Caracterização imunofenotípica das leucemias agudas em um centro oncológico de referência público no Maranhão, Nordeste do Brasil

Autores

  • Elda Pereira Noronha Universidade Federal do Maranhão and Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello
  • Heliana Trindade Marinho Universidade Federal do Maranhão and Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello
  • Erika Bárbara Abreu Fonseca Thomaz Universidade Federal do Maranhão and Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello
  • Cintia Assunção Silva Universidade Federal do Maranhão and Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello
  • Geni Lourdes Ramos Veras Universidade Federal do Maranhão and Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello
  • Raimundo Antônio Gomes Oliveira Universidade Federal do Maranhão and Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello

Palavras-chave:

Leucemia-linfoma linfoblástico de células precursoras, Leucemia mielóide aguda, Prevalência, Imunofenotipagem, Prognóstico

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVOS: A incidência dos subtipos de leucemias agudas (LA) tem mostrado variações em relação à distribuição geográfica. Objetivou-se determinar a incidência dos subtipos morfológicos e imunofenotípicos de LA no estado do Maranhão, Brasil, e relacionar a expressão de fenótipos aberrantes em crianças com leucemia linfoblástica aguda (LLA) com fatores prognósticos. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo de coorte único prospectivo em um centro oncológico de referência público no Maranhão. MÉTODOS: Diagnosticaram-se 70 casos de LA no período de setembro de 2008 a janeiro de 2010. No diagnóstico, realizaram-se hemogramas, mielogramas (no diagnóstico e ao final da fase de indução), citoquímica e imunofenotipagem. RESULTADOS: Nos pacientes adultos (n = 22), as incidências dos tipos de LA foram: LLA (22,7%) e leucemia mieloide aguda (LMA) (77,3%), sendo o subtipo LMA M0 mais frequente (29,4%). Em crianças (n = 48): LMA (18,7%), subtipo LMA M4 mais frequente (33,4%), leucemia bifenotípica aguda (BAL) (4,2%) e LLA (77,1%), sendo os subtipos LLA-B (72,9%) e LLA-T (27,1%). Na LLA, em crianças, não se encontrou diferença estatisticamente significante entre pacientes com e sem fenótipos aberrantes, em relação aos parâmetros hematológicos e resposta ao tratamento. CONCLUSÃO: Esta pesquisa demonstra elevada frequência de casos de LMA M0 em adultos, bem como das LLA-T em crianças no Maranhão, sugerindo que podem haver diferenças na incidência dos subtipos das LMA, assim como dos subtipos de LLA, em diferentes regiões do Brasil. Não foi encontrada associação entre a expressão de fenótipos aberrantes e fatores prognósticos em crianças com LLA.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elda Pereira Noronha, Universidade Federal do Maranhão and Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello

MSc. Pharmacist in the Masters’ degree program on Mother and Child Health, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), and Clinical Research Center, University Hospital, UFMA, São Luís, Maranhão, Brazil.

Heliana Trindade Marinho, Universidade Federal do Maranhão and Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello

MSc. Pharmacist in the Masters’ degree program on Mother and Child Health, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), and Clinical Research Center, University Hospital, UFMA, São Luís, Maranhão, Brazil.

Erika Bárbara Abreu Fonseca Thomaz, Universidade Federal do Maranhão and Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello

PhD. Professor, Department of Public Health, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luís, Maranhão, Brazil.

Cintia Assunção Silva, Universidade Federal do Maranhão and Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello

MD. Pediatric Oncologist, Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello (IMOAB), São Luís, Maranhão, Brazil.

Geni Lourdes Ramos Veras, Universidade Federal do Maranhão and Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello

MSc. Pediatric Oncologist, Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello (IMOAB), São Luís, Maranhão, Brazil.

Raimundo Antônio Gomes Oliveira, Universidade Federal do Maranhão and Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello

PhD. Professor, Department of Pharmacy, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), and Pharmacist, Clinical Research Center, University Hospital, UFMA, São Luís, Maranhão, Brazil.

Referências

McCulloch EA. Stem cells in normal and leukemic hemopoiesis (Henry Stratton Lecture, 1982). Blood. 1983;62(1):1-13.

Onciu M. Acute lymphoblastic leukemia. Hematol Oncol Clin North Am. 2009;23(4):655-74.

Pui CH, Relling MV, Downing JR. Acute lymphoblastic leukemia. N Engl J Med. 2004;350(15):1535-48.

Killick S, Matutes E, Powles RL, et al. Outcome of biphenotypic acute leukemia. Haematologica. 1999;84(8):699-706.

Lee PS, Lin CN, Liu C, Huang CT, Hwang WS. Acute leukemia with myeloid, B-, and natural killer cell differentiation. Arch Pathol Lab Med. 2003;127(2):E93-5.

