Tradução e adaptação cultural do Scleroderma Health Assessment Questionnaire para a língua portuguesa

Autores

  • Aline Cristina Orlandi Universidade Federal de São Paulo
  • Fernanda Pontes Cardoso Universidade Federal de São Paulo
  • Lucas Macedo Santos Universidade Federal de São Paulo
  • Vaneska da Graça Cruz Universidade Federal de São Paulo
  • Anamaria Jones Universidade Federal de São Paulo
  • Cristiane Kyser Universidade Federal de São Paulo
  • Jamil Natour Universidade Federal de São Paulo

Palavras-chave:

Escleroderma sistêmico, Qualidade de vida, Avaliação da deficiência, Doença crônica, Tradução

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune caracterizada por anormalidades da vascularização, que podem gerar fibrose da pele e outros órgãos, podendo levar a disfunção. Assim, torna-se imprescindível a elaboração de instrumentos capazes de avaliar a função de indivíduos com ES. O objetivo deste estudo foi traduzir para o português, adaptar à cultura brasileira e testar a validade e confiabilidade do Scleroderma Health Assessment Questionnaire (SHAQ). TIPO DE ESTUDO E LOCAL: A validação do SHAQ seguiu uma metodologia aceita internacionalmente, e foi realizada nos ambulatórios da universidade. MÉTODOS: Foi realizada tradução e contra-tradução do instrumento. Na fase de adaptação cultural, o SHAQ foi aplicado a 20 pacientes. As questões que apresentaram mais de 20% de incompreensão foram modificadas e aplicadas em outros 20 pacientes. Para validade e confiabilidade, 20 pacientes foram entrevistados em dois momentos: no primeiro, por dois entrevistadores e após 14 dias por um deles. Foram aplicados o Health Assessment Questionnaire (HAQ), o Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH) e o short form-36 (SF-36), para a validade externa. RESULTADOS: Na avaliação interobservador, o coeficiente de correlação de Pearson e o coeficiente de correlação intraclasse foram ambos de 0,967. Na avaliação intraobservador o coeficiente de correlação de Pearson foi de 0,735, e o coeficiente de correlação intraclasse foi de 0,687. Na validade externa, os escores do SHAQ foram associados estatisticamente com todos os instrumentos, exceto com o domínio estado geral de saúde do SF-36 e o escore relacionado ao trabalho (Q2) do DASH. CONCLUSÃO: A versão brasileira do SHAQ mostrou ser válida e confiável para a avaliação de função em pacientes com esclerose sistêmica difusa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aline Cristina Orlandi, Universidade Federal de São Paulo

MSc. Student, Rheumatology Division, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Fernanda Pontes Cardoso, Universidade Federal de São Paulo

MSc. Occupational therapist, Rheumatology Division, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Lucas Macedo Santos, Universidade Federal de São Paulo

Physiotherapist, Rheumatology Division, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Vaneska da Graça Cruz, Universidade Federal de São Paulo

PhD. Student, Rheumatology Division, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Anamaria Jones, Universidade Federal de São Paulo

PhD. Physiotherapist, Rheumatology Division, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Cristiane Kyser, Universidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Affiliated Professor, Rheumatology Division, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Jamil Natour, Universidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Associate Professor, Rheumatology Division, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Referências

Rossi A, Sozio F, Sestini P, et al. Lymphatic and blood vessels in scleroderma skin, a morphometric analysis. Hum Pathol. 2010;41(3):366-74.

Assassi S, Del Junco D, Sutter K, et al. Clinical and genetic factors predictive of mortality in early systemic sclerosis. Arthritis Rheum. 2009;61(10):1403-11.

Sandusky SB, McGuire L, Smith MT, Wigley FM, Haythornthwaite JA. Fatigue: an overlooked determinant of physical function in scleroderma. Rheumatology (Oxford). 2009;48(2):165-9.

Bernatsky S, Joseph L, Pineau CA, et al. Scleroderma prevalence: demographic variations in a population-based sample. Arthritis Rheum. 2009;61(3):400-4.

