A hierarquia das evidências em cirurgia da mão nas revistas ortopédicas nacionais
Palavras-chave:
Ortopedia, Mãos, Métodos epidemiológicos, Projetos de pesquisa, Medicina baseada em evidênciasResumo
CONTEXTO E OBJETIVO: Não há uma avaliação sistemática da qualidade da produção científica na especialidade de cirurgia da mão em nosso meio. Este estudo objetiva analisar o status da geração de evidências em cirurgia da mão, por meio de avaliação sistematizada, além de avaliar a reprodutibilidade da classificação baseada na pirâmide das evidências. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo secundário realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Faculdade Estadual de Medicina de Marília (Famema). MÉTODOS: De forma independente, dois pesquisadores promoveram uma busca eletrônica dos trabalhos envolvendo cirurgia da mão, no período de 2000-2009, para duas principais revistas na literatura ortopédica nacional (Acta Ortopédica Brasileira e Revista Brasileira de Ortopedia). Os trabalhos identificados foram subsequentemente classificados pelo tipo de delineamento metodológico (revisões sistemáticas da literatura, estudos clínicos randomizados, estudos de coorte, estudos caso-controle, séries de casos e outros estudos) e nível de evidência (I a V). RESULTADOS: Foram avaliados 1.150 artigos, sendo 83 (7,2%) considerados para a análise final. Estudos com nível de evidência IV (séries de caso) correspondem a 41 (49%) das publicações. Estudos nível de evidência V (outros estudos), corresponderam a 12 (14,5%) da amostra. Apenas dois estudos (2,4%) foram identificados como nível I ou II. A reprodutibilidade interobservadores foi excelente (k = 0.94). CONCLUSÕES: Os artigos de cirurgia da mão correspondem a menos de um décimo da produção ortopédica nacional. Estudos nível de evidência IV foram os mais encontrados na literatura nacional. A classificação estratificada por níveis de evidência apresenta reprodutibilidade quase perfeita.
Downloads
Referências
Evidence-Based Medicine Working Group. Evidence-based medicine. A new approach to teaching the practice of medicine. JAMA. 1992;268(17):2420-5.
Bhandari M, Richards RR, Sprague S, Schemitsch EH. The quality of reporting of random- ized trials in the Journal of Bone and Joint Surgery from 1988 through 2000. J Bone Joint Surg Am. 2002;84-A(3):388-96.
Bhandari M, Swiontkowski MF, Einhorn TA, et al. Interobserver agreement in the applica- tion of levels of evidence to scientific papers in the American volume of the Journal of Bone and Joint Surgery. J Bone Joint Surg Am. 2004;86-A(8):1717-20.
Hoppe DJ, Bhandari M. Evidence-based orthopaedics: a brief history. Indian J Orthop. 2008;42(2):104-10.
Watts G. Let’s pension off the “major breakthrough”. BMJ. 2007;334 Suppl 1:s4.
Atallah AN. The Cochrane Collaboration: shared evidence for improving decision-making in human health. Sao Paulo Med J. 1999;117(5):183-4.
Poolman RW, Kerkhoffs GM, Struijs PA, Bhandari M, International Evidence-Based Ortho- pedic Surgery Working Group. Don’t be misled by the orthopedic literature: tips for critical appraisal. Acta Orthop. 2007;78(2):162-71.
Dijkman BG, Abouali JA, Kooistra BW, et al. Twenty years of meta-analyses in orthopaedic surgery: has quality kept up with quantity? J Bone Joint Surg Am. 2010;92(1):48-57.
Kiter E, Karatosun V, Günal I. Do orthopaedic journals provide high-quality evidence for clinical practice? Arch Orthop Trauma Surg. 2003;123(2-3):82-5.
Siebelt M, Siebelt T, Pilot P, et al. Citation analysis of orthopaedic literature; 18 major orthopaedic journals compared for Impact Factor and SCImago. BMC Musculoskelet Disord. 2010;11:4.
Amatuzzi MLL. Análise da evolução qualitativa de publicações em Ortopedia e Trauma- tologia: comparação entre a Revista Brasileira de Ortopedia e Journal of Bone and Joint Surgery [Analysis of qualitative evolution from publications in Orthopedics and traumatol- ogy]. Rev Bras Ortop. 2004;39(9):527-35.
Bhandari M, Guyatt GH, Lochner H, Sprague S, Tornetta P 3rd. Application of the Consoli- dated Standards of Reporting Trials (CONSORT) in the Fracture Care Literature. J Bone Joint Surg Am. 2002;84-A(3):485-9.
Riera R. Designs of studies published in two Brazilian journals of orthopedics and sports medicine, recently indexed in the ISI Web of Science. Sao Paulo Med J. 2009;127(6):355-8.
Gummesson C, Atroshi I, Ekdahl C. The quality of reporting and outcome measures in randomized clinical trials related to upper-extremity disorders. J Hand Surg Am. 2004;29(4):727-34; discussion 735-7.
Martinoff R, Kreder H. Finding evidence: evidence-based practice. Hand Clin. 2009;25(1):15-27, v.
Lozano-Calderón S, Anthony S, Ring D. The quality and strength of evidence for etiology: example of carpal tunnel syndrome. J Hand Surg Am. 2008;33(4):525-38.
Moher D, Pham B, Jones A, et al. Does quality of reports of randomised trials affect estimates of intervention efficacy reported in meta-analyses? Lancet. 1998;352(9128):609-13.
Higgins JPT, Green S. Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions 4.2.4. Chichester: John Wiley & Sons; 2005.
Sackett DL, Straus SE, Richardson WS, Rosenberg W, Haynes RB. Evidence-Based Medi- cine: how to practice and teach EBM. 2nd ed. London: Churchill Livingstone; 2000.
Wright JG, Swiontkowski MF, Heckman JD. Introducing levels of evidence to the journal. J Bone Joint Surg Am. 2003;85-A(1):1-3.
Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data. Bio- metrics. 1977;33(1):159-74.
Hanzlik S, Mahabir RC, Baynosa RC, Khiabani KT. Levels of evidence in research published in The Journal of the Bone and Joint Surgery (American Volume) over the last thirty years. J Bone Joint Surg Am. 2009;91(2):425-8.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.