Afasia e herpes vírus

estudo de caso

Autores

  • Ellen Cristina Siqueira Soares-Ishigaki Universidade Federal de São Paulo
  • Maysa Luchesi Cera Universidade Federal de São Paulo
  • Alexandre Pieri Universidade Federal de São Paulo
  • Karin Zazo Ortiz Universidade Federal de São Paulo

Palavras-chave:

Meningoencefalite, Encefalite por herpes simples, Afasia, Linguagem, Cognição, Adolescente

Resumo

CONTEXTO: Meningoencefalite em idade precoce, de qualquer etiologia, é fator de risco para o desenvolvimento de sequelas posteriores, que podem ser de origem física, psíquica, comportamental ou cognitiva. Anomia é uma manifestação linguística frequente nesses casos e outras alterações de linguagem raramente são descritas. O objetivo do estudo foi descrever as manifestações linguísticas e cognitivas pós-meningoencefalite herpética de um paciente com 13 anos de idade e oito anos de escolaridade. RELATO DE CASO: O paciente passou por avaliação fonoaudiológica nove meses após o diagnóstico neurológico. A bateria de avaliação incluiu o Protocolo de Avaliação de Linguagem Montreal Toulouse (MT Beta-86 modificado), a descrição da prancha Roubo dos Biscoitos do Teste de Boston para o diagnóstico da afasia, avaliação informal do raciocínio lógico-matemático e os subtestes neuropsicológicos da escala WAIS-III que avaliam a memória de trabalho. O paciente apresentou afasia mista, alteração da memória de curto prazo e da memória de trabalho e discalculia. Apresentou também alterações cognitivas e linguísticas graves. O diagnóstico precoce tem fundamental importância para o tratamento oportuno e a reabilitação dessa infecção neurológica e também para minimizar as alterações cognitivas causadas pela doença.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ellen Cristina Siqueira Soares-Ishigaki, Universidade Federal de São Paulo

Doctoral Student in Human Communication Disorders at Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Maysa Luchesi Cera, Universidade Federal de São Paulo

Speech Therapist. Master’s Student in Human Communication Disorders at Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Alexandre Pieri, Universidade Federal de São Paulo

MD. Doctoral Student in Neurology at Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Karin Zazo Ortiz, Universidade Federal de São Paulo

PhD. Speech Therapist and Professor of the Department of Speech Therapy, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, Brazil.

Referências

Whitley RJ, Lakeman F. Herpes simplex virus infections of the central nervous system: therapeutic and diagnostic considerations. Clin Infect Dis. 1995;20(2):414-20.

Pewter SM, Williams WH, Haslam C, Kay JM. Neuropsychological and psychiatric profiles in acute encephalitis in adults. Neuropsychol Rehabil. 2007;17(4-5):478-505.

Okuda B, Kawabata K, Tachibana H, Sugita M, Tanaka H. Postencephalitic pure anomic aphasia: 2-year follow-up. J Neurol Sci. 2001;187(1-2):99-102.

Lambon Ralph MA, Cipolotti L, Manes F, Patterson K. Taking both sides: do unilateral anterior temporal lobe lesions disrupt semantic memory? Brain. 2010;133(11):3243-55.

Lowe C, Knapp S, Lambon Ralph MA. Relative preservation of ‘animate’ knowledge in an atypical presentation of herpes simplex virus encephalitis. Neurocase. 2005;11(3):157-66.

Laiacona M, Capitani E, Caramazza A. Category-specific semantic deficits do not reflect the sensory/functional organization of the brain: a test of the “sensory quality” hypothesis. Neurocase. 2003;9(3):221-31.

Sartori G, Negri G, Mariani I, Prioni S. Relevance of semantic features and category specificity. Cortex. 2004;40(1):191-3.

Siri S, Kensinger EA, Cappa SF, Hood KL, Corkin S. Questioning the living/nonliving dichotomy: evidence from a patient with an unusual semantic dissociation. Neuropsychology. 2003;17(4):630-45.

