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Deborah Carvalho Malta, Universidade Federal de Minas Gerais

MD, PhD. Professor and Researcher, Department of Mother and Child and Public Health, Nursing School, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brazil.

Nadir Baltazar dos Santos, Universidade Federal de Minas Gerais

BSc. Statistician, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rio de Janeiro, RJ, Brazil.

Rosângela Durso Perillo, Universidade Federal de Minas Gerais

MSc. Nurse, Municipal Health Department, Belo Horizonte, and Researcher, School of Medical Sciences, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brazil.

Célia Landmann Szwarcwald, Universidade Federal de Minas Gerais

PhD. Professor and Researcher, Institute of Health Communication and Scientific and Technological Information, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brazil.

Referências

World Health Organization. Health statistics and information systems. Estimates for 2000-2012. Cause-specific mortality. Available from: http://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/estimates/en/index1.html Accessed in 2016 (Feb 15).

World Health Organization. Global status report on noncommunicable diseases 2010. Geneva; World Health Organization; 2011. Available from: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44579/1/9789240686458_eng.pdf Accessed in 2016 (Feb 15).

Passos VMA, Assis TD, Barreto SM. Hipertensão arterial no Brasil: estimativa de prevalência a partir de estudos de base populacional [Hypertension in Brazil: estimates from population-based prevalence studies]. Epidemiol Serv Saúde. 2006;15(1):35-45.

Schmidt MI, Duncan BB, Azevedo e Silva G, et al. Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. Lancet. 2011;377(9781):1949-61.

Malta DC, Morais Neto OL, Silva Junior JB. Apresentação do plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, 2011 a 2022 [Presentation of the strategic action plan for coping with chronic diseases in Brazil from 2011 to 2022]. Epidemiol Serv Saúde. 2011;20(4):425-38.

Centers for Disease Control and Prevention. Behavioral Risk Factor Surveillance System. National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion. Available from: http://www.cdc.gov/BRFSS/ Accessed in 2016 (Feb 15).

Lima-Costa MF, Peixoto SV, Firmo JOA. Validade da hipertensão arterial auto-referida e seus determinantes (projeto Bambuí) [Validity of self-reported hypertension and its determinants (the Bambuí study)]. Rev Saúde Pública. 2004;38(5):637-42.

Andrade SSCA, Malta DC, Iser BM, Sampaio PC, Moura L. Prevalência da hipertensão arterial autorreferida nas capitais brasileiras em 2011 e análise de sua tendência no período de 2006 a 2011 [Prevalence of self-reported arterial hypertension in Brazilian capitals in 2011 and analysis of its trends in the period between 2006 and 2011]. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(supl. 1):215-26.

Brandão A. Hipertensão: conceituação, epidemiologia e prevenção primária. Rev Bras Hipertens. 2010;17(1):7-10.

Chor D, Pinho Ribeiro AL, Sá Carvalho M, et al. Prevalence, Awareness, Treatment and Influence of Socioeconomic Variables on Control of High Blood Pressure: Results of the ELSA-Brasil Study. PLoS One. 2015;10(6):e0127382.

Lotufo PA. Melhorando o controle da hipertensão arterial. Dados iniciais do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Diagn Tratamento. 2015;20(3):85-7.

Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Pesquisa Nacional de Saúde: 2013. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Brasil, grandes regiões e unidades da federação. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2014. Available from: ftp://ftp.ibge.gov.br/PNS/2013/pns2013.pdf. Accessed in 2016 (Feb 15).

Souza-Júnior PRB, Freitas MPS, Antonaci GA, Szwarcwald CL. Desenho da amostra da Pesquisa Nacional de Saúde 2013 [Sampling Design for the National Health Survey, 2013]. Epidemiol Serv Saúde. 2015;24(2)207-16.

Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde: 2013. Ciclos de Vida. Brasil e grandes regiões. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2015. Available from: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94522.pdf Accessed in 2016 (Feb 15).

Cooper R, Puras A, Tracy J, et al. Evaluation of an electronic blood pressure device for epidemiological studies. Blood Press Monit. 1997;2(1):35-40.

Pereira M, Lunet N, Azevedo A, Barros H. Differences in prevalence, awareness, treatment and control of hypertension between developing and developed countries. J Hypertens. 2009;27(5):963-75.

Lessa I, Magalhães L, Araújo MJ, et al. Hipertensão arterial na população adulta de Salvador (BA) - Brasil [Arterial hypertension in the adult population of Salvador (BA) - Brazil]. Arq Bras Cardiol. 2006;87(6):747-56.

Firmo JOA, Uchôa E, Lima-Costa MF. Projeto Bambuí: fatores associados ao conhecimento da condição de hipertenso entre idosos [The Bambuí Health and Aging Study (BHAS): factors associated with awareness of hypertension among older adults]. Cad Saúde Pública. 2004;20(2):512-21.

Barreto SM, Passos VMA, Firmo JOA, et al. Hypertension and clustering of cardiovascular risk factors in a community in Southeast Brazil -- The Bambuí Health and Ageing Study. Arq Bras Cardiol. 2001;77(6):576-81.

Paulucci TD Velasquez-Mendelez G, Bernal RIT, Lana FF, Malta DC. Análise do cuidado dispensado a portadores de hipertensão arterial em Belo Horizonte, segundo inquérito telefônico [Analysis of care given to patients with hypertension in Belo Horizonte, according to telephone survey]. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(supl. 1):227-40.

Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010. Available from: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010 Accessed in 2016 (Feb 15).

Nogueira D, Faerstein E, Coeli CM, et al. Reconhecimento, tratamento e controle da hipertensão arterial: estudo Pró-Saúde, Brasil [Awareness, treatment, and control of arterial hypertension: Pró-Saúde study, Brazil]. Rev Panam Salud Pública. 2010;27(2):103-9.

World Health Organization. Noncommunicable diseases and mental health. Global action plan for the prevention and control of NCDs 2013-2020. Geneva: World Health Organization; 2013. Available from: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/94384/1/9789241506236_eng.pdf?ua=1 Accessed in 2016 (Feb 15).

Mancia G, Parati G. Office compared with ambulatory blood pressure in assessing response to antihypertensive treatment: a meta-analysis. J Hypertens. 2004;22(3):435-45.

Nascimento LR, Molina M C, Faria CP, Cunha R S, Mill JG. Reprodutibilidade da pressão arterial medida no ELSA-Brasil com a monitorização pressórica de 24h [Reproducibility of arterial pressure measured in the ELSA-Brasil with 24-hour pressure monitoring]. Rev Saúde Pública. 2013;47(supl. 2):113-21.

Malta DC, Silva Junior JB. O plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e a definição das metas globais para o enfrentamento dessas doenças até 2025: uma revisão [Brazilian strategic action plan to combat chronic non-communicable diseases and the global targets set to confront these diseases by 2025: a review]. Epidemiol Serv Saúde. 2013;22(1):151-64

Downloads

Publicado

2016-04-07

Como Citar

1.
Malta DC, Santos NB dos, Perillo RD, Szwarcwald CL. Prevalência da hipertensão arterial aferida na população brasileira, Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Sao Paulo Med J [Internet]. 7º de abril de 2016 [citado 15º de outubro de 2025];134(2):163-70. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1030

Edição

Seção

Artigo Original