Métodos de pós-análise do limiar do lactato dependem da intensidade de treinamento e da capacidade aeróbica dos corredores. Um estudo laboratorial experimental

Autores

  • Tiago Lazzaretti Fernandes Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Rômulo dos Santos Sobreira Nunes Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Cesar Cavinato Cal Abad Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Andrea Clemente Baptista Silva Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Larissa Silva Souza Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Paulo Roberto Santos Silva Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Cyro Albuquerque Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Maria Cláudia Irigoyen Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Arnaldo José Hernandez Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Ácido láctico, Resistência física, Limiar anaeróbio, Consumo de oxigênio, Teste de esforço, Medicina esportiva

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: O objetivo do presente estudo é avaliar modelos matemáticos de pós-análise do limiar de lactato em grupos de corredores de longa distância muito ou pouco treinados. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo laboratorial experimental. Hospital Público Universitário Terciário. MÉTODO: Vinte e sete corredores homens foram divididos em: pouco treinados (frequência < 4 vezes por semana, < 6 meses, velocidade ≥ 5,0 minutos/km) e muito treinados (frequência ≥ 4 vezes por semana, ≥ 6 meses, velocidade < 5,0 minutos/km). Os participantes foram submetidos a protocolo de esteira escalonado (1% inclinação) = 1 km/h por fase (4 minutos). Ao fim de cada estágio, análise da “impressão digital” metabolômica foi realizada. O limiar do lactato (i.e. velocidade em que o lactato sanguíneo aumenta exponencialmente) foi medido utilizando-se três métodos: aumento de 1 mmol/l da concentração, concentração absoluta de 4 mmol e método semi-log. ANOVA foi utilizada para comparar os diferentes limiares de lactato e grupos. RESULTADO: Atletas muito treinados apresentaram limiares de lactato maiores que os corredores pouco treinados, independentemente do método de cálculo utilizado. Comparando todos os corredores juntos, as análises de aumento de 1 mmol/l e semi-log não foram diferentes, enquanto a concentração absoluta de 4 mmol/l foi significativamente mais baixa que as dos dois outros métodos. Essas mesmas tendências foram observadas ao se compararem os métodos de limiar de lactato no grupo menos treinado. Entretanto, a análise absoluta de 4 mmol/l foi menor do que a do aumento de 1 mmol/l no grupo muito treinado. CONCLUSÃO: O método concentração absoluta de 4 mmol não mostrou mensurações comparáveis de limiar do lactato quando comparado com os protocolos aumento de 1 mmol/l e semi-log nos atletas pouco treinados.

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Biografia do Autor

Tiago Lazzaretti Fernandes, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, MSc. Doctoral Student and Attending Physician, Sports Medicine Group, FIFA Medical Centre of Excellence, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), and Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT), Hospital das Clínicas (HC), São Paulo, Brazil.

Rômulo dos Santos Sobreira Nunes, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Undergraduate Student, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Cesar Cavinato Cal Abad, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MSc, PhD. Heart Institute, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), and Instituto do Coração (InCor), São Paulo, Brazil.

Andrea Clemente Baptista Silva, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD. Sports Medicine Group, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), and Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT), Hospital das Clínicas (HC), São Paulo, Brazil.

Larissa Silva Souza, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD. Sports Medicine Group, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), and Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT), Hospital das Clínicas (HC), São Paulo, Brazil.

Paulo Roberto Santos Silva, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

PhD. Sports Medicine Group, FIFA Medical Centre of Excellence, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), and Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT), Hospital das Clínicas (HC), São Paulo, Brazil.

Cyro Albuquerque, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MSC, PhD. Assistant Professor, Department of Mechanical Engineering, Centro Universitário da FEI, São Bernando do Campo, Brazil.

Maria Cláudia Irigoyen, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Professor, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), and Instituto do Coração (InCor), São Paulo, Brazil.

Arnaldo José Hernandez, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

PhD. Assistant Professor, Director of Sports Medicine Group, FIFA Medical Centre of Excellence, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), and Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT), Hospital das Clínicas (HC), São Paulo, Brazil.

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Publicado

2016-06-02

Como Citar

1.
Fernandes TL, Nunes R dos SS, Abad CCC, Silva ACB, Souza LS, Silva PRS, Albuquerque C, Irigoyen MC, Hernandez AJ. Métodos de pós-análise do limiar do lactato dependem da intensidade de treinamento e da capacidade aeróbica dos corredores. Um estudo laboratorial experimental. Sao Paulo Med J [Internet]. 2º de junho de 2016 [citado 14º de março de 2025];134(3):193-8. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1032

Edição

Seção

Artigo Original