Síndrome de burnout e carga horária semanal de trabalho em médicos plantonistas
estudo transversal
Palavras-chave:
Esgotamento profissional, Carga de trabalho, Unidades de terapia intensiva, Estudos transversais, DiagnósticoResumo
CONTEXTO E OBJETIVOS: A síndrome de burnout (SB) caracteriza-se por três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal. Os objetivos deste estudo foram avaliar uma possível associação entre SB e carga horária semanal de trabalho, descrever a prevalência de SB e o perfil sócio-demográfico e ocupacional em médicos plantonistas de Maceió. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal em unidades de terapia intensiva (UTI) de hospitais públicos e privados de Maceió. MÉTODOS: Um formulário auto-aplicável foi usado para avaliar características sócio-demográficas e SB através do Maslach Burnout Inventory (MBI) com 67 médicos plantonistas de UTIs de Maceió. Foi realizado teste de correlação R de Pearson entre carga horária e exaustão emocional e, para as demais dimensões, foi utilizado o teste S de Spearman (P < 0,05). Demais variáveis foram representadas por frequência simples. Intervalo de confiança de 95% foi calculado para cada variável. RESULTADOS: Dos médicos estudados, 55,22% eram do sexo feminino, com média de idade de 43,9 ± 8,95 anos. A média da carga horária semanal de plantão foi de 43,85 ± 24,49 horas. A frequência de escores altos em pelo menos uma das dimensões do MBI foi de 70,14%. CONCLUSÕES: Apesar da alta prevalência de SB, especialmente nos médicos que não praticam atividade física regular, nossos dados não indicaram qualquer correlação significativa entre carga horária e qualquer uma das dimensões da SB na amostra. A alta prevalência da SB chama atenção para a importância da pesquisa de outras possíveis causas, para a prevenir e tratar adequadamente.
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