Diversidade genética entre doadores voluntários de medula óssea no sudeste do Brasil, segundo o sistema HLA

Autores

  • Letícia Sarni Roque Regional Center for Hematology, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
  • Rodolpho Telarolli Junior Regional Center for Hematology, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
  • Leonor Castro Monteiro Loffredo Regional Center for Hematology, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Antígenos de histocompatibilidade, Transplante, Antígenos HLA, Medula óssea, Saúde Pública

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: Para a realização de transplantes de medula óssea com material alogênico, é necessária a verificação de histocompatibilidade das moléculas do sistema HLA (human leukocyte antigen), fundamental para o sucesso desses transplantes. O objetivo desta pesquisa foi caracterizar os doadores de medula óssea segundo gênero, idade, etnia e grupos HLA de um centro regional de hemoterapia brasileiro. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo descritivo dos doadores cadastrados em um centro regional de hemoterapia de um hospital público universitário da região Sudeste do Brasil. MÉTODOS: Foram consultadas as fichas dos 66.780 doadores cadastrados entre 2005 e junho de 2011 e tabuladas as variáveis estudadas. RESULTADOS: Encontrou-se distribuição equilibrada entre os gêneros, e 82,8% dos doadores tinham até 45 anos de idade. Quanto à etnia auto-referida, 77,3% se apresentaram como brancos, 15,0% como pardos, 5,7% como negros, os 2% restantes dividindo-se em outras etnias. Quanto à caracterização imunogenética, no grupo alélico HLA-A, o mais frequente foi o HLA-A*02, com 39,20%; no grupo alélico HLA-B, o mais comum foi o HLA-B*35, com 14,18%; no grupo alélico HLA-DRB1, o mais frequente foi o HLA-DRB1*03, com 17,03% do total de doadores. Quando esses resultados são comparados com os dados do cadastro nacional de doadores (REDOME), observam-se diferenças demográficas e imunogenéticas, que se explicam pelo histórico de imigração da região de Ribeirão Preto, no Sudeste brasileiro. CONCLUSÕES: Os resultados encontrados reforçam a importância de conhecer o perfil demográfico e imunogenético das regiões do Brasil, para reduzir o tempo de espera por um doador histocompatível.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Letícia Sarni Roque, Regional Center for Hematology, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

MSc. Biomedical Scientist in the Regional Center for Hematology, Hospital of the Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

Rodolpho Telarolli Junior, Regional Center for Hematology, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

MD, PhD. Adjunct Professor, Department of Biological Sciences, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Araraquara, São Paulo, Brazil.

Leonor Castro Monteiro Loffredo, Regional Center for Hematology, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

MD, PhD. Adjunct Professor, Department of Social Dentistry, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Araraquara, São Paulo, Brazil.

Referências

Benjamin E, Coico R, Sunshine G. Imunologia. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002.

Roza BA, Odierna MTAS, Glezer M, SA JR. Captação de órgãos para transplantes. In: Knobel E, org. Condutas no paciente grave. 2a ed. São Paulo: Atheneu; 2006. p. 1753-64.

Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Dados numéricos da doação de órgãos e transplantes realizados por estado e instituição no período: janeiro/dezembro 2011. Registro Brasileiro de Transplantes. 2001;XVII(4). Available from: http://www.abto.org.br/abtov03/default.aspx?mn=515&c=900&s=0&friendly=registro-brasileiro-de-transplantes-estatistica-de-transplantes. Accessed in 2013 (Jun 12).

Abbas AK, Lichtman AH, Pillai S. Imunologia celular e molecular. 6a ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2008.

Zago MA, Falcão RP, Pasquini R. Hematologia: Fundamentos e prática. São Paulo: Atheneu; 2004.

Fernandes APM, Maciel LMZ, Foss MC, Donaldi EA. Como entender a associação entre o sistema HLA e as doenças auto-imunes endócrinas [How to understand the association of the HLA system and autoimmune endocrine disorders]. Arq Bras Endocrinol Metabol. 2003;47(5):601-11.

Bortolotto AS, Petry MF, Krieger EAG, et al. Frequência de alelos HLA A, B e DRB1 em uma amostra de doadores voluntários de medula óssea do estado do Rio Grande do Sul. In: Anais da IV Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação da PUCRS. Porto Alegre: PUCRS; 2009. p. 77-9. Available from: http://www.pucrs.br/edipucrs/IVmostra/IV_MOSTRA_PDF/Biologia_Celular_e_Molecular/71668-ANDREA_SILVEIRA_BORTOLOTTO.pdf. Accessed in 2013 (Jun 12).

Castro Júnior CG, Gregianin LJ, Brunetto AL. Transplante de medula óssea e transplante de sangue de cordão umbilical em pediatria [Bone marrow transplantion and blood transplantation in children]. J Pediatr (Rio J.). 2001;77(5):345-60.

Voltarelli JC, Donaldi EA, Carvalho IF, et al. Imunologia clínica na prática médica. Rio de Janeiro: Atheneu; 2008.

Bouzas LFS. Análise da capacidade do REDOME/RENACORD em suprir as necessidades dos pacientes registrados no REREME. [thesis]. Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Oncologia do Instituto Nacional do Câncer; 2011. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/luis_fernando_bouzasanalise_da_capacidade.pdf. Accessed in 2013 (Jun 12).

Telarolli Junior R. Poder e saúde: as epidemias e a formação dos serviços de saúde em São Paulo. São Paulo: Editora UNESP; 1996.

Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Doação de Medula Óssea. REDOME- Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea. MedulaNet. 2011;21. Available from: http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=2651. Accessed in 2013 (Jul 16).

Bone Marrow Donors Worldwide. Available from: http://www.bmdw.org/uploads/media/BMDW2011.pdf. Accessed in 2013 (Jul 16).

Pereira NF, Oliveira DCM, Torres MR, et al. Seleção de doador de medula óssea ou sangue periférico [Bone marrow or peripheral blood donor selection]. Rev Bras Hematol Hemoter. 2010;32(supl. 1):3-5.

ABRALE (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia). Transplante de células-tronco hematopoéticas do sangue e da medula óssea. São Paulo. Available from: http://www.abrale.org.br/web/uploads/files/Transplante%20de%20células%20tronco.pdf. Accessed in 2013 (Jul 16).

Saboya R, Dulley FL, Ferreira E, Simões B. Transplante de medula óssea com doador familiar parcialmente compatível [Partially matched family donor allogeneic bone marrow transplantation]. Rev Bras Hematol Hemoter. 2010;32(supl. 1):13-5.

Downloads

Publicado

2014-06-06

Como Citar

1.
Roque LS, Telarolli Junior R, Loffredo LCM. Diversidade genética entre doadores voluntários de medula óssea no sudeste do Brasil, segundo o sistema HLA. Sao Paulo Med J [Internet]. 6º de junho de 2014 [citado 15º de outubro de 2025];132(3):158-62. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1197

Edição

Seção

Artigo Original