Tradução e adaptação cultural do Scleroderma Health Assessment Questionnaire para a língua portuguesa
Palavras-chave:
Escleroderma sistêmico, Qualidade de vida, Avaliação da deficiência, Doença crônica, TraduçãoResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune caracterizada por anormalidades da vascularização, que podem gerar fibrose da pele e outros órgãos, podendo levar a disfunção. Assim, torna-se imprescindível a elaboração de instrumentos capazes de avaliar a função de indivíduos com ES. O objetivo deste estudo foi traduzir para o português, adaptar à cultura brasileira e testar a validade e confiabilidade do Scleroderma Health Assessment Questionnaire (SHAQ). TIPO DE ESTUDO E LOCAL: A validação do SHAQ seguiu uma metodologia aceita internacionalmente, e foi realizada nos ambulatórios da universidade. MÉTODOS: Foi realizada tradução e contra-tradução do instrumento. Na fase de adaptação cultural, o SHAQ foi aplicado a 20 pacientes. As questões que apresentaram mais de 20% de incompreensão foram modificadas e aplicadas em outros 20 pacientes. Para validade e confiabilidade, 20 pacientes foram entrevistados em dois momentos: no primeiro, por dois entrevistadores e após 14 dias por um deles. Foram aplicados o Health Assessment Questionnaire (HAQ), o Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH) e o short form-36 (SF-36), para a validade externa. RESULTADOS: Na avaliação interobservador, o coeficiente de correlação de Pearson e o coeficiente de correlação intraclasse foram ambos de 0,967. Na avaliação intraobservador o coeficiente de correlação de Pearson foi de 0,735, e o coeficiente de correlação intraclasse foi de 0,687. Na validade externa, os escores do SHAQ foram associados estatisticamente com todos os instrumentos, exceto com o domínio estado geral de saúde do SF-36 e o escore relacionado ao trabalho (Q2) do DASH. CONCLUSÃO: A versão brasileira do SHAQ mostrou ser válida e confiável para a avaliação de função em pacientes com esclerose sistêmica difusa.
Downloads
Referências
Rossi A, Sozio F, Sestini P, et al. Lymphatic and blood vessels in scleroderma skin, a morphometric analysis. Hum Pathol. 2010;41(3):366-74.
Assassi S, Del Junco D, Sutter K, et al. Clinical and genetic factors predictive of mortality in early systemic sclerosis. Arthritis Rheum. 2009;61(10):1403-11.
Sandusky SB, McGuire L, Smith MT, Wigley FM, Haythornthwaite JA. Fatigue: an overlooked determinant of physical function in scleroderma. Rheumatology (Oxford). 2009;48(2):165-9.
Bernatsky S, Joseph L, Pineau CA, et al. Scleroderma prevalence: demographic variations in a population-based sample. Arthritis Rheum. 2009;61(3):400-4.
Hinchcliff M, Varga J. Systemic sclerosis/scleroderma: a treatable multisystem disease. Am Fam Physician. 2008;78(8):961-8.
Pincus T, Summey JA, Soraci SA Jr, Wallston KA, Hummon NP. Assessment of patient satisfaction in activities of daily living using a modified Stanford Health Assessment Questionnaire. Arthritis Rheum. 1983;26(11):1346-53.
Ferraz MB. Tradução para o português e validação do questionário para avaliar a capacidade funcional “Stanford Health Assessment Questionnaire” [thesis]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina; 1990.
Rannou F, Poiraudeau S, Berezné A, et al. Assessing disability and quality of life in systemic sclerosis: construct validities of the Cochin Hand Function Scale, Health Assessment Questionnaire (HAQ), Systemic Sclerosis HAQ, and Medical Outcomes Study 36-Item Short Form Health Survey. Arthritis Rheum. 2007;57(1):94-102.
Steen VD, Medsger TA Jr. The value of the Health Assessment Questionnaire and special patient-generated scales to demonstrate change in systemic sclerosis patients over time. Arthritis Rheum. 1997;40(11):1984-91.
Georges C, Chassany O, Mouthon L, et al. Validation of French version of the Scleroderma Health Assessment Questionnaire (SSc HAQ). Clin Rheumatol. 2005;24(1):3-10.
Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adaptation of health-related quality of life measures: literature review and proposed guidelines. J Clin Epidemiol. 1993;46(12):1417-32.
Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91.
LeRoy EC, Medsger TA Jr. Criteria for the classification of early systematic sclerosis. J Rheumatol. 2001;28(7):1573-6.
Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) [Brazilian- Portuguese version of the SF-36. A reliable and valid quality of life outcome measure]. Rev Bras Reumatol. 1999;39(3):143-50.
Orfale AG. Tradução e validação do disabilities of the arm, shoulder and hand (dash), para a língua portuguesa [dissertation]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina; 2003.
Chiari A, Sardim CC, Natour J. Translation, cultural adaptation and reproducibility of the Cochin Hand Functional Scale questionnaire for Brazil. Clinics (Sao Paulo). 2011;66(5):731-6.
Mouthon L, Rannou F, Bérezné A, et al. Patient preference disability questionnaire in systemic sclerosis: a cross-sectional survey. Arthritis Rheum. 2008;59(7):968-73.
Johnson SR, Hawker GA, Davis AM. The health assessment questionnaire disability index and scleroderma health assessment questionnaire in scleroderma trials: an evaluation of their measurement properties. Arthritis Rheum. 2005;53(2):256-62.
Poole JL, Steen VD. The use of the Health Assessment Questionnaire (HAQ) to determine physical disability in systemic sclerosis. Arthritis Care Res. 1991;4(1):27-31.
Arat S, Verschueren P, De Langhe E, et al. The association of illness perceptions with physical and mental health in systemic sclerosis patients: an exploratory study. Musculoskeletal Care. 2012;10(1):18-28.
Thombs BD, Taillefer SS, Hudson M, Baron M. Depression in patients with systemic sclerosis: a systematic review of the evidence. Arthritis Rheum. 2007;57(6):1089-97.
Plasqui G, Boonen A, Geusens P, et al. Physical activity and body composition in patients with ankylosing spondylitis. Arthritis Care Res (Hoboken). 2012;64(1):101-7.
Singh MK, Clements PJ, Furst DE, Maranian P, Khanna D. Work productivity in scleroderma: analysis from the University of California, Los Angeles scleroderma quality of life study. Arthritis Care Res (Hoboken). 2012;64(2):176-83.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.