Estridor e falência respiratória devido a traqueobroncomalácia

relato de caso e revisão da literatura

Autores

  • Ramon Andrade de Mello Internal Medicine Department of São João Hospital
  • Adriana Magalhães Internal Medicine Department of São João Hospital
  • Abílio José Vilas-Boas Internal Medicine Department of São João Hospital

Palavras-chave:

Traqueobroncomalácia, Sons respiratórios, Doença pulmonar obstrutiva crônica, Dispnéia, Insuficiência respiratória

Resumo

CONTEXTO: Traqueobroncomalácia (TBM) é resultado de alterações funcionais e estruturais do aparelho respiratório. É caracterizada pelo colapso excessivo de pelo menos 50% da área de secção transversal da traqueia e dos brônquios principais. Neste trabalho, descrevemos um raro caso de paciente com TBM que primeiro apresentou estridor e insuficiência respiratória devido à exacerbação da bronquite crônica. RELATO DE CASO: Homem de 81 anos de idade, caucasiano, foi admitido apresentando tosse, expectoração purulenta, estridor e falência respiratória. Ele apresentava história médica prévia de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), silicose e era ex-tabagista. A tomografia axial computadorizada de tórax revelou marcado colapso da traqueia em seu terço médio. A broncoscopia mostrou aspectos compatíveis com TBM. Foi submetido a ventilação não invasiva, sem boa resposta. Na sequência, foi colocado stent Dumon em Y por broncoscopia rígida. Após o procedimento, o paciente teve alta com melhora clínica. CONCLUSÃO: TBM é uma entidade fatal e muitas vezes subdiagnosticada. Em pacientes com DPOC, o estridor e a insuficiência respiratória podem ser sinais úteis que devem alertar os médicos a considerar TBM como diagnóstico precoce. Assim, pode ser importante para otimizar o tratamento e a evolução dos pacientes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ramon Andrade de Mello, Internal Medicine Department of São João Hospital

MD. Doctoral Student of Medicine and Molecular Oncology, School of Medicine, University of Porto, Portugal; Resident of Medical Oncology at Francisco Gentil Portuguese Oncology Institute, Porto, Portugal.

Adriana Magalhães, Internal Medicine Department of São João Hospital

MD. Pulmonology Specialist in the Pulmonology Department, Hospital São João, Porto, Portugal.

Abílio José Vilas-Boas, Internal Medicine Department of São João Hospital

MD. Internal Medicine Specialist and Head of B4 Internal Medicine Unit, Internal Medicine Department, Hospital São João, Porto, Portugal.

Referências

Majid A, Fernández L, Fernández-Bussy S, Herth F, Ernst A. Traqueobroncomalacia [Tracheobronchomalacia]. Arch Bronconeumol. 2010;46(4):196-202.

McDermott S, Barry SC, Judge EE, et al. Tracheomalacia in adults with cystic fibrosis: determination of prevalence and severity with dynamic cine CT. Radiology. 2009;252(2):577-86.

Kandaswamy C, Balasubramanian V. Review of adult tracheomalacia and its relationship with chronic obstructive pulmonary disease. Curr Opin Pulm Med. 2009;15(2):113-9.

Czyhlarz ER. Ueber ein pulsiondivertikel der trachea mit bemerkungen uber das verhalten der elastichen fasern an normalen tracheen und bronchein. Zentralbl Allg Pathol. 1897;18:721-8.

Lemoine JM. Dyspnees et retractions de la trachee et des grosses bronches. Semin Hop Paris. 1949;25:3984-7.

Jamal N, Bent JP,Vicencio AG. Aneurologicetiologyfortracheomalacia? Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2009;73(6):885-7.

Nuutinen J. Acquired tracheobronchomalacia. Eur J Respir Dis. 1982;63(5):380-7.

Carden KA, Boiselle PM, Waltz DA, Ernst A. Tracheomalacia and tracheobronchomalacia in children and adults: an in-depth review. Chest. 2005;127(3):984-1005.

Ernst A, Rafeq S, Boiselle P, et al. Relapsing polychondritis and airway involvement. Chest. 2009;135(4):1024-30.

Mair EA, Parsons DS. Pediatric tracheobronchomalacia and major airway collapse. Ann Otol Rhinol Laryngol. 1992;101(4):300-9.

Lin JY, Kuo PH. A 92-year-old woman with expiratory wheezing refractory to inhaled bronchodilators. Chest. 2009;135(6):1680-3.

Oestreicher-Kedem Y, DeRowe A, Nagar H, Fishman G, Ben-Ari J. Vocal fold paralysis in infants with tracheoesophageal fistula. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2008;117(12):896-901.

Masters IB, Chang AB. Interventions for primary (intrinsic) tracheomalacia in children. Cochrane Database Syst Rev. 2005;(4):CD005304.

Maurício L, Marques A, Rosa CM. et al Policondrite recidivante com traqueobroncomalácia grave: a propósito de um caso clínico raro [Relapsing polychondritis with severe tracheobronchomalacia: case report]. Rev Bras Reumatol. 1997;37(2):113-7.

Boiselle PM, O’Donnell CR, Bankier AA, et al. Tracheal collapsibility in healthy volunteers during forced expiration: assessment with multidetector CT. Radiology. 2009;252(1):255-62.

Goo HW. State-of-the-art CT imaging techniques for congenital heart disease. Korean J Radiol. 2010;11(1):4-18.

Hasegawa T, Zaima A, Hisamatsu C, Nishijima E, Okita Y. Minimally invasive innominate artery transection for tracheomalacia using 3-dimensional multidetector-row computed tomographic angiography: report of a case. J Pediatr Surg. 2010;45(7):E1-4.

Majid A, Guerrero J, Gangadharan S, et al. Tracheobronchoplasty for severe tracheobronchomalacia: a prospective outcome analysis. Chest. 2008;134(4):801-7.

Downloads

Publicado

2012-01-01

Como Citar

1.
Mello RA de, Magalhães A, Vilas-Boas AJ. Estridor e falência respiratória devido a traqueobroncomalácia: relato de caso e revisão da literatura. Sao Paulo Med J [Internet]. 1º de janeiro de 2012 [citado 12º de março de 2025];130(1):61-4. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1391

Edição

Seção

Relato de Caso