Impacto de um centro de informações toxicológicas na redução do tempo de internação hospitalar de pacientes intoxicados
coorte retrospectiva
Palavras-chave:
Centros de Controle de Intoxicações, Tempo de internação, Envenenamento, Hospitalização, Pesquisa sobre serviços de saúdeResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: Centros de informações toxicológicas prestam papel essencial na assistência a pacientes intoxicados, sem contar com financiamento seguro de suas atividades. O objetivo foi verificar a diferença no tempo de internação dos pacientes intoxicados que receberam atenção remota de um centro de informações toxicológicas em comparação aos que não receberam. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Foi organizado um estudo de coorte retrospectivo incluindo todos pacientes intoxicados hospitalizados em um prontosocorro de Manaus de 2005 a 2007 e checado na base de dados do centro de informações toxicológicas local se receberam esta assistência. MÉTODOS: Foram selecionados pacientes com agente tóxico conhecido, tempo de exposição inferior a 12 horas e sem comorbidades graves para avaliação da gravidade por dois revisores independentes e divergências resolvidas por outro revisor. RESULTADOS: Foram incluídos 198 pacientes; aqueles com auxílio remoto do centro de informações toxicológicas ficaram em média 3,43 dias a menos (-6,10 a -0,77 IC 95%) internados quando comparados a nenhum auxílio do centro de informações toxicológicas (CIT). Noventa pacientes tiveram gravidade avaliada; não houve diferença estatística na gravidade entre os pacientes com ou sem assistência do CIT (P > 0,5). CONCLUSÃO: Pacientes com assistência remota do CIT tiveram tempo de internação inferior a pacientes sem este auxílio. O CIT pode ter reduzido o tempo de internação dos pacientes intoxicados.
Downloads
Referências
CAS. A Division of the American Chemical Society. Database counter. Available from: http:// www.cas.org/cgi-bin/cas/regreport.pl. Accessed in 2010 (Sep 21).
Oga S, Camargo MMA, Batistuzzo JAO. Fundamentos de toxicologia. 3a ed. São Paulo: Athe- neu; 2008.
Shannon MW, Borron SW, Burns MJ. Haddad and Winchester’s clinical management of poi- soning and drug overdose. 4th ed. Philadelphia: Elsevier; 2007.
World Health Organization. World report on child injury prevention. Geneva: World Health Organization; 2008. Available from: http://www.who.int/violence_injury_prevention/child/injury/world_report/en/index.html. Accessed in 2010 (Sep 21).
Govaerts M. Poison control in Europe. Pediatr Clin North Am. 1970;17(3):729-39.
Baroud R. Concepção e organização de um centro de Controle de intoxicações [Conception and organization of a poison control center]. Rev Saúde Pública. 1985;19(6):556-65.
Krenzelok EP. Poison centers at the millennium and beyond. J Toxicol Clin Toxicol. 2000;38(7):693-6.
Associação Brasileira de Centros de Informações Toxicológicas e Toxicologistas Clínicos (ABRACIT). Detalhes dos centros de informações toxicológicas do Brasil. Available from: http://www.abracit.org.br/centros/index.php. Accessed in 2010 (Sep 21).
Tong TG, Soloway RA. Fiscal antidotes needed. J Toxicol Clin Toxicol. 1994;32(5):509-11.
Miller TR, Lestina DC. Costs of poisoning in the United States and savings from poison control centers: a benefit-cost analysis. Ann Emerg Med. 1997;29(2):239-45.
Harrison DL, Draugalis JR, Slack MK, Langley PC. Cost-effectiveness of regional poison con- trol centers. Arch Intern Med. 1996;156(22):2601-8.
Kelly NR, Ellis MD, Kirkland RT, Holmes SE, Kozinetz CA. Effectiveness of a poison center: impact on medical facility visits. Vet Hum Toxicol. 1997;39(1):44-8.
Kearney TE, Olson KR, Bero LA, Heard SE, Blanc PD. Health care cost effects of public use of a regional poison control center. West J Med. 1995;162(6):499-504.
LoVecchio F, Curry S, Waszolek K, et al. Poison control centers decrease emergency health- care utilization costs. J Med Toxicol. 2008;4(4):221-4.
Blizzard JC, Michels JE, Richardson WH, et al. Cost-benefit analysis of a regional poison center. Clin Toxicol (Phila). 2008;46(5):450-6.
Phillips KA, Homan RK, Hiatt PH, et al. The costs and outcomes of restricting public access to poison control centers. Results from a natural experiment. Med Care. 1998;36(3):271- 80.
Zaloshnja E, Miller T, Jones P, et al. The potential impact of poison control centers on rural hospitalization rates for poisoning. Pediatrics. 2006;118(5):2094-100.
