Frequência de parada cardíaca intraoperatória e sobrevida no médio prazo

Autores

  • Ilana Sebbag Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Maria José Carvalho Carmona Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Maria Margarita Castro Gonzalez Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Hermes Marcel Alcântara Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Rolison Gustavo Bravo Lelis Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Flavia de Oliveira Toledo Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Gustavo Fábio Aranha Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Rafael Ximenes do Prado Nuzzi Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • José Otávio Costa Auler Júnior Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Complicações intra-operatórias, Parada cardíaca, Ressuscitação cardiopulmonar, Circulação sanguínea, Taxa de sobrevida

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: Apesar de avanços nas técnicas cirúrgicas e anestésicas terem reduzido a morbimortalidade perioperatória, a taxa de sobrevivência após parada cardíaca (PC) permanece baixa. O objetivo deste estudo foi avaliar, ao longo de um ano, a incidência de PC intraoperatória e de sobrevida por 30 dias após esse evento em um hospital terciário de ensino. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo de coorte prospectivo em hospital terciário de ensino. MÉTODOS: Após aprovação pela Comissão de Ética institucional, os procedimentos anestésicos e os casos de PC intraoperatórios foram avaliados no período de janeiro a dezembro de 2007, excluindo-se pacientes submetidos a cirurgia cardíaca. Os dados foram coletados prospectivamente utilizando o modelo Utstein modificado, com avaliação dos dados demográficos, das condições pré-PC, dos cuidados intraoperatórios e durante a PC e do desfecho pós-operatório até o trigésimo dia. Os dados foram registrados pelo anestesiologista assistente. RESULTADOS: Durante o período de estudo, 40.379 procedimentos anestésicos foram realizados, com ocorrência de 52 casos de PC intraoperatória (frequência de 13:10000). Entre estes, 69% apresentaram retorno da circulação espontânea após a primeira parada e apenas 25% sobreviveram 30 dias após o evento. Os seguintes fatores foram associados com menor sobrevida: estado físico IV e V (Sociedade Americana de Anestesiologia), cirurgias de emergência, eventos hemorrágicos, hipovolemia como causa da parada e uso de atropina durante a reanimação. CONCLUSÕES: Embora a frequência de PC no ambiente cirúrgico tenha caído e existam recursos para seu atendimento, a taxa de sobrevivência é baixa. Fatores relacionados a pior prognóstico são mais frequentes em pacientes graves.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ilana Sebbag, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD. Attending Anesthesiologist, Instituto Central (IC), Hospital das Clínicas (HC), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Maria José Carvalho Carmona, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Assistant Professor, Discipline of Anesthesiology, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Maria Margarita Castro Gonzalez, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Cardiologist, Instituto do Coração (InCOR), Hospital das Clínicas (HC), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Hermes Marcel Alcântara, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD. Resident Physician in Psychiatry, Instituto de Psiquiatria (IPq), Hospital das Clínicas (HC), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Rolison Gustavo Bravo Lelis, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD. Attending Anesthesiologist, Instituto de Ortopedia (IOT), Hospital das Clínicas (HC), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Flavia de Oliveira Toledo, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD. Attending Anesthesiologist, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), Hospital das Clínicas (HC), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Gustavo Fábio Aranha, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD. Resident Physician in Anesthesiology, Instituto Central (IC), Hospital das Clínicas (HC), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Rafael Ximenes do Prado Nuzzi, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD. Resident Physician in Anesthesiology, Instituto Central (IC), Hospital das Clínicas (HC), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

José Otávio Costa Auler Júnior, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Head Professor of Discipline of Anesthesiology, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Referências

Kawashima Y, Takahashi S, Suzuki M, et al. Anesthesia-related mortality and morbidity over a 5-year period in 2,363,038 patients in Japan. Acta Anaesthesiol Scand. 2003;47(7):809-17.

