Anticorpos anti-Toxoplasma gondii em gestantes e seus neonatos na região de São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil

Autores

  • Cinara de Cássia Brandão de Mattos Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Lígia Cosentino Junqueira Franco Spegiorin Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Cristina da Silva Meira Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Thaís da Costa Silva Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Ana Iara da Costa Ferreira Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Fabiana Nakashima Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Vera Lúcia Pereira-Chioccola Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
  • Luiz Carlos de Mattos Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Palavras-chave:

Toxoplasma gondii, Testes sorológicos, Gravidez de alto risco, Diagnóstico pré-natal, Triagem neonatal

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVOS: A toxoplasmose, quando transmitida durante a gestação, pode causar graves sequelas em fetos e neonatos. Anticorpos maternos podem ser indicadores de risco ou de imunidade. O objetivo foi avaliar a positividade dos anticorpos das classes imunoglobulina M (IgM) e imunoglobulina G (IgG) anti-Toxoplasma gondii (anti-T. gondii), bem como a avidez de IgG em gestantes e seus neonatos. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal em ambulatório de gestação de alto risco. MÉTODOS: Anticorpos anti-T. gondii foram avaliados em amostras de soro de gestantes (n = 87) e seus respectivos neonatos (n = 87) com o uso dos métodos imunofluorescência indireta (IFI) (IgM e IgG), ensaio imunoenzimático (ELISA) (IgG) e avidez. RESULTADOS: Anticorpos anti-T. gondii foram identificados em 64,4% das amostras de soro das mães e seus bebês (56/87). Com exceção de duas amostras de soro materno (2,3%), todas as demais foram negativas anticorpos IgM anti-T. gondii determinado pela IFI. Os resultados mostraram que 92,9% das gestantes tinham índices elevados de avidez de IgG (> 30%) e 4 amostras apresentaram índices de avidez entre 16- 30%. Duas gestantes no terceiro trimestre da gravidez eram positivas IgM anti-T. gondii; seus bebês apresentaram índices de avidez entre 16 e 30%. Os índices de avidez dos soros dos outros 83 recém-nascidos foram semelhantes àqueles encontrados nas amostras maternas. CONCLUSÕES: Os resultados mostraram que 2% das gestantes estavam sob risco de transmissão de T. gondii durante o período gestacional. Estes dados parecem refletir a real situação da toxoplasmose gestacional na região noroeste do Estado de São Paulo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cinara de Cássia Brandão de Mattos, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MSc. Doctoral student in Health Sciences, Immunogenetics Laboratory, Department of Molecular Biology, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.

Lígia Cosentino Junqueira Franco Spegiorin, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MD, MSc. Doctoral student in Health Sciences, Department of Gynecology and Obstetrics, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), Hospital de Base, Fundação Faculdade Regional de Medicina (Funfarme), São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.

Cristina da Silva Meira, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MSc. Doctoral student in Sciences, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, Brazil.

Thaís da Costa Silva, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MSc. Doctoral student in Sciences, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, Brazil.

Ana Iara da Costa Ferreira, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MSc. Immunogenetics Laboratory, Department of Molecular Biology, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.

Fabiana Nakashima, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

MSc. Immunogenetics Laboratory, Department of Molecular Biology, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.

Vera Lúcia Pereira-Chioccola, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

PhD. Scientific Researcher, Laboratory of Molecular Biology of Parasites, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, Brazil.

Luiz Carlos de Mattos, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

PhD. Full Professor, Immunogenetics Laboratory, Department of Molecular Biology, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil.

Referências

Boothroyd JC. Toxoplasmosis. In: Moselio S. Encyclopedia of microbiology. 3rd ed. Oxford: Elservier; 2009. p.732-43.

Munoz M, Liesenfeld O, Heimesaat MM. Immunology of Toxoplasma gondii. Immunol Rev. 2011;240(1):269-85.

Hill D, Dubey JP. Toxoplasma gondii: transmission, diagnosis and prevention. Clin Microbiol Infect. 2002;8(10):634-40.

Kaye A. Toxoplasmosis: diagnosis, treatment, and prevention in congenitally exposed infants. Journal of Pediatric Health Care. Available from: http://www.jpedhc.org/article/S0891-5245(10)00095-7/abstract. Accessed in 2011 (Mar 18).