Zaloshnja E, Miller T, Jones P, et al. The impact of poison control centers on poisoning-related visits to EDs--United States, 2003. Am J Emerg Med. 2008;26(3):310-5.
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Caderno de Informação da Saúde Suplementar: beneficiários, operadoras e planos. Rio de Janeiro: Agência Nacional de Saúde Suplementar; 2006. Available from: http://www.ans.gov.br/data/files/8A958865266CAFE2012696332A240965/caderno_informaca_12_2009.pdf. Accessed in 2010 (Sep 21).
Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Trabalho e Rendimento. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Um panorama da saúde no Brasil. Acesso e utiliza- ção dos serviços, condições de saúde e fatores de risco e proteção à saúde 2008. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2010. Available from: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/panorama_saude_brasil_2003_2008/PNAD_2008_saude.pdf. Accessed in 2010 (Sep 21).
Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Hospital Universitário Getúlio Vargas. Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas. Atendimentos do Centro de Informações Toxicológica do Amazonas em 2007 (Taís Galvão, org.). Manaus: EDUA, 2008. Available from: http://www.cit.ufam.edu.br/download/atendimentos_cit_2007.pdf. Accessed in 2010 (Apr 26).
Nicolella A, Ferreira EM, Lessa CAS. Dados de atendimento. In: Rio Grande do Sul. Secreta- ria Estadual da Saúde. Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde. Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul. Toxicovigilância: toxicologia clínica; dados e indicadores selecionados. Rio Grande do Sul, 2007. Porto Alegre: Centro de Informação Toxicológica; 2008. p. 45-64.
Bronstein AC, Spyker DA, Cantilena LR, et al. 2009 Annual Report of the American Associa- tion of Poison Control Centers’ National Poison Data System (NPDS): 27th Annual Report. Clin Toxicol (Phila). 2010;48(10):979-1178.
Vassilev ZP, Marcus SM. The impact of a poison control center on the length of hospital stay for patients with poisoning. J Toxicol Environ Health A. 2007;70(2):107-10.
Brasil. Ministério da Saúde. CNESnet. Secretaria de Atenção à Saúde. Datasus. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Consulta ficha estabelecimento. Available from: http://cnes.datasus.gov.br/cabecalho_reduzido.asp?VCod_Unidade=1302602013649. Accessed in 2010 (Sep 21).
Persson HE, Sjöberg GK, Haines JA, Pronczuk de Garbino J. Poisoning severity score. Grading of acute poisoning. J Toxicol Clin Toxicol. 1998;36(3):205-13.
Gilbert EH, Lowenstein SR, Koziol-McLain J, Barta DC, Steiner J. Chart reviews in emergency medicine research: Where are the methods? Ann Emerg Med. 1996;27(3):305-8.
Worster A, Bledsoe RD, Cleve P, et al. Reassessing the methods of medical record review studies in emergency medicine research. Ann Emerg Med. 2005;45(4):448-51.
Pereira MG. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1995.
Organización Panamericana de la Salud. Xunta de Galicia. Epidat 3.1: Análise Epidemio- lógica de Dados Tabulados. Washington: Organización Panamericana de la Salud, 2006. Available from: http://dxsp.sergas.es/ApliEdatos/Epidat/Ayuda/Ayuda-general/Ajuda%20Geral.pdf. Accessed in 2010 (Sep 21).
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Sistema de Informações sobre Orçamen- tos Públicos em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2008. Available from: http://siops.datasus.gov.br/Documentacao/SIOPS%20União%202007%20.pdf. Accessed in 2010 (Sep 21).
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- tística. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Estatís- ticas da saúde: assistência médico-sanitária 2005. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2006. Available from: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/ams/2005/ams2005.pdf. Accessed in 2010 (Sep 21).
World Health Organization. World health statistics 2010. Geneva: World Health Organization; 2010. Available from: http://www.who.int/whosis/whostat/EN_WHS10_Full.pdf. Accessed in 2010 (Sep 21).
Rede Interagencial de Informação para Saúde. Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações. 2a ed. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2008. Avai- lable from: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2008/apresent.pdf. Accessed in 2010 (Sep 21).
Polivka BJ, Casavant M, Baker SD. Factors Associated with Healthcare Visits by Young Chil- dren for Nontoxic Poisoning Exposures. Journal of Community Health. 2010;35(6):572-8.
Brasil. Portaria no 298, de 9 de fevereiro de 2010. Institui Grupo de Trabalho para elabora- ção de diretrizes para as atividades das áreas da Toxicologia no Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 10 mar. 2010, Seção 1, p. 49. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt0298_09_02_2010.html. Accessed in 2010 (Sep 21).
World Health Organization. Directrices para la lucha contra las intoxicaciones. Geneva: World Health Organization; 1998.
Buckley NA. Poisoning and epidemiology: “toxicoepidemiology”. Clin Exp Pharmacol Physiol. 1998;25(3-4):195-203.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.