Frequência de cefaleia em trabalhadores de uma empresa de borracha no Estado de São Paulo, Brasil

Autores

  • Juliana Stuginski-Barbosa Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • José Geraldo Speciali Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Palavras-chave:

Saúde do trabalhador, Cefaleia, Transtornos de enxaqueca, Cefaleia tipo tensional, Absenteísmo

Resumo

CONTEXTO E Objetivo: Cefaleias primárias podem ser causa de absenteísmo, e de queda no rendimento e na produtividade do trabalho. O objetivo do estudo foi estabelecer a presença e frequência de cefaleia primária em funcionários de uma empresa de solados de borracha,e sua relação com absenteísmo. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal realizado com a ajuda do pessoal do departamento médico e social de uma empresa localizada no município de Franca, São Paulo. MÉTODO: Um questionário sobre as características da cefaleia foi distribuído a todos os funcionários. Os questionários devolvidos e preenchidos foram divididos em dois grupos: com e sem relato de cefaleia. As cefaleias foram classificadas em quatro grupos principais: migrânea, cefaleia do tipo tensional (CTT), cefaleia em salvas e outras cefaleias. Através da frequência da cefaleia, foi possível a classificação em cefaleia crônica diária (CCD). RESULTADOS: O número de questionários válidos foi de 392 (59%), 80,9% questionários eram de funcionários do gênero masculino, e 19,1%, do gênero feminino. Cento e vinte (30,6%) dos funcionários relataram apresentar cefaleia, sendo que 17,4% pertenceram ao grupo migrânea e 8,93% ao grupo CTT. O diagnóstico de migrânea foi o mais frequente (p < 0,001) dentre todos, e também entre as mulheres (p < 0,05). O diagnóstico de CTT foi mais frequente entre os homens (p < 0,05). CCD foi identificada em 14 indivíduos (3,6%). CONCLUSÕES: Cefaleia é um problema frequente entre os funcionários da empresa participante da pesquisa sendo a causa de absentismo em 8,7% dos que responderam o questionário.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juliana Stuginski-Barbosa, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

MSc. Surgeon Dentist, Department of Neurosciences, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

José Geraldo Speciali, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

MD. Associate Professor of Neurology, Department of Neurosciences, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil.

Referências

Lipton RB, Bigal ME. Ten lessons on the epidemiology of migraine. Headache. 2007;47 Suppl 1:S2-9.

Breivik H, Collett B, Ventafridda V, Cohen R, Gallacher D. Survey of chronic pain in Europe: prevalence, impact on daily life, and treatment. Eur J Pain. 2006;10(4):287-333.

Neville A, Peleg R, Singer Y, Sherf M, Shvartzman P. Chronic pain: a population-based study. Isr Med Assoc J. 2008;10(10):676-80.

Kreling MCGD, Cruz DALM, Pimenta CAM. Prevalência de dor crônica em adultos [Prevalence of chronic pain in adult workers]. Rev Bras Enferm. 2006;59(4):509-13.

Edwards RR. Individual differences in endogenous pain modulation as a risk factor for chro- nic pain. Neurology. 2005;65(3):437-43.

Stewart WF, Ricci JA, Chee E, Morganstein D, Lipton R. Lost productive time and cost due to common pain conditions in the US workforce. JAMA. 2003;290(18):2443-54.

Stewart WF, Lipton RB, Kolodner K, Liberman J, Sawyer J. Reliability of the migraine disabi- lity assessment score in a population-based sample of headache sufferers. Cephalalgia. 1999;19(2):107-14; discussion 74.

Stewart WF, Lipton RB, Whyte J, et al. An international study to access reliability of the Migrai- ne Disability Assessment (MIDAS) score. Neurology. 1999;53(5):988-94.

Lipton RB, Stewart WF, Goadsby PJ. Headache-related disability in the management of mi- graine. Neurology. 2001;56(6 Suppl 1):S1-3.

