Complexo esclerose tuberosa diagnosticado a partir de lesões orais
Palavras-chave:
Diagnóstico, Esclerose tuberosa, Síndromes neurocutâneas, Patologia, FenótipoResumo
CONTEXTO: O complexo esclerose tuberosa é uma doença genética pertencente ao grupo das facomatoses, de herança autossômica dominante, caracterizada por lesões acometendo pele e anexos, além de tumores do sistema nervoso central e periférico, com presença de achados neurólogicos e psiquiátricos, podendo acometer coração, rins, olhos, dentes, mucosa oral e outros órgãos. RELATO DE CASO: Apresentamos o caso de um paciente do sexo masculino, 66 anos de idade, que apresentava diversos sinais dermatológicos, como máculas hipopigmentadas, lesões em confete, placas tipo shagreen, angiofibromas nas regiões cervical, nasolabial e dorsal, distrofias ungueais e fibromas nos dedos das mãos e pés. Embora o encefalograma não tenha mostrado alterações, a ressonância nuclear magnética apresentou imagem nodular com aspecto semelhante ao parênquima cerebral, medindo 1.2 x 1.0 cm e próxima ao forame de Monro, compatível com astrocitoma subependimário de células gigantes. Abordagem conservadora foi escolhida por meio de controle imaginológico da lesão por sete anos, com ausência de sintomas neurológicos ou processos expansivos. A ultrassonografia de abdômen total revelou massa medindo 4.6 x 3.4 cm, com áreas ecogênicas e heterogêneas, apresentando focos de calcificação no rim direito, com padrão semelhante ao de um angiomiolipoma. O paciente foi submetido a nefrectomia total, devido à presença de áreas de malignidade ao exame histopatológico, e evoluiu para óbito um mês após o procedimento. Este relato de caso ilustra a importância de achados clínicos orais, tais como lesões no esmalte dentário e angiofibromas, para o diagnóstico precoce dessa doença e posterior rastreamento, tratamento e aconselhamento genético.
Downloads
Referências
Roach ES, Miller VS. Neurocutaneous disorders. Cambridge: University Press; 2004.
De Jesus Araújo L, Yamamoto De Almeida L, Santos Lima J, Martelli- Júnior H, Ferreti Bonan PR. Evaluation of MMP-1, MMP-10, TIMP-1, a-SMA and TGF-b1 in angiofibromas of tuberous sclerosis. Minerva Stomatol. 2011;60(1-2):25-33.
Araujo L de J, Lima LS, Alvarenga TM, et al. Oral and neurocutaneous phenotypes of familial tuberous sclerosis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2011;111:87-94.
Narayanan V. Tuberous sclerosis complex: genetics to pathogenesis. Pediatr Neurol. 2003;29(5):404-9.
Osborne JP, Fryer A, Webb D. Epidemiology of tuberous sclerosis. Ann N Y Acad Sci. 1991;615:125-7.
Roach ES, Gomez MR, Northrup H. Tuberous sclerosis complex consensus conference: revised clinical diagnostic criteria. J Child Neurol. 1998;13(12):624-8.
Apak A, Haliloğlu G, Köse G, et al. Mutation analysis of TSC2 gene in 33 Turkish familial cases with tuberous sclerosis. Turk J Pediatr. 2003;45(1):1-5.
Lin DD, Barker PB. Neuroimaging of phakomatoses. Semin Pediatr Neurol. 2006;13(1):48-62.
Bourneville DM. Sclérose tubéreuse des circonvolutions cérébrales: idiotie et épilepsie hémiplégique. Arch Neurol (Paris). 1881;1:81-91.
Pringle JJ. A case of congenital adenoma sebaceum. British Journal of Dermatology. 1890;2:1-14. Available from: http://www2.biusante. parisdescartes.fr/livanc/?cote=epo0074&p=1&do=page. Accessed in 2012 (Jan 7).
Vogt H. Zur Pathologie und pathologischen Anatomie der versclriedenen Idiotieform. Monatsschr Psychiatr Neurol. 1908; 24:106-50.
López-López J, Rodríguez de Rivera Campillo E, Marques-Soares MS, et al. Esclerosis tuberosa y manifestaciones orales. Caso clínico [Tuberous sclerosis and its oral manifestations. A clinical case]. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2004;9(3):216-23.
Stables G, Sheehan-Dare R. The dermatological features of tuberous sclerosis and their treatment. Scan Facts. Available from: http:// www.tuberous-sclerosis.org/publications/fs25derm.pdf. Accessed in 2012 (Aug 23).
Wee SA, Fangman B. Tuberous sclerosis. Dermatol Online J. 2007;13(1):22.
Scully C. Orofacial manifestations in tuberous sclerosis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1977;44(5):706-16.
Carvalho-Neto A, Bruck I, Antoniuk SA, Marchiori E, Gasparetto EL. Espectroscopia de prótons por RM da região do forame de Monro em pacientes com complexo esclerose tuberosa [Proton MR spectroscopy of the foramen of Monro region in patients with tuberous sclerosis complex]. Arq Neuro-psiquiatr. 2008;66(2B):303-7.
Schneider-Monteiro ED, Lucon AM, Figueiredo AA, Rodrigues Junior AJ, Arap S. Bilateral giant renal angiomyolipoma associated with hepatic lipoma in a patient with tuberous sclerosis. Rev Hosp Clin Fac Med Univ São Paulo. 2003;58(2):103-8.
van Baal JG, Smits NJ, Keeman JN, Lindhout D, Verhoef S. The evolution of renal angiomyolipomas in patients with tuberous sclerosis. J Urol. 1994;152(1):35-8.
O’Donnell M, Fleming S. Angiomyolipoma of kidney--a cause of recurrent retroperitoneal haemorrhage. Br J Urol. 1995;76(4):521-2.
Ewalt DH, Sheffield E, Sparagana SP, Delgado MR, Roach ES. Renal lesion growth in children with tuberous sclerosis complex. J Urol. 1998;160(1):141-5.
Sparling JD, Hong CH, Brahim JS, Moss J, Darling TN. Oral findings in 58 adults with tuberous sclerosis complex. J Am Acad Dermatol. 2007;56(5):786-90.
Flanagan N, O’Connor WJ, McCartan B, et al. Developmental enamel defects in tuberous sclerosis: a clinical genetic marker? J Med Genet. 1997;34(8):637-9.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.