Whitley RJ, Cobbs CG, Alford CA Jr, et al. Diseases that mimic herpes simplex encephalitis. Diagnosis, presentation, and outcome. NIAD Collaborative Antiviral Study Group. JAMA. 1989;262(2):234-9.

Nespolous JL, Lecours AR, Lafond D, et al. Protocole Montréal- Toulouse d’examen linguistique de l’aphasie MT 86, module standard initial: MIB. Montréal: Laboratoire Théophile-Alajouanine; 1986.

Soares EC, Ortiz KZ. Influence of schooling on language abilities of adults without linguistic disorders. Sao Paulo Med J. 2009; 127(3):134-9.

Goodglass H, Kaplan EF. The Assessment of Aphasia and Related Disorders. 2nd ed. Philadelphia: Lea & Febiger; 1983.

Berch DB, Krikorian R, Huha EM. The Corsi block-tapping task: methodological and theoretical considerations. Brain Cogn. 1998;38(3):317-38.

Wechsler D. WAIS-III: administration and scoring manual. 3rd ed. San Antonio: Psychological Corporation; 1997.

Basso A, Marangolo P. Cognitive neuropsychological rehabilitation: The emperor’s new clothes? Neuropsychological Rehabilitation. 2000;10(3):219-29. Available from: http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/096020100389138#preview. Accessed in 2011 (Aug 9).

Berndt RS, Mitchum CC, Wayland S. Patterns of sentence comprehension in aphasia: a consideration of three hypotheses. Brain Lang. 1997;60(2):197-221.

Ellis AW, Young AW. Human cognitive neuropsychology: a textbook with readings. London: Lawrence Erlbaum Associates; 1988.

Biedermann B, Nickels L. Homographic and heterographic homophones in speech production: does orthography matter? Cortex. 2008;44(6):683-97.

Levelt WJM. Speaking: from intention to articulation. Cambridge: MIT Press; 1989.

Figueiredo VLM, Nascimento E. Desempenhos nas duas tarefas dos subteste dígitos do WISC-III e do WAIS-III [Performances in the forward and backward digit span in the WISC-III and WAIS-III]. Psicol Teor Pesqui. 2007;23(3):313-8.

Noppeney U, Price CJ. Functional imaging of the semantic system: retrieval of sensory-experienced and verbally learned knowledge. Brain Lang. 2003;84(1):120-33.

Souza CAC. Déficits variados após lesões neurológicas bacterianas ou virais: implicações clínicas, periciais e psicossociais. Psychiatry Online Brasil. 2003;8(11). Available from: http://www.polbr.med.br/ano03/artigo1103_b.php. Accessed in 2011 (Aug 9).

De Luccia G, Ortiz KZ. Desempenho da população brasileira no processamento numérico e de cálculo através da bateria EC 301: estudo piloto [Performance of a Brazilian population in the EC 301 calculation and number processing battery: a pilot study]. Arq Neuropsiquiatr. 2009;67(2b):432-8.

Miyake A, Carpenter PA, Just MA. A capacity approach to syntactic comprehension disorders: making normal adults perform like aphasic patients. Cognitive Neuropsychology. 1994;11(6):671-717. Available from: http://www.informaworld.com/smpp/content~db=all~content=a781392836~frm=abslink. Accessed in 2011 (Aug 9).

Basso A, Caporali P, Faglione S. Spontaneous recovery from acalculia. J Int Neuropsychol Soc. 2005;11(1):99-107.

Baldo JV, Dronkers NF. Neural correlates of arithmetic and language comprehension: a common substrate? Neuropsychologia. 2007;45(2):229-35.

Downloads

Publicado

2012-09-09

Como Citar

1.
Soares-Ishigaki ECS, Cera ML, Pieri A, Ortiz KZ. Afasia e herpes vírus: estudo de caso. Sao Paulo Med J [Internet]. 9º de setembro de 2012 [citado 15º de outubro de 2025];130(5):336-41. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1508

Edição

Seção

Relato de Caso