Estrutura fatorial e propriedades psicométricas da Escala de Resiliência de Connor Davidson para pacientes brasileiros adulto

Autores

  • João Paulo Consentino Solano Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Eduardo Sawaya Botelho Bracher Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Alexandre Faisal-Cury Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Hazem Adel Ashmawi Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Maria José Carvalho Carmona Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Francisco Lotufo Neto Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Joaquim Edson Vieira Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Resiliência psicológica, Comparação transcultural, Estudos de validação, Psicometria, Questionários

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A resiliência pessoal está associada a diversos desfechos em saúde mental. A escala de resiliência de Connor-Davidson (CD-RISC) vem sendo amplamente empregada como uma medida autorrelatada de resiliência. Este estudo teve por objetivo verificar a confiabilidade e a validade de uma versão da CD-RISC para o português no contexto cultural brasileiro. DESENHO E LOCAL: Estudo transversal de validação conduzido nos ambulatórios de hospital público universitário. MÉTODOS: De acordo com diretrizes bem conhecidas, a adaptação cultural foi feita com 65 adultos entrevistados em ambulatórios psiquiátricos e não psiquiátricos de um hospital de ensino. A validação se deu pela aplicação concorrente do Inventário de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), Questionário de Autorrelato de Sintomas (SRQ), Escalas de Incapacidade de Sheehan (SDS) e Escala Graduada de Dor Crônica (CPG) a 575 pacientes do mesmo hospital. A estabilidade temporal foi verificada numa segunda aplicação a 123 participantes. RESULTADOS: A análise fatorial identificou quatro fatores, nomeados como tenacidade, adaptabilidadetolerância, amparo e intuição. Um coeficiente alfa de 0,93 e um coeficiente de correlação intraclasse de 0,84 indicaram adequadas consistência interna e estabilidade temporal. Correlações significativas entre esta versão da CD-RISC e o ISSL, SRQ, SDS e CPG foram identificadas. Os pacientes do ambulatório para personalidade borderline tiveram escores de resiliência significativamente mais baixos que os pacientes dos ambulatórios geral de ansiedade ou de estresse pós-traumático. CONCLUSÃO: A presente versão em português da escala de resiliência de Connor-Davidson apresentou confiabilidade e validade adequadas numa amostra de pacientes brasileiros adultos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

João Paulo Consentino Solano, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, MSc. Doctoral Student and Attending Psychiatrist in the Pain Control Group, Department of Anesthesiology, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brazil.

Eduardo Sawaya Botelho Bracher, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Director, Axis Clínica de Coluna, São Paulo, SP, Brazil.

Alexandre Faisal-Cury, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Medical Researcher, Department of Preventive Medicine, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brazil.

Hazem Adel Ashmawi, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Head of Pain Control Team, Department of Anesthesiology, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brazil.

Maria José Carvalho Carmona, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Associate Professor, Department of Anesthesiology, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brazil.

Francisco Lotufo Neto, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Head of Department of Psychiatry, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brazil.

Joaquim Edson Vieira, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Associate Professor, Department of Anesthesiology, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brazil.

Referências

Luthar SS, Brown PJ. Maximizing resilience through diverse levels of inquiry: Prevailing paradigms, possibilities, and priorities for the future. Dev Psychopathol. 2007;19(3):931-55.

Tiet QQ, Bird HR, Davies M, et al. Adverse life events and resilience. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 1998;37(11):1191-200.

Yunes MAM, Szymanski H. Resiliência: noção, conceitos afins e considerações críticas. In: Tavares J, editor. Resiliência e educação. 2a ed. São Paulo: Cortez; 2001. p. 13-42.

Picardi A, Bartone PT, Querci R, et al. Development and validation of the Italian version of the 15-item dispositional resilience scale. Riv Psichiatr. 2012;47(3):231-7.

Southwick SM, Charney DS. Resilience: The Science of Mastering Life’s Greatest Challenges. New York: Cambridge University Press; 2012.

Bonanno GA. Uses and abuses of the resilience construct: loss, trauma, and health-related adversities. Soc Sci Med. 2012;74(5):753-6.

Bonanno GA, Mancini AD. The human capacity to thrive in the face of potential trauma. Pediatrics. 2008;121(2):369-75.

Stewart DE, Yuen T. A systematic review of resilience in the physically ill. Psychosomatics. 2011;52(3):199-209.

Stewart RJ, Geller JL. Personal accounts: recovery is resilience in the face of symptoms. Psychiatr Serv. 2014;65(8):975-6.

West C, Buettner P, Stewart L, Foster K, Usher K. Resilience in families with a member with chronic pain: a mixed methods study. J Clin Nurs. 2012;21(23-24):3532-45.

West C, Stewart L, Foster K, Usher K. The meaning of resilience to persons living with chronic pain: an interpretive qualitative inquiry. J Clin Nurs. 2012;21(9-10):1284-92.

Schmidt MI, Duncan BB, Azevedo e Silva G, et al. Chronic non- communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. Lancet. 2011;377(9781):1949-61.

