Avaliação de tecnologias em saúde no Brasil

O que os atores do sistema de saúde pensam a respeito?

Autores

  • Marcos Bosi Ferraz Grupo Interdepartamental de Economia da Saúde, Centro Paulista de Economia da Saúde, Universidade Federal de São Paulo
  • Patricia Coelho de Soárez Grupo Interdepartamental de Economia da Saúde, Centro Paulista de Economia da Saúde, Universidade Federal de São Paulo
  • Paola Zucchi Grupo Interdepartamental de Economia da Saúde, Centro Paulista de Economia da Saúde, Universidade Federal de São Paulo

Palavras-chave:

Avaliação da tecnologia biomédica, Administradores de instituições de saúde, Tomada de decisões gerenciais, Administração de serviços de saúde, Política de saúde

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVOS: O processo de avaliação de tecnologias em saúde (ATS) tem sido desenvolvido localmente. O objetivo deste estudo foi descrever, analisar e comparar as opiniões dos participantes dos simpósios internacionais de economia da saúde sobre o processo de ATS utilizado no Brasil. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo observacional transversal, realizado nos Simpósios Internacionais de Economia da Saúde de 2006 e 2008, em São Paulo. MÉTODOS: Um questionário estruturado foi aplicado. A análise estatística calculou a distribuição percentual de cada categoria e comparou as variáveis com teste de hipóteses de proporções de duas amostras. RESULTADOS: Um total de 153 e 74 participantes responderam às pesquisas de 2006 e 2008, respectivamente. A taxa de resposta foi melhor na pesquisa de 2006 (67,1%) do que na pesquisa de 2008 (31,8%). A maioria dos entrevistados estava entre 30 e 49 anos e era composta de gestores do sistema de saúde. A maioria considerou o atual processo de ATS incompleto e incapaz de satisfazer as necessidades do sistema de saúde. Entrevistados mencionaram o governo, academia e especialistas como os três principais grupos de pessoas que deveriam estar envolvidos no processo, e eficiência/efetividade, segurança e relevância da doença como os três principais critérios a serem considerados no processo de ATS. Existe a tendência de desenvolvimento de um processo de ATS descentralizado e regionalizado com avaliações e decisões separadas para o sistema público e privado. CONCLUSÕES: O conceito ATS é conhecido. Os atores do sistema de saúde acham que o processo tem limitações metodológicas. Pesquisas adicionais são necessárias para acompanhar o processo de ATS e sua aplicação no Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Bosi Ferraz, Grupo Interdepartamental de Economia da Saúde, Centro Paulista de Economia da Saúde, Universidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Adjunct Professor, Department of Medicine, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM), São Paulo, Brazil.

Patricia Coelho de Soárez, Grupo Interdepartamental de Economia da Saúde, Centro Paulista de Economia da Saúde, Universidade Federal de São Paulo

DDS, MPH, PhD. Professor, Department of Preventive Medicine, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Paola Zucchi, Grupo Interdepartamental de Economia da Saúde, Centro Paulista de Economia da Saúde, Universidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Affiliated Professor, Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina, São Paulo, Brazil.

Referências

Banta HD, Luce BR. Health care technology and its assessment: an international perspective. New York: Oxford University Press; 1993.

Banta D, Jonsson E. History of HTA: Introduction. Int J Technol Assess Health Care. 2009;25 Suppl 1:1-6.

Banta D, Almeida RT. The development of health technology assessment in Brazil. Int J Technol Assess Health Care. 2009;25 Suppl 1:255-9.

Goldbaum M, Serruya SJ. O Ministério da Saúde e a política de ciência, tecnologia e inovação em saúde [The Brazilian Ministry of Health and science, technology, and innovation policy]. Cad Saude Publica = Rep Public Health. 2006;22(3):470-1.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência e Tecnologia. Insumos Estratégicos. Avaliação de Tecnologias em Saúde: institucionalização das ações no Ministério da Saúde [Health technology assessment: institutionalization of actions in the Brazilian Ministry of Health]. Rev Saude Publica = J Public Health. 2006;40(4):743-7.