Dunn D, Wallon M, Peyron F, et al. Mother-to-child transmission of toxoplasmosis: risk estimates for clinical counselling. Lancet. 1999;353(9167):1829-33.

Raeber PA, Berger R, Biedermann K, et al. La prévention de la toxoplasmose congénitale en Suisse. Texte de consensus du Groupe de travail “Toxoplasmose congénitale” de l’Office fédéral de la santé publique [Prevention of congenital toxoplasmosis in Switzerland. Consensus report of the study group “Congenital toxoplasmosis” of the federal public health office]. Schweiz Med Wochenschr Suppl. 1995;65:113S-120S.

Hohlfeld P, Daffos F, Thulliez P, et al. Fetal toxoplasmosis: outcome of pregnancy and infant follow-up after in utero treatment. J Pediatr. 1989;115(5 Pt 1):765-9.

Romand S, Chosson M, Franck J, et al. Usefulness of quantitative polymerase chain reaction in amniotic fluid as early prognostic marker of fetal infection with Toxoplasma gondii. Am J Obstet Gynecol. 2004;190(3):797-802.

Peyron F, Lobry JR, Musset K, et al. Serotyping of Toxoplasma gondii in chronically infected pregnant women: predominance of type II in Europe and types I and III in Colombia (South America). Microbes Infect. 2006;8(9-10):2333-40.

Pappas G, Roussos N, Falagas ME. Toxoplasmosis snapshots: global status of Toxoplasma gondii seroprevalence and implications for pregnancy and congenital toxoplasmosis. Int J Parasitol. 2009;39(12):1385-94.

Avelino MM, Campos D Jr, Parada JB, Castro AM. Risk factors for Toxoplasma gondii infection in women of childbearing age. Braz J Infect Dis. 2004;8(2):164-74.

Carmo ACZ, Bottom SR, Fleck J, Beck ST. Importância do rastreamento pré-concepcional e pré-natal da infecção por T. gondii; prevalência sorológica em um hospital público [The importance of screening preconception and antenatal T. gondii infection serological prevalence in a public hospital]. Rev Bras Anal Clin. 2005;37(1):49-52.

Castilho-Pelloso MP, Falavigna DLM, Araújo SM, Falavigna-Guilherme AL. Monitoramento de gestantes com toxoplasmose em serviços públicosdesaúde[Monitoringofpregnantwomenwithtoxoplasmosis in public health services]. Rev Soc Bras Med Trop. 2005;38(6):532-3.

Reis MM, Tessaro MM, D’Azevedo PA. Toxoplasma-IgM and IgG-avidity in single samples from areas with a high infection rate can determine the risk of mother-to-child transmission. Rev Inst Med Trop São Paulo. 2006;48(2):93-8.

Carellos EVM, Andrade GMQ, Aguiar RALP. Avaliação da aplicação do protocolo de triagem pré-natal para toxoplasmose em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: estudo transversal em puérperas de duas maternidades [Evaluation of prenatal screening for toxoplasmosis in Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil: a cross-sectional study of postpartum women in two maternity hospitals]. Cad Saúde Pública

= Rep Public Health. 2008;24(2):391-401.

Lago EG, Carvalho RL, Jungblut R, Silva VB, Fiori RM. Screening for Toxoplasma gondii antibodies in 2,513 consecutive parturient women and evaluation of newborn infants at risk for congenital toxoplasmosis [Triagem para anticorposanti-Toxoplasma gondii em

513 parturientes consecutivas e avaliação dos recém-nascidos com risco de toxoplasmose congênita]. Sci Med. 2009;19(1):27-34.

LagoEG,NetoEC,MelamedJ,etal.Congenitaltoxoplasmosis:latepregnancy infections detected by neonatal screening and maternal serological testing at delivery. Paediatr Perinat Epidemiol. 2007;21(6):525-31.

Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto. Secretaria de Planejamento e Gestão Estratégica. Setor de Estudos Socieconômicos. Conjuntura Econômica de São José do Rio Preto 2009. Available from: http://www.riopreto.sp.gov.br/PortalGOV/do/subportais_ Show?c=146. Accessed in 2011 (Mar 4).

