Síndrome de microcefalia-coriorretinopatia, forma autossômica recessiva
um relato de caso
Palavras-chave:
Microcefalia, Retina, Deficiência intelectual, Consanguinidade, ToxoplasmoseResumo
CONTEXTO: A forma autossômica recessiva da síndrome de microcefalia-coriorretinopatia é condição genética rara, considerada um importante diagnóstico diferencial com toxoplasmose congênita. RELATO DO CASO: O paciente era um menino branco de sete anos de idade, inicialmente diagnosti-cado com toxoplasmose congênita. No entanto, suas sorologias para infecções congênitas, incluindo a toxoplasmose, eram negativas. Ele foi o primeiro filho de pais jovens, hígidos e consanguíneos (parentes de quarto grau). Os pais apresentavam perímetro cefálico e inteligência normais. O paciente apresentava microcefalia e anormalidades específicas da retina com áreas ovais de pigmentação múltiplas e difusas, além de manchas de atrofia coriorretiniana associadas à pigmentação difusa do fundo de olho. A avaliação oftalmológica dos pais foi normal. A tomografia computadorizada de crânio da criança mostrou discreta dilatação dos ventrículos laterais e cisternas basais, sem evidência de calcificações. Nós não verificamos a presença de linfedema em suas mãos e pés. Ele possuía retardo do crescimento pós-natal, deficiência mental grave e paralisia cerebral. CONCLUSÃO: O achado de lesões coriorretinianas em uma criança com microcefalia deve aumentar a suspeita da forma autossômica recessiva da síndrome de microcefalia-coriorretinopatia, principalmente em casos com padrão atípico de fundo de olho e consanguinidade. O diagnóstico preciso é essencial para correta avaliação clínica e aconselhamento genético dos pacientes e suas famílias.
Downloads
Referências
Petersen E. Toxoplasmosis. Semin Fetal Neonatal Med. 2007; 12(3):214-23.
McKusick VA, Stauffer M, Knox L, Clark DB. Chorioretinopathy with hereditary microcephaly. Arch Ophthalmol. 1966;75(5):597-600.
Schmidt B, Jaeger W, Neubauer H. Ein Mikrozephalie-Syndrom mit atypischer tapetoretinaler degeneration bei 3 Geschwistern [A microcephalic syndrome with atypical tapetoretinal degeneration in 3 siblings]. Klin Monbl Augenheilkd. 1967;150(2):188-96.
Cantú JM, Rojas JA, García-Cruz D, et al. Autosomal recessive microcephaly associated with chorioretinopathy. Hum Genet. 1977;36(2):243-7.
Abdel-Salam GM, Czeizel AE, Vogt G, Imre L. Microcephaly with chorioretinal dysplasia: characteristic facial features. Am J Med Genet. 2000;95(5):513-5.
Microcephaly and chorioretinopathy with or without mental retardation, autosomal recessive. OMIM®. Online Mendelian Inheritance in Man®. Available from: http://www.omim.org/entry/251270?search=microcephaly%20chorioretinopathy%20recessive&highlight=microcephaly%20chorioretinopathy%20recessive. Accessed in 2014 (May 15).
Casteels I, Devriendt K, Van Cleynenbreugel H, et al. Autosomal dominant microcephaly--lymphoedema-chorioretinal dysplasia syndrome. Br J Ophthalmol. 2001;85(4):499-500.
Puffenberger EG, Jinks RN, Sougnez C, et al. Genetic mapping and exome sequencing identify variants associated with five novel diseases. PLoS One. 2012;7(1):e28936.
McKusick VA. Mendelian Inheritance in Man. 11th ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press; 1994.
Kodjikian L, Wallon M, Fleury J, et al. Ocular manifestations in congenital toxoplasmosis. Graefes Arch Clin Exp Ophthalmol. 2006;244(1):14-21.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.