Atallah AN. Evidence-based health technology assessments for the Brazilian National Health System (Sistema Único de Saúde, SUS) and for all. Sao Paulo Med J. 2009;127(2):59-60.

IATS. National Institute of Science and Technology for Health Technology Assessment. Mission. Available from: http://www.iats.com.br/eng/missao.php?id_cms_menu=2. Accessed in 2011 (Mar 22).

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Diretrizes metodológicas: estudos de avaliação econômica de tecnologias em saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2009.

Ministério da Saúde. Consolidação da área de avaliação de tecnologias em saúde no Brasil [Consolidation of health technology assessment in Brazil]. Rev Saude Publica = J Public Health. 2010;44(2):381-3.

Banta D. Health technology assessment in Latin America and the Caribbean. Int J Technol Assess Health care. 2009;25 Suppl 1:253-4.

Banta HD. Medical technology and developing countries: the case of Brazil. Int J Health Serv. 1986;16(3):363-73.

Lehoux P, Blume S. Technology assessment and the sociopolitics of health technologies. J Health Polit Policy Law. 2000;25(6):1083-120.

Pichon-Riviere A, Augustovski F, Rubinstein A, Martí SG, Sullivan SD, Drummond MF. Health technology assessment for resource allocation decisions: are key principles relevant for Latin America? Int J Technol Assess Health Care. 2010;26(4):421-7.

Poulsen PB, Hørder M. [Assessment of medical technology in practice]. Ugeskr Laeger. 1998;160(35):5041-4.

Neumann PJ. Lessons for health technology assessment: it is not only about the evidence. Value Health. 2009;12 Suppl 2:S45-8.

Drummond M, Sorenson C. Nasty or nice? A perspective on the use of health technology assessment in the United Kingdom. Value Health. 2009;12 Suppl 2:S8-13.

Hailey D. The history of health technology assessment in Australia. Int J Technol Assess Health Care. 2009;25 Suppl 1:61-7.

Menon D, Stafinski T. Health technology assessment in Canada: 20 years strong? Value Health. 2009;12 Suppl 2:S14-9.

Lehoux P, Hivon M, Denis JL, Tailliez S. Health Technology Assessment in the Canadian Health Policy Arena: Examining Relationships between Evaluators and Stakeholders. SAGE. 2008;14(3):295-321. Available from: http://evi.sagepub.com/cgi/content/abstract/14/3/295. Accessed in 2011 (Feb 18).

Organization for Economic Co-Operation and Development. OECD. Directorate for Science, Technologies and Industry. Health Technologies and Decision Making. Available from: http://www.oecd.org/document/55/0,3343,en_2649_34537_35589431_1_1_1_1,00.html. Accessed in 2011 (Fev 18).

Sorenson C, Drummond M, Kristensen FB, Busse R. How can the impact of health technology assessments be enhanced? World Health Organization on behalf of the European Observatory on Health Systems and Policies; 2008. Available from: http://www.euro.who.int/data/assets/pdf_file/0019/73225/E93420.pdf. Accessed in 2011 (Feb 18).

Drummond M, Banta D. Health technology assessment in the United Kingdom. Int J Technol Assess Health Care. 2009;25 Suppl 1:178-81.

Abelson J, Giacomini M, Lehoux P, Gauvin FP. Bringing ‘the public’ into health technology assessment and coverage policy decisions: from principles to practice. Health Policy. 2007;82(1):37-50.

Wild C, Gibis B. Evaluations of health interventions in social insurance- based countries: Germany, the Netherlands, and Austria. Health Policy. 2003;63(2):187-96

Downloads

Publicado

2011-07-07

Como Citar

1.
Ferraz MB, Soárez PC de, Zucchi P. Avaliação de tecnologias em saúde no Brasil: O que os atores do sistema de saúde pensam a respeito?. Sao Paulo Med J [Internet]. 7º de julho de 2011 [citado 10º de março de 2025];129(4):198-205. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1611

Edição

Seção

Artigo Original