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico. Brasilia: Ministério da Saúde; 2005. Available from: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_puerperio_2006.pdf. Accessed in 2011 (Mar 4).

Mattos CCB, Cintra JR, Ferreira AIC, et al. Lack of association between ABO histo-blood groups, secretor and non-secretor phenotypes, and anti-Toxoplasma gondii antibodies among pregnant women from the northwestern region of Sao Paulo State, Brazil. Archives of Medical Science. 2008;4(3):254-8. Available from: http://www.termedia.pl/Journal/-19/Streszczenie-11195. Accessed in 2011 (Mar 4).

Meira CS, Costa-Silva TA, Vidal JE, et al. Use of the serum reactivity against Toxoplasma gondii excreted-secreted antigens in cerebral toxoplasmosis diagnosis in human immunodeficiency virus-infected patients. J Med Microbiol. 2008;57(Pt 7):845-50.

Colombo FA, Vidal JE, Penalva de Oliveira AC, et al. Diagnosis of cerebral toxoplasmosis in AIDS patients in Brazil: importance of molecular and immunological methods using peripheral blood samples. J Clin Microbiol. 2005;43(10):5044-7.

Gonçalves MA, Matos CCB, Spegiorin LC, et al. Seropositivity rates for toxoplasmosis, rubella, syphilis, cytomegalovirus, hepatitis and HIV among pregnant women receiving care at a public health service, São Paulo State, Brazil. Braz J Infect Dis. 2010;14(6):601-5.

Spalding SM, Amendoeira MRR, Klein CH, Ribeiro LC. Serological screening and toxoplasmosis exposure factors among pregnant women in South of Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2005;38(2):173-7.

Vaz AJ, Guerra EM, Ferratto LCC, Toledo LAS, Azevedo Neto RS. Sorologia positiva para sífilis, toxoplasmose e doença de Chagas em gestantes de primeira consulta em centros de sáude da área metropolitana, Brasil [Positive serology of syphilis, toxoplasmosis and Chagas’ disease in pregnant women in their first visit to state health centres in a metropolitan area, Brazil]. Rev Saúde Pública. 1990;24(5):373-9.

Cerqueira RL, Kawarabayashi M, Guimarães AC, et al. Santo Inácio revisited: protozoan diseases in an isolated village in northeastern Brazil after twenty years. Am J Trop Med Hyg. 1998;59(5):736-40.

Rey LC, Ramalho ILC. Seroprevalence of toxoplasmosis in Fortaleza, Ceara, Brazil. Rev Inst Med Trop São Paulo. 1999;41(3):171-4.

Figueiró-Filho EA, Senefonte FRA, Lopes AHA, et al. Freqüência das infecções pelo HIV-1, rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus, herpes simples, hepatite B, hepatite C, doença de Chagas e HTLV I/II em gestantes, do Estado do Mato Grosso do Sul [Frequency of HIV-1, rubella, syphilis, toxoplasmosis, cytomegalovirus, simple herpes virus, hepatitis B, hepatitis C, Chagas disease and HTLV I/II infection in pregnant women of State of Mato Grosso do Sul]. Rev Soc Bras Med Trop. 2007;40(2):181-7.

Figueiró-Filho EA, Nanni Junior C, Almeida GB, et al. Toxoplasmose aguda: revisão de métodos diagnósticos baseada em evidências e proposta de protocolo de seguimento durante a gestação [Acute toxoplasmosis: a review of diagnostic methods based in evidences and a proposal of management during pregnancy]. Femina. 2007;35(111):723-9.

Petersen E, Pollack A, Reiter-Owona I. Recent trends in research on congenital toxoplasmosis. Int J Parasitol. 2001;31(2):115-44.

Downloads

Publicado

2011-07-07

Como Citar

1.
Mattos C de CB de, Spegiorin LCJF, Meira C da S, Silva T da C, Ferreira AI da C, Nakashima F, Pereira-Chioccola VL, Mattos LC de. Anticorpos anti-Toxoplasma gondii em gestantes e seus neonatos na região de São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil. Sao Paulo Med J [Internet]. 7º de julho de 2011 [citado 10º de março de 2025];129(4):261-6. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1607

Edição

Seção

Breve Comunicado