Ruiz Neto PP, Amaral RVG. Parada cardíaca durante anestesia em um complexo hospitalar: estudo descritivo [Cardiac arrest during anesthesia in a multicenter hospital: a descriptive study]. Rev Bras Anestesiol. 1986;36(2):149-58.

Olsson GL, Hallén B. Cardiac arrest during anaesthesia. A computer- aided study in 250,543 anaesthetics. Acta Anaesthesiol Scand. 1988;32(8):653-64.

Chopra V, Bovill JG, Spierdijk J. Accidents, near accidents and complications during anaesthesia. A retrospective analysis of a 10- year period in a teaching hospital. Anaesthesia. 1990;45(1):3-6.

Sprung J, Warner ME, Contreras MG, et al. Predictors of survival following cardiac arrest in patients undergoing noncardiac surgery: a study of 518,294 patients at a tertiary referral center. Anesthesiology. 2003;99(2):259-69.

Kopp SL, Horlocker TT, Warner ME, et al. Cardiac arrest during neuraxial anesthesia: frequency and predisposing factors associated with survival. Anesth Analg. 2005;100(3):855-65.

Cummins RO, Chamberlain DA, Abramson NS, et al. Recommended guidelines for uniform reporting of data from out-of-hospital cardiac arrest: the Utstein Style. A statement for health professionals from a task force of the American Heart Association, the European Resuscitation Council, the Heart and Stroke Foundation of Canada, and the Australian Resuscitation Council. Circulation. 1991;84(2):960-75.

Cummins RO, Chamberlain D, Hazinski MF, et al. Recommended guidelines for reviewing, reporting, and conducting research on in hospital resuscitation: the in-hospital ‘Utstein style’. American Heart Association. Circulation. 1997;95(8):2213-39.

Jacobs I, Nadkarni V, Bahr J, et al. Cardiac arrest and cardiopulmonary resuscitation outcome reports: update and simplification of the Utstein templates for resuscitation registries: a statement for healthcare professionals from a task force of the International Liaison Committee on Resuscitation (American Heart Association, European Resuscitation Council, Australian Resuscitation Council, New Zealand Resuscitation Council, Heart and Stroke Foundation of Canada, InterAmerican Heart Foundation, Resuscitation Councils of Southern Africa). Circulation. 2004;110(21):3385-97.

Braz LG, Módolo NS, do Nascimento P Jr, et al. Perioperative cardiac arrest: a study of 53,718 anaesthetics over 9 yr from a Brazilian teaching hospital. Br J Anaesth. 2006;96(5):569-75.

Zuercher M, Ummenhofer W. Cardiac arrest during anesthesia. Curr Opin Crit Care. 2008;14(3):269-74.

Deshpande JK. Cause and effect or conjecture? A call for consensus on defining “anesthesia-related mortality”. Anesth Analg. 2011;112(6):1259-61.

van der Griend BF, Lister NA, McKenzie IM, et al. Postoperative mortality in children after 101,885 anesthetics at a tertiary pediatric hospital. Anesth Analg. 2011;112(6):1440-7.

Gonzalez MM, Berg RA, Nadkarni VM, et al. Left ventricular systolic function and outcome after in-hospital cardiac arrest. Circulation. 2008;117(14):1864-72.

Neumar RW, Otto CW, Link MS, et al. Part 8: adult advanced cardiovascular life support: 2010 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation. 2010;122(18 Suppl 3):S729-67.

Downloads

Publicado

2013-09-09

Como Citar

1.
Sebbag I, Carmona MJC, Gonzalez MMC, Alcântara HM, Lelis RGB, Toledo F de O, Aranha GF, Nuzzi RX do P, Auler Júnior JOC. Frequência de parada cardíaca intraoperatória e sobrevida no médio prazo. Sao Paulo Med J [Internet]. 9º de setembro de 2013 [citado 10º de março de 2025];131(5):309-14. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1327

Edição

Seção

Artigo Original