Nebivolol reduz pressão arterial central em pacientes hipertensos estágio I

estudo experimental de coorte única

Autores

  • Renan Oliveira Vaz-de-Melo Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Luiz Tadeu Giollo-Júnior Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Débora Dada Martinelli Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Heitor Moreno-Júnior Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Marco Antônio Mota-Gomes Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • José Paulo Cipullo Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Juan Carlos Yugar-Toledo Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • José Fernando Vilela-Martin Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Palavras-chave:

Antagonistas adrenérgicos beta, Vasodilatadores, Pressão arterial, Análise de onda de pulso, Hipertensão

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVOS: A avaliação da pressão arterial central (PAc) tem crescido substancialmente nos últimos anos porque as evidências mostraram que PAc central é mais relevante para os desfechos cardiovasculares do que pressão arterial (PA) periférica. Assim, diferentes classes de anti-hipertensivos têm efeitos diferentes sobre PAc apesar de reduções semelhantes na PA braquial. O objetivo foi investigar o efeito do nebivolol, β-bloqueador com propriedades vasodilatadoras, nos parâmetros bioquímicos e hemodinâmicos de pacientes hipertensos. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo de coorte única experimental realizado em ambulatório de hospital universitário. MÉTODOS: Todos os 26 pacientes recrutados foram submetidos à avaliação bioquímica e hemodinâmica (PA, frequência cardíaca, FC, PAc, augmentation index) antes e após três meses usando nebivolol. RESULTADOS: 88,5% dos indivíduos eram do sexo masculino, com média de idade de 49,7 ± 9,3 anos, predominância de sobrepeso (29,6 ± 3,1 kg/m2 ) e aumento da cintura abdominal (102,1 ± 7,2 cm). Houve diminuição significativa da PA sistólica periférica (P = 0,0020) e diastólica (P = 0,0049), da FC (P < 0,0001) e da PAc (129,9 ± 12,3 x 122,3 ± 10,3 mmHg, P = 0,0083) após o tratamento em comparação aos valores basais. Não houve diferença no augmentation index, nem nos parâmetros bioquímicos antes e após o período de tratamento. CONCLUSÕES: O uso de nebivolol parece estar associado à redução significativa da PAc em hipertensos estágio 1, além da redução da pressão sistólica e diastólica braquial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renan Oliveira Vaz-de-Melo, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MD. Resident in Internal Medicine, Hospital de Base, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São Paulo, Brazil.

Luiz Tadeu Giollo-Júnior, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

BSc. Master’s Student and Physiotherapist, Hospital de Base, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São Paulo, Brazil.

Débora Dada Martinelli, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

BSc. Nurse, Hospital de Base, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São Paulo, Brazil.

Heitor Moreno-Júnior, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MD, PhD. Full Professor, Department of Internal Medicine, Cardiovascular Pharmacology Laboratory, School of Medical Sciences, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, São Paulo, Brazil.

Marco Antônio Mota-Gomes, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MD. Full Professor, Universidade Estadual de Ciências Médicas de Alagoas (Uncisal), Maceió, Brazil.

José Paulo Cipullo, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MD, PhD. Collaborating Professor, Department of Internal Medicine, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São Paulo, Brazil.

Juan Carlos Yugar-Toledo, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MD, PhD. Collaborating Professor, Department of Internal Medicine, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São Paulo, Brazil.

José Fernando Vilela-Martin, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MD, PhD. Adjunct Professor, Head of Department of Internal Medicine and Coordinator of Hypertension Clinic, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São Paulo, Brazil.

Referências

Williams B, Lacy PS, Thom SM, et al. Differential impact of blood pressure-lowering drugs on central aortic pressure and clinical outcomes: principal results of the Conduit Artery Function Evaluation (CAFE) study. Circulation. 2006;113(9):1213-25.

Roman MJ, Devereux RB, Kizer JR, et al. Central pressure more strongly relates to vascular disease and outcome than does brachial pressure: the Strong Heart Study. Hypertension. 2007;50(1):197-203.

Roman MJ, Devereux RB, Kizer JR, et al. High central pulse pressure is independently associated with adverse cardiovascular outcome the strong heart study. J Am Coll Cardiol. 2009;54(18):1730-4.

Protogerou AD, Papaioannou TG, Blacher J, et al. Central blood pressures: do we need them in the management of cardiovascular disease? Is it a feasible therapeutic target? J Hypertens. 2007;25(2):265-72.

Wang JG, Staessen JA, Franklin SS, Fagard R, Gueyffier F. Systolic and diastolic blood pressure lowering as determinants of cardiovascular outcome. Hypertension. 2005;45(5):907-13.

Polónia J, Barbosa L, Silva JA, Bertoquini S. Different patterns of peripheral versus central blood pressure in hypertensive patients treated with β-blockers either with or without vasodilator properties or with angiotensin receptor blockers. Blood Press Monit. 2010;15(5):235-9.

Mahmud A, Feely J. Beta-blockers reduce aortic stiffness in hypertension but nebivolol, not atenolol, reduces wave reflection. Am J Hypertens. 2008;21(6):663-7.

Kampus P, Serg M, Kals J, et al. Differential effects of nebivolol and metoprolol on central aortic pressure and left ventricular wall thickness. Hypertension. 2011;57(6):1122-8.