Bene MC, Castoldi G, Knapp W, et al. Proposals for the immunological classification of acute leukemias. European Group for the Immunological Characterization of Leukemias (EGIL). Leukemia. 1995;9(10):1783-6.

The value of c-kit in the diagnosis of biphenotypic acute leukemia. EGIL (European Group for the Immunological Classification of Leukaemias). Leukemia. 1998;12(12):2038.

Bhushan B, Chauhan PS, Saluja S, et al. Aberrant phenotypes in childhood and adult acute leukemia and its association with adverse prognostic factors and clinical outcome. Clin Exp Med. 2010; 10(1):33-40.

Szczepański T, van der Velden VH, van Dongen JJ. Classification systems for acute and chronic leukaemias. Best Pract Res Clin Haematol. 2003;16(4):561-82.

Craig FE, Foon KA. Flow cytometric immunophenotyping for hematologic neoplasms. Blood. 2008;111(8):3941-67.

Jaffe ES, Harris NL, Stein H, Vardiman JW. Pathology and genetics of tumours of haematopoietic and lymphoid tissues. Lyon: World Health Organization/IARC Press; 2001.

Groves FD, Linet MS, Devesa SS. Patterns of occurrence of the leukaemias. Eur J Cancer. 1995;31A(6):941-9.

Pombo-de-Oliveira MS, Cordoba JC, Alencar DM, et al. Biological diversity variations of pediatric acute leukemia in Brazil: contribution of immunophenotypic profiles to epidemiological studies. Rev Bras Hematol Hemoter. 2005;27(1):21-6.

Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT, et al. Proposals for the classification of the acute leukaemias. French-American-British (FAB) co-operative group. Br J Haematol. 1976;33(4):451-8.

Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT, et al. Proposed revised criteria for the classification of acute myeloid leukemia. A report of the French-American-British Cooperative Group. Ann Intern Med. 1985;103(4):620-5.

Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT, et al. Proposal for the recognition of minimally differentiated acute myeloid leukaemia (AML-MO). Br J Haematol. 1991;78(3):325-9.

oncopediatria.org. Protocolo GBTLI LLA-99. Objetivos. Available from: http://www.oncopediatria.org.br/portal/artigos/profissionais/protocolos/lla99.jsp. Acessed in 2011 (Apr 6).

Rego MFN, Pinheiro, GS, Metze K, Lorand-Metze I. Acute leukemias in Piauí: comparison with features observed in other regions of Brazil. Braz J Med Biol Res = Rev Bras Pesqui M D Biol. 2003;36(3):331-7.

Knox-Macaulay HH, Brown LC. Descriptive epidemiology of de novo acute leukaemia in the Sultanate of Oman. Leuk Res. 2000; 24(7):589-94.

Leite EP, Muniz MTC, Azevedo ACAC, et al. Fatores prognósticos em crianças e adolescentes com Leucemia Linfóide Aguda [Prognostic factors in children and adolescents with Acute Lymphoblastic Leukemia]. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2007;7(4):413-21.

Rego EM, Garcia AB, Viana SR, Falcão RP. Characterization of acute lymphoblastic leukemia subtypes in Brazilian patients. Leuk Res. 1996;20(4):349-55.

Pombo de Oliveira MS, Koifman S, Vasconcelos GM, et al. Development and perspective of current Brazilian studies on the epidemiology of childhood leukemia. Blood Cells Mol Dis. 2009;42(2):121-5.

Bachir F, Bennani S, Lahjouji A, et al. Characterization of acute lymphoblastic leukemia subtypes in moroccan children. Int J Pediatr. 2009;2009:674801.

Rajalekshmy KR, Abitha AR, Pramila R, Gnanasagar T, Shanta V. Immunophenotypic analysis of T-cell acute lymphoblastic leukaemia in Madras, India. Leuk Res. 1997;21(2):119-24.

Paes CA, Viana MB, Freire RV, et al. Direct association of socio-economic status with T-cell acute lymphoblastic leukaemia in children. Leuk Res. 2003;27(9):789-94.

Barreto FA, Manso CA, França JM, Maros PF, Santos A. Relatório de Pesquisa no 6. Quais os estados brasileiros que obtiveram os melhores desempenhos? Fortaleza: Universidade Federal do Ceará; 2009. Available from: http://www.caen.ufc.br/~lep/relatorios/rp6.pdf. Acessed in 2011 (Apr 29).

Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Estudos e Pesquisas. Informação Demográfica e Socioeconômica. Síntese de Indicadores Sociais. Uma análise das condições de vida da população brasileira 2010. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2010. Available from: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf. Acessed in 2011 (Apr 29).

Estey E, Döhner H. Acute myeloid leukaemia. Lancet. 2006; 368(9550):1894-907.

