Educação continuada em desenvolvimento infantil para profissionais da atenção primária em saúde
estudo prospectivo do tipo antes-e-depois
Palavras-chave:
Desenvolvimento infantil, Atenção primária à saúde, Conhecimentos, atitudes e prática em saúde, Avaliação de programas e projetos de saúde, Educação continuadaResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: Alterações do desenvolvimento em crianças frequentemente têm sido tardiamente identificadas por profissionais de saúde que atuam na atenção básica. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto de um programa de educação permanente sobre desenvolvimento infantil nos conhecimentos e práticas desses profissionais. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo de coorte única prospectivo (antes-e-depois), realizado no município de Belém, Pará, Brasil. MÉTODOS: 221 (82,2%) profissionais da rede básica de saúde que participaram do programa de educação permanente sobre desenvolvimento infantil foram avaliados antes e após a implantação do programa, através de testes sobre seus conhecimentos em desenvolvimento infantil com 19 questões para médicos e 14 para enfermeiros, e questionários sobre sua prática profissional. RESULTADOS: Um a três anos após o programa, a média de perguntas certas dos testes aumentou de 11,5 para 14,3 entre os médicos do Programa da Família Saudável (PFS); 13,0 para 14,3 entre os médicos de Unidades Municipais de Saúde (UMS); 8,3 para 10,0 entre os enfermeiros de PFS e 7,8 para 9,4 entre os enfermeiros de UMS. Nas entrevistas com mães atendidas por esses profissionais, verificou-se que, antes do programa, apenas 21,7% informaram que foram indagadas sobre o desenvolvimento dos seus filhos, 24,7% relataram que o profissional perguntou ou observou o desenvolvimento da sua criança e 11,1% receberam orientação sobre como estimulá-las; após o programa, esses percentuais aumentaram para 34,5%, 54,2% e 30,3%, respectivamente. CONCLUSÃO: Profissionais que participaram do programa apresentaram melhor desempenho quanto aos conhecimentos e práticas sobre desenvolvimento infantil.
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