Subcomitê de Classificação das Cefaleias da Sociedade Internacional de Cefaleia. Classifi- cação internacional das cefaleias. 2a ed. Trad. Sociedade Brasileira de Cefaleia. São Paulo: Alaúde Editorial Ltda; 2006.

Gonçalves DA, Bigal ME, Jales LC, Camparis CM, Speciali JG. Headache and symptoms of temporomandibular disorder: an epidemiology study. Headache. 2010;50(2):231-41.

Pop PH, Gierveld CM, Karis HA, Tiedink HG. Epidemiological aspects of headache in a work- place setting and the impact on the economic loss. Eur J Neurol. 2002;9(2):171-4.

Vincent M, Rodrigues AJ, Oliveira GV, et al. Prevalência e custos indiretos das cefaléias em uma empresa brasileira [Prevalence and indirect costs of headache in a Brazilian Com- pany]. Arq Neuropsiquiatr. 1998;56(4):734-43.

May A. Cluster headache: pathogenesis, diagnosis, and management. Lancet. 2005;366(9488):843-55.

Bigal ME, Fernandes LC, Moraes FA, Bordini CA, Speciali JG. Prevalência e impacto da migrânea em funcionários do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP [Migraine prevalence and impact in employees of the Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP]. Arq Neuropsiquiatr. 2000;58(2B):431-6.

Silberstein SD. Chronic daily headache. J Am Osteopath Assoc. 2005;105(4 Suppl 2):23S- 29S.

Galego JCB, Moraes AM, Cordeiro JA, Tognola WA. Chronic daily headache: stress and impact on the quality of life. Arq Neuropsiquiatr. 2007;65(4b):1126-9.

Scher AI, Stewart WF, Liberman J, Lipton RB. Prevalence of frequent headache in a popula- tion sample. Headache. 1998;38(7):497-506.

Queiroz LP, Barea LM, Blank N. An epidemiological study of headache in Florianopolis, Brazil. Cephalalgia. 2006;26(2):122-7.

Midgette LA, Scher AI. The epidemiology of chronic daily headache. Curr Pain Headache Rep. 2009;13(1):59-63.

Schultz AB, Edington DW. Employee health and presenteeism: a systematic review. J Occup Rehabil. 2007;17(3):547-79.

Bigal ME, Bigal JOM, Bordini CA, Speciali JG. Prevalence and costs of headaches for the public health system in a town in the interior of the state of São Paulo. Arq Neuropsiquiatr. 2001;59(3A):504-11.

Raak R, Raak A. Work attendance despite headache and its economic impact: a comparison between two workplaces. Headache. 2003;43(10):1097-101.

Schwartz BS, Stewart WF, Lipton RB. Lost workdays and decreased work effectiveness asso- ciated with headache in the workplace. J Occup Environ Med. 1997;39(4):320-7.

Hawkins K, Wang S, Rupnow M. Direct cost burden among insured US employees with mi- graine. Headache. 2008;48(4):553-63.

Lipton RB, Silberstein SD, Stewart WF. An update on the epidemiology of migraine. Heada- che. 1994;34(6):319-28.

Michel P, Dartigues JF, Lindoulsi A, Henry P. Loss of productivity and quality of life in mi- graine sufferers among French workers: results from the GAZEL cohort. Headache. 1997;37(2):71-8.

Mannix LK, Solomon GD, Kippes CM, Kunkel RS. Impact of headache education program in the workplace. Neurology. 1999;53(4):868-71.

Downloads

Publicado

2011-03-03

Como Citar

1.
Stuginski-Barbosa J, Speciali JG. Frequência de cefaleia em trabalhadores de uma empresa de borracha no Estado de São Paulo, Brasil. Sao Paulo Med J [Internet]. 3º de março de 2011 [citado 15º de outubro de 2025];129(2):66-72. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1575

Edição

Seção

Artigo Original