Chang H, Salma F, Yi QL, et al. Prognostic relevance of immunophenotyping in 379 patients with acute myeloid leukemia. Leuk Res. 2004;28(1):43-8.

Al-Mawali A, Gillis D, Hissaria P, Lewis I. Incidence, sensitivity, and specificity of leukemia-associated phenotypes in acute myeloid leukemia using specific five-color multiparameter flow cytometry. Am J Clin Pathol. 2008;129(6):934-45.

Pulcheri W, Spector N, Nucci M, et al. The treatment of acute myeloid leukemia in Brazil: progress and obstacles. Haematologica. 1995;80(2):130-5.

Bittencourt R, Fogliato L, Daudt L, et al. Leucemia Mielóide Agura: perfil de duas décadas do Serviço de Hematologia do Hospital das Clínicas de Porto Alegre - RS [Acute Myelogenous Leukemia: two decades overview - Hematology Service Hospital de Clínicas de Porto Alegre – RS]. Rev Bras Hematol Hemoter. 2003;25(1):17-24.

Zanichelli MA, Cristófani LM, Almeida MTA, Maluf Júnior PT, Odone Filho V. Perspectivas para a leucemia mielóide aguda na infância após a observação de um grupo de pacientes tratados convencionalmente [Pediatric acute myeloid leukemia outcomes after conventional treatment]. Rev Bras Hematol Hemoter. 2006;28(4):246-52.

Viana MB, Cunha KCCMS, Ramos G, Murao M. Leucemia mielóide aguda na criança: experiência de 15 anos em uma única instituição [Acute myeloid leukemia in childhood: a fifteen-year experience in a single institution]. J Pediatr (Rio J). 2003;79(6):489-96.

Creutzig U, Harbott J, Sperling C, et al. Clinical significance of surface antigen expression in children with acute myeloid leukemia: results of study AML-BFM-87. Blood. 1995;86(8):3097-108.

Kotylo PK, Seo IS, Smith FO, et al. Flow cytometric immunophenotypic characterization of pediatric and adult minimally differentiated acute myeloid leukemia (AML-M0). Am J Clin Pathol. 2000;113(2):193-200.

Callera F, Mulin CC, Rosa ES, Melo DB, Melo CM. High prevalence of morphological subtype FAB M1 in adults with de novo acute myeloid leukemia in São José dos Campos, São Paulo. Sao Paulo Med J. 2006;124(1):45-7.

Suárez L, Vidriales MB, García-Laraña J, et al. CD34+ cells from acute myeloid leukemia, myelodysplastic syndromes, and normal bone marrow display different apoptosis and drug resistance-associated phenotypes. Clin Cancer Res. 2004;10(22):7599-606.

Kaleem Z, Crawford E, Pathan MH, et al. Flow cytometric analysis of acute leukemias. Diagnostic utility and critical analysis of data. Arch Pathol Lab Med. 2003;127(1):42-8.

Putti MC, Rondelli R, Cocito MG, et al. Expression of myeloid markers lacks prognostic impact in children treated for acute lymphoblastic leukemia: Italian experience in AIEOP-ALL 88-91 studies. Blood. 1998;92(3):795-801.

Den Boer ML, Kapaun P, Pieters R, et al. Myeloid antigen co-expression in childhood acute lymphoblastic leukaemia: relationship with in vitro drug resistance. Br J Haematol. 1999;105(4):876-82.

Abdelhaleem M. Frequent but nonrandom expression of myeloid markers on de novo childhood acute lymphoblastic leukemia. Exp Mol Pathol. 2007;83(1):138-41.

Zheng J, Wang X, Hu Y, et al. A correlation study of immunophenotypic, cytogenetic, and clinical features of 180 AML patients in China. Cytometry B Clin Cytom. 2008;74(1):25-9.

Pui CH, Behm FG, Singh B, et al. Myeloid-associated antigen expression lacks prognostic value in childhood acute lymphoblastic leukemia treated with intensive multiagent chemotherapy. Blood. 1990;75(1):198-202.

Riley RS, Massey D, Jackson-Cook C, Idowu M, Romagnoli G. Immunophenotypic analysis of acute lymphocytic leukemia. Hematol Oncol Clin North Am. 2002;16(2):245-99, v.

Downloads

Publicado

2011-11-11

Como Citar

1.
Noronha EP, Marinho HT, Thomaz EBAF, Silva CA, Veras GLR, Oliveira RAG. Caracterização imunofenotípica das leucemias agudas em um centro oncológico de referência público no Maranhão, Nordeste do Brasil. Sao Paulo Med J [Internet]. 11º de novembro de 2011 [citado 29º de setembro de 2025];129(6):392-401. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1635

Edição

Seção

Artigo Original