Agabiti-Rosei E, Porteri E, Rizzoni D. Arterial stiffness, hypertension, and rational use of nebivolol. Vasc Health Risk Manag. 2009;5(1):353-60.

Boutouyrie P, Achouba A, Trunet P, Laurent S; EXPLOR Trialist Group. Amlodipine-valsartan combination decreases central systolic blood pressure more effectively than the amlodipine-atenolol combination: the EXPLOR study. Hypertension. 2010;55(6):1314-22.

Wilkinson IB, Franklin SS, Cockcroft JR. Nitric oxide and the regulation of large artery stiffness: from physiology to pharmacology. Hypertension. 2004;44(2):112-6.

Zanchetti A. Clinical pharmacodynamics of nebivolol: new evidence of nitric oxide-mediated vasodilating activity and peculiar haemodynamic properties in hypertensive patients. Blood Press Suppl. 2004;1:17-32.

Ignarro LJ, Byrns RE, Trinh K, Sisodia M, Buga GM. Nebivolol: a selective beta(1)-adrenergic receptor antagonist that relaxes vascular smooth muscle by nitric oxide-and cyclic GMP-dependent mechanisms. Nitric Oxide. 2002;7(2):75-82.

Veverka A, Nuzum DS, Jolly JL. Nebivolol: a third-generation beta- adrenergic blocker. Ann Pharmacother. 2006;40(7-8):1353-60.

de Groot AA, Mathy MJ, van Zwieten PA, Perters SL. Involvement of the beta3 adrenoceptor in nebivolol-induced vasorelaxation in the rat aorta. J Cardiovasc Pharmacol. 2003;42(2):232-6.

Gielen W, Cleophas TJ, Agrawal R. Nebivolol: a review of its clinical and pharmacological characteristics. Int J Clin Pharmacol Ther. 2006;44(8):344-57.

Friedewald WT, Levy RI, Fredrickson DS. Estimation of the concentration of low-density lipoprotein cholesterol in plasma, without use of the preparative ultracentrifuge. Clin Chem. 1972;18(6):499-502.

Mancia G, De Backer G, Dominiczak A, et al. 2007 Guidelines for the Management of Arterial Hypertension: the Task Force for the Management of Arterial Hypertension of the European Society of Hypertension (ESH) and of the European Society of Cardiology (ESC). J Hypertens. 2007;25(6):1105-87.

Laurent S, Cockcroft J, Van Bortel L, et al. Expert consensus document on arterial stiffness: methodological issues and clinical applications. Eur Heart J. 2006;27(21):2588-605.

Vaz-de-Melo RO, Pimenta AG, Giollo Júnior LT, et al. Fatores associados ao aumento no índice de incremento de pressão radial em indivíduos hipertensos [Factors associated with increased radial augmentation index in hypertensive individuals]. Arq Bras Cardiol. 2011;97(3):241-8.

Safar ME, Jankowski P. Central blood pressure and hypertension: role in cardiovascular risk assessment. Clin Sci (Lond). 2009;116(4):273-82.

Agabiti-Rosei E, Mancia G, O’Rourke MF, et al. Central blood pressure measurements and antihypertensive therapy: a consensus document. Hypertension. 2007;50(1):154-160.

Morgan T, Lauri J, Bertram D, Anderson A. Effect of different antihypertensive drug classes on central aortic pressure. Am J Hypertens. 2004;17(2):118-23.

Schneider MP, Delles C, Klingbeil AU, et al. Effect of angiotensin receptor blockade on central haemodynamics in essential hypertension: results of a randomised trial. J Renin Angiotensin Aldosterone Syst. 2008;9(1):49-56.

Lindholm LH, Carlberg B, Samuelsson O. Should beta blockers remain first choice in the treatment of primary hypertension? A meta- analysis. Lancet. 2005;366(9496):1545-53.

Bangalore S, Messerli FH, Kostis JB, Pepine CJ. Cardiovascular protection using beta-blockers: a critical review of the evidence. J Am Coll Cardiol. 2007;50(7):563-72.

Ram CV. Beta-blockers in hypertension. Am J Cardiol. 2010; 106(12):1819-25.

Vitale C, Marazzi G, Iellamo F, et al. Effects of nebivolol or irbesartan in combination with hydrochlorothiazide on vascular functions in newly-diagnosed hypertensive patients: the NINFE (Nebivololo, Irbesartan Nella Funzione Endoteliale) study. Int J Cardiol. 2012;155(2):279-84.

Kamran H, Salciccioli L, Bastien C, et al. Effect of beta blockers on central aortic pressure in African-Americans. J Am Soc Hypertens. 2011;5(2):94-101.

Cockcroft J. A review of the safety and efficacy of nebivolol in the mildly hypertensive patient. Vasc Health Risk Manag. 2007; 3(6):909-17.

Downloads

Publicado

2014-10-10

Como Citar

1.
Vaz-de-Melo RO, Giollo-Júnior LT, Martinelli DD, Moreno-Júnior H, Mota-Gomes MA, Cipullo JP, Yugar-Toledo JC, Vilela-Martin JF. Nebivolol reduz pressão arterial central em pacientes hipertensos estágio I: estudo experimental de coorte única. Sao Paulo Med J [Internet]. 10º de outubro de 2014 [citado 14º de março de 2025];132(5):290-6. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1240

Edição

Seção

Artigo Original