Hinchcliff M, Varga J. Systemic sclerosis/scleroderma: a treatable multisystem disease. Am Fam Physician. 2008;78(8):961-8.

Pincus T, Summey JA, Soraci SA Jr, Wallston KA, Hummon NP. Assessment of patient satisfaction in activities of daily living using a modified Stanford Health Assessment Questionnaire. Arthritis Rheum. 1983;26(11):1346-53.

Ferraz MB. Tradução para o português e validação do questionário para avaliar a capacidade funcional “Stanford Health Assessment Questionnaire” [thesis]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina; 1990.

Rannou F, Poiraudeau S, Berezné A, et al. Assessing disability and quality of life in systemic sclerosis: construct validities of the Cochin Hand Function Scale, Health Assessment Questionnaire (HAQ), Systemic Sclerosis HAQ, and Medical Outcomes Study 36-Item Short Form Health Survey. Arthritis Rheum. 2007;57(1):94-102.

Steen VD, Medsger TA Jr. The value of the Health Assessment Questionnaire and special patient-generated scales to demonstrate change in systemic sclerosis patients over time. Arthritis Rheum. 1997;40(11):1984-91.

Georges C, Chassany O, Mouthon L, et al. Validation of French version of the Scleroderma Health Assessment Questionnaire (SSc HAQ). Clin Rheumatol. 2005;24(1):3-10.

Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adaptation of health-related quality of life measures: literature review and proposed guidelines. J Clin Epidemiol. 1993;46(12):1417-32.

Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91.

LeRoy EC, Medsger TA Jr. Criteria for the classification of early systematic sclerosis. J Rheumatol. 2001;28(7):1573-6.

Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) [Brazilian- Portuguese version of the SF-36. A reliable and valid quality of life outcome measure]. Rev Bras Reumatol. 1999;39(3):143-50.

Orfale AG. Tradução e validação do disabilities of the arm, shoulder and hand (dash), para a língua portuguesa [dissertation]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina; 2003.

Chiari A, Sardim CC, Natour J. Translation, cultural adaptation and reproducibility of the Cochin Hand Functional Scale questionnaire for Brazil. Clinics (Sao Paulo). 2011;66(5):731-6.

Mouthon L, Rannou F, Bérezné A, et al. Patient preference disability questionnaire in systemic sclerosis: a cross-sectional survey. Arthritis Rheum. 2008;59(7):968-73.

Johnson SR, Hawker GA, Davis AM. The health assessment questionnaire disability index and scleroderma health assessment questionnaire in scleroderma trials: an evaluation of their measurement properties. Arthritis Rheum. 2005;53(2):256-62.

Poole JL, Steen VD. The use of the Health Assessment Questionnaire (HAQ) to determine physical disability in systemic sclerosis. Arthritis Care Res. 1991;4(1):27-31.

Arat S, Verschueren P, De Langhe E, et al. The association of illness perceptions with physical and mental health in systemic sclerosis patients: an exploratory study. Musculoskeletal Care. 2012;10(1):18-28.

Thombs BD, Taillefer SS, Hudson M, Baron M. Depression in patients with systemic sclerosis: a systematic review of the evidence. Arthritis Rheum. 2007;57(6):1089-97.

Plasqui G, Boonen A, Geusens P, et al. Physical activity and body composition in patients with ankylosing spondylitis. Arthritis Care Res (Hoboken). 2012;64(1):101-7.

Singh MK, Clements PJ, Furst DE, Maranian P, Khanna D. Work productivity in scleroderma: analysis from the University of California, Los Angeles scleroderma quality of life study. Arthritis Care Res (Hoboken). 2012;64(2):176-83.

Downloads

Publicado

2014-06-06

Como Citar

1.
Orlandi AC, Cardoso FP, Santos LM, Cruz V da G, Jones A, Kyser C, Natour J. Tradução e adaptação cultural do Scleroderma Health Assessment Questionnaire para a língua portuguesa. Sao Paulo Med J [Internet]. 6º de junho de 2014 [citado 15º de outubro de 2025];132(3):163-9. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1204

Edição

Seção

Artigo Original