Ahern NR, Kiehl EM, Sole ML, Byers J. A review of instruments measuring resilience. Issues Compr Pediatr Nurs. 2006;29(2):103-25.

Windle G, Bennett KM, Noyes J. A methodological review of resilience measurement scales. Health Qual Life Outcomes. 2011;9:8.

Connor KM, Davidson JR. Development of a new resilience scale: the Connor-Davidson Resilience Scale (CD-RISC). Depress Anxiety. 2003;18(2):76-82.

Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91.

Guillemin F. Cross-cultural adaptation and validation of health status measures. Scand J Rheumatol. 1995;24(2):61-3.

Campbell-Sills L, Stein MB. Psychometric analysis and refinement of the Connor-davidson Resilience Scale (CD-RISC): Validation of a 10- item measure of resilience. J Trauma Stress. 2007;20(6):1019-28.

Karaırmak O. Establishing the psychometric qualities of the Connor-Davidson Resilience Scale (CD-RISC) using exploratory and confirmatory factor analysis in a trauma survivor sample. Psychiatry Res. 2010;179(3):350-6.

Notario-Pacheco B, Solera-Martínez M, Serrano-Parra MD, et al. Reliability and validity of the Spanish version of the 10-item Connor- Davidson Resilience Scale (10-item CD-RISC) in young adults. Health Qual Life Outcomes. 2011;9:63.

Notario-Pacheco B, Martínez-Vizcaíno V, Trillo-Calvo E, et al. Validity and reliability of the Spanish version of the 10-item CD-RISC in patients with fibromyalgia. Health Qual Life Outcomes. 2014;12:14.

Jørgensen IE, Seedat S. Factor structure of the Connor-Davidson resilience scale in South African adolescents. Int J Adolesc Med Health. 2008;20(1):23-32.

Jung YE, Min JA, Shin AY, et al. The Korean version of the Connor-Davidson Resilience Scale: an extended validation. Stress Health. 2012;28(4):319-26.

Yu XN, Lau JT, Mak WW, et al. Factor structure and psychometric properties of the Connor-Davidson Resilience Scale among Chinese adolescents. Compr Psychiatry. 2011;52(2):218-24.

Wang L, Shi Z, Zhang Y, Zhang Z. Psychometric properties of the 10-item Connor-Davidson Resilience Scale in Chinese earthquake victims. Psychiatry Clin Neurosci. 2010;64(5):499-504.

Yu X, Zhang J. Factor analysis and psychometric evaluation of the Connor- Davidson Resilience Scale (CD-RISC) in Chinese people. Social Behavior and Personality. 2007;35(1):19-30. Available from: https://www.sbp-journal.com/index.php/sbp/article/view/1554. Accessed in 2016 (Feb 12).

Lipp M. Manual do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). São Paulo: Casa do Psicólogo; 2000.

Mari JJ, Williams P. A validity study of a psychiatric screening questionnaire (SRQ-20) in primary care in the city of Sao Paulo. Br J Psychiatry. 1986;148:23-6.

Sheehan TJ. Creating a psychosocial measurement model from stressful life events. Soc Sci Med. 1996;43(2):265-71.

Bracher ES, Pietrobon R, Eluf-Neto J. Cross-cultural adaptation and validation of a Brazilian Portuguese version of the chronic pain grade. Qual Life Res. 2010;19(6):847-52.

Pett MA, Lackey NR, Sullivan JJ. Making sense of factor analysis: the use of factor analysis for instrument development in health care research. Thousand Oaks: SAGE; 2003.

Burns RA, Anstey KJ. The Connor-Davidson Resilience Scale (CD- RISC): Testing the invariance of a uni-dimensional resilience measure that is independent of positive and negative affect. Personality and Individual Differences. 2010;48(5):527-31. Available from: http:// www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0191886909004899. Accessed in 2016 (Feb 12).

Kobasa SC, Maddi SR, Kahn S. Hardiness and health: a prospective study. J Pers Soc Psychol. 1982;42(1):168-77.

Pollack MH, Stein MB, Davidson JRT, Ginsberg DL. New challenges for anxiety disorders: where treatment, resilience, and economic priority converge. CNS Spectrums. 2004;9(4):1-4. Available from: http:// journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&ai d=8989823&fileId=S1092852900027097. Accessed in 2016 (Feb 12).

Rutter M. Resilience, competence, and coping. Child Abuse Negl. 2007;31(3):205-9.

Downloads

Publicado

2016-10-06

Como Citar

1.
Solano JPC, Bracher ESB, Faisal-Cury A, Ashmawi HA, Carmona MJC, Neto FL, Vieira JE. Estrutura fatorial e propriedades psicométricas da Escala de Resiliência de Connor Davidson para pacientes brasileiros adulto. Sao Paulo Med J [Internet]. 6º de outubro de 2016 [citado 10º de março de 2025];134(5):400-6. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1117

Edição

Seção

Artigo Original