Uso de substantivos e verbos na narrativa oral de deficientes auditivos e ouvintes entre 5 e 11 anos de idade

Autores

  • Érica Endo Amemiya Universidade Federal de São Paulo
  • Bárbara Niegia Garcia Goulart Universidade Federal de São Paulo
  • Brasilia Maria Chiari Universidade Federal de São Paulo

Palavras-chave:

Linguagem infantil, Desenvolvimento da linguagem, Surdez, Transtornos da comunicação, Narração

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: Substantivos e verbos indicam ações na comunicação oral. Na ocorrência de perda auditiva, a aquisição da linguagem oral pode ser comprometida a tal ponto que o uso apropriado deles pode constituir importante desafio. O objetivo deste estudo é comparar o uso de substantivos e verbos na narrativa oral de deficientes auditivos e de ouvintes. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal analítico no Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Federal de São Paulo. MÉTODOS: 21 crianças portadoras de deficiência auditiva neurossensorial de grau moderado a profundo bilateral e 21 crianças com audição normal (controles) pareadas por sexo, ano de escolaridade e tipo de escola. Uma prancha com figuras foi apresentada para cada criança para elicitar uma narrativa e medir o desempenho na produção de substantivos e verbos. RESULTADOS: 22 (52,4%) eram do sexo masculino. A idade média foi de 8 anos (desvio padrão, DP = 1,5). Ao comparar a média entre os grupos de meninos e meninas, não encontramos diferença significativa no uso de substantivos, porém entre os verbos, encontramos diferença significante no uso do imperativo (P = 0,041): mais frequente entre os meninos (média = 2,91). Não houve diferença significativa no uso de substantivos e verbos entre crianças surdas e ouvintes, em relação ao tipo de escola. No caso do uso do modo indicativo, houve uma tendência a diferença (P = 0,058). CONCLUSÕES: Crianças com deficiência auditiva oralizadas e submetidas à fonoterapia obtiveram desempenho semelhante a de seus pares ouvintes quanto ao uso de verbos e substantivos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Érica Endo Amemiya, Universidade Federal de São Paulo

Speech-Language Pathologist, Communication Disorders, Hospital São Paulo, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Bárbara Niegia Garcia Goulart, Universidade Federal de São Paulo

MSc, PhD. Adjunct Professor, Social Psychology Department, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brazil.

Brasilia Maria Chiari, Universidade Federal de São Paulo

PhD. Titular Professor, Department of SpeechLanguage and Hearing Sciences, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Referências

Yoon PJ. Hearing loss and cochlear implantation in children. Adv Pediatr. 2011;58(1):277-96.

Kandel ER, Schwartz JH, Jessell TM. Principles of neural science. 1st ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1996.

Holzinger D, Fellinger J, Beitel C. Early onset of family centred intervention predicts language outcomes in children with hearing loss. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2011;75(2):256-60.

Soares AD, Goulart BN, Chiari BM. Narrative competence among hearing-impaired and normal-hearing children: analytical cross- sectional study. Sao Paulo Med J. 2010;128(5):284-8.

Nikolopoulos TP, Vlastarakos PV. Treating options for deaf children. Early Hum Dev. 2010;86(11):669-74.

Abramson JH. WINPEPI updated: computer programs for epidemiologists, and their teaching potential. Epidemiol Perspect Innov. 2011;8(1):1.

Le Boeuf C. Raconte 55 historiettes en images. Paris: L’École; 1976.

Patatas OHG, Chiari BM. Reconto e compreensão de leitura em um grupo de indivíduos com sudez [Recall and reading comprehension of a group of individuals with hearing loss. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2006;11(2):96-105.

Tonietto L, Villavicencio A, Siqueira M, Parente MAMP, Sperb TM. A especificidade semântica como fator determinante na aquisição de verbos [The semantic specificity as a determining factor in the acquisition of verbs]. Psico. 2008;39(3):343-51. Available from: http:// revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/ viewFile/3910/3378. Accessed in 2012 (Aug 15).

Befi-Lopes DM, Cáceres AM, Araújo K. Aquisição de verbos em pré- escolares falantes do português brasileiro. Verb acquisition in Brazilian Portuguese speaking preschoolers. Rev CEFAC. 2007;9(4):444-52.

Tomasello M. The item-based nature of children’s early syntactic development. Trends Cogn Sci. 2000;4(4):156-63.

Keren-Portnoy T. Facilitation and practice in verb acquisition. J Child Lang. 2006;33(3):487-518.

Araújo K, Befi-Lopes DM. Extensão média do enunciado de crianças entre 2 e 4 anos de idade: diferenças no uso de palavras e morfemas. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2004;9(3):156-63.

Befi-Lopes DM, Cáceres AM. Análise da diversidade de verbos enunciados na fala espontânea de pré-escolares brasileiros [Verb diversity analysis in the spontaneous speech of Brazilian preschoolers]. Pro-Fono 2010;22(1):3-6.

Borges LC, Salomão NMR. Aquisição da linguagem: considerações da perspectiva da interação social [Language acquisition: explanations of the social interaction perspective]. Psicol Reflex Crit. 2003;16(2): 327-36.

Le Normand MT, Parisse C, Cohen H. Lexical diversity and productivity in French preschoolers: developmental, gender and sociocultural factors. Clin Linguist Phon. 2008;22(1):47-58.

Dadalto EV, Goldfeld M. Características comuns à narrativa oral de crianças na pré-alfabetização. Common characteristics of verbal narratives of children in pre-literacy. Rev CEFAC. 2009;11(1):42-9.

Downloads

Publicado

2013-09-09

Como Citar

1.
Amemiya Érica E, Goulart BNG, Chiari BM. Uso de substantivos e verbos na narrativa oral de deficientes auditivos e ouvintes entre 5 e 11 anos de idade. Sao Paulo Med J [Internet]. 9º de setembro de 2013 [citado 10º de março de 2025];131(5):289-95. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1355

Edição

Seção

Artigo Original