Síndrome de microcefalia-coriorretinopatia, forma autossômica recessiva

um relato de caso

Autores

  • Rafael Fabiano Machado Rosa Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
  • Flávia Enk Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)
  • Korine Camargo Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)
  • Giovanni Marco Travi Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (CHSCPA)
  • André Freitas Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (CHSCPA)
  • Rosana Cardoso Manique Rosa Grupo Hospitalar Conceição (GHC)
  • Carla Graziadio Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
  • Vinicius Freitas de Mattos Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
  • Paulo Ricardo Gazzola Zen Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)

Palavras-chave:

Microcefalia, Retina, Deficiência intelectual, Consanguinidade, Toxoplasmose

Resumo

CONTEXTO: A forma autossômica recessiva da síndrome de microcefalia-coriorretinopatia é condição genética rara, considerada um importante diagnóstico diferencial com toxoplasmose congênita. RELATO DO CASO: O paciente era um menino branco de sete anos de idade, inicialmente diagnosti-cado com toxoplasmose congênita. No entanto, suas sorologias para infecções congênitas, incluindo a toxoplasmose, eram negativas. Ele foi o primeiro filho de pais jovens, hígidos e consanguíneos (parentes de quarto grau). Os pais apresentavam perímetro cefálico e inteligência normais. O paciente apresentava microcefalia e anormalidades específicas da retina com áreas ovais de pigmentação múltiplas e difusas, além de manchas de atrofia coriorretiniana associadas à pigmentação difusa do fundo de olho. A avaliação oftalmológica dos pais foi normal. A tomografia computadorizada de crânio da criança mostrou discreta dilatação dos ventrículos laterais e cisternas basais, sem evidência de calcificações. Nós não verificamos a presença de linfedema em suas mãos e pés. Ele possuía retardo do crescimento pós-natal, deficiência mental grave e paralisia cerebral. CONCLUSÃO: O achado de lesões coriorretinianas em uma criança com microcefalia deve aumentar a suspeita da forma autossômica recessiva da síndrome de microcefalia-coriorretinopatia, principalmente em casos com padrão atípico de fundo de olho e consanguinidade. O diagnóstico preciso é essencial para correta avaliação clínica e aconselhamento genético dos pacientes e suas famílias.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rafael Fabiano Machado Rosa, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)

PhD. Clinical Geneticist, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) and Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (CHSCPA), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil.

Flávia Enk, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)

Undergraduate Medical Student, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, Rio Grande do Sul, Brazil.

Korine Camargo, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)

Undergraduate Medical Student, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, Rio Grande do Sul, Brazil.

Giovanni Marco Travi, Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (CHSCPA)

MD. Ophthalmologist, Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (CHSCPA), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil.

André Freitas, Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (CHSCPA)

MD. Ophthalmologist, Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (CHSCPA), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil.

Rosana Cardoso Manique Rosa, Grupo Hospitalar Conceição (GHC)

MD. Pediatrician, Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil.

Carla Graziadio, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)

MD. Assistant Professor of Clinical Genetics and Student in the Postgraduate Program on Pathology, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), and Clinical Geneticist, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) and Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (CHSCPA), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil.

Vinicius Freitas de Mattos, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)

MD. Clinical Geneticist, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) and Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (CHSCPA), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil.

Paulo Ricardo Gazzola Zen, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)

PhD. Adjunct Professor of Clinical Genetics and of the Postgraduate Program on Pathology, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), and Clinical Geneticist, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) and Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (CHSCPA), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil.

Referências

Petersen E. Toxoplasmosis. Semin Fetal Neonatal Med. 2007; 12(3):214-23.

McKusick VA, Stauffer M, Knox L, Clark DB. Chorioretinopathy with hereditary microcephaly. Arch Ophthalmol. 1966;75(5):597-600.

Schmidt B, Jaeger W, Neubauer H. Ein Mikrozephalie-Syndrom mit atypischer tapetoretinaler degeneration bei 3 Geschwistern [A microcephalic syndrome with atypical tapetoretinal degeneration in 3 siblings]. Klin Monbl Augenheilkd. 1967;150(2):188-96.

Cantú JM, Rojas JA, García-Cruz D, et al. Autosomal recessive microcephaly associated with chorioretinopathy. Hum Genet. 1977;36(2):243-7.

Abdel-Salam GM, Czeizel AE, Vogt G, Imre L. Microcephaly with chorioretinal dysplasia: characteristic facial features. Am J Med Genet. 2000;95(5):513-5.

Microcephaly and chorioretinopathy with or without mental retardation, autosomal recessive. OMIM®. Online Mendelian Inheritance in Man®. Available from: http://www.omim.org/entry/251270?search=microcephaly%20chorioretinopathy%20recessive&highlight=microcephaly%20chorioretinopathy%20recessive. Accessed in 2014 (May 15).

Casteels I, Devriendt K, Van Cleynenbreugel H, et al. Autosomal dominant microcephaly--lymphoedema-chorioretinal dysplasia syndrome. Br J Ophthalmol. 2001;85(4):499-500.

Puffenberger EG, Jinks RN, Sougnez C, et al. Genetic mapping and exome sequencing identify variants associated with five novel diseases. PLoS One. 2012;7(1):e28936.

McKusick VA. Mendelian Inheritance in Man. 11th ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press; 1994.

Kodjikian L, Wallon M, Fleury J, et al. Ocular manifestations in congenital toxoplasmosis. Graefes Arch Clin Exp Ophthalmol. 2006;244(1):14-21.

Downloads

Publicado

2015-07-07

Como Citar

1.
Rosa RFM, Enk F, Camargo K, Travi GM, Freitas A, Rosa RCM, Graziadio C, Mattos VF de, Zen PRG. Síndrome de microcefalia-coriorretinopatia, forma autossômica recessiva: um relato de caso. Sao Paulo Med J [Internet]. 7º de julho de 2015 [citado 10º de março de 2025];133(4):377-80. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1378

Edição

Seção

Relato de Caso