Infecção do trato urinário e cateter vesical de demora

um estudo prospectivo em cirurgia ginecológica com antibioticoprofilaxia

Autores

  • José Carlos Carraro-Eduardo Universidade Federal Fluminense
  • Daniela da Silva Alves Universidade Federal Fluminense
  • Ingrid Ellis Hinden Universidade Federal Fluminense
  • Ivan Penaloza Toledano Universidade Federal Fluminense
  • Sarah Gomes Freitas Universidade Federal Fluminense
  • Pedro Juan José Mondino Universidade Federal Fluminense
  • José Rodrigo de Moraes Universidade Federal Fluminense
  • Carlos Augusto Faria Universidade Federal Fluminense

Palavras-chave:

Infecções urinárias, Bacteriuria, Cateterismo urinário, Antibioticoprofilaxia, Procedimentos cirúrgicos em ginecologia

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVOS: As infecções urinárias são a causa mais comum de infecções hospitalares, e o uso de cateteres de demora é fator predisponente para o seu desenvolvimento. Os objetivos deste estudo foram estimar a frequência de bacteriúria pré e pós-operatória, identificar os germes encontrados, a conta-gem de unidades formadoras de colônias e o perfil de sensibilidade aos antibióticos, além de comparar os resultados dos exames de urina pré- e pós-operatórios em mulheres submetidas a cirurgias ginecológicas com cateterismo vesical. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo epidemiológico, observacional, de coorte única, prospectivo, não controlado, realizado em hospital universitário. MÉTODOS: Amostras de urina foram colhidas antes da cateterização e após 24 horas para urinálise, cultura e antibiograma. Os resultados da urinálise no pré- e pós-operatório foram comparados utilizando-se os testes não paramétricos de Wilcoxon e McNemar. RESULTADOS: Participaram do estudo 51 mulheres. Houve crescimento de Escherichia coli em seis amostras pré-operatórias (11,8%) e de Klebsiella pneumoniae em uma (1,9%), mas não houve crescimen-to bacteriano em nenhuma amostra pós-operatória. A urinálise mostrou menor quantidade de piócitos na amostra de urina pós-cirúrgica (P < 0,05). Não houve diferença quanto ao número de hemácias e às reações para nitrito e leucocitesterase, entre as amostras. CONCLUSÃO: Houve bacteriúria em 13,7% das amostras pré-operatórias, sendo identificadas bactérias Gram-negativas sensíveis à maioria dos antibióticos. Não foi observado crescimento bacteriano nas amos-tras pós-operatórias. A urinálise mostrou somente redução significativa da leucocitúria no pós-operatório.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Carlos Carraro-Eduardo, Universidade Federal Fluminense

MD, MSc, PhD. Associate Professor, Department of Internal Medicine, School of Medicine, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, Rio de Janeiro, Brazil.

Daniela da Silva Alves, Universidade Federal Fluminense

Undergraduate Medical Student, Department of Internal Medicine, School of Medicine, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, Rio de Janeiro, Brazil.

Ingrid Ellis Hinden, Universidade Federal Fluminense

Undergraduate Medical Student, Department of Internal Medicine, School of Medicine, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, Rio de Janeiro, Brazil.

Ivan Penaloza Toledano, Universidade Federal Fluminense

Undergraduate Medical Student, Department of Internal Medicine, School of Medicine, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, Rio de Janeiro, Brazil.

Sarah Gomes Freitas, Universidade Federal Fluminense

Undergraduate Medical Student, Department of Internal Medicine, School of Medicine, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, Rio de Janeiro, Brazil.

Pedro Juan José Mondino, Universidade Federal Fluminense

MD, MSc. Adjunct Professor, Department of Pathology, School of Medicine, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, Rio de Janeiro, Brazil. 

José Rodrigo de Moraes, Universidade Federal Fluminense

MSc, PhD. Adjunct Professor, Statistics Department, Institute of Mathematics and Statistics, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, Rio de Janeiro, Brazil.

Carlos Augusto Faria, Universidade Federal Fluminense

MD. Adjunct Professor, Mother-Child Department, School of Medicine, Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, Rio de Janeiro, Brazil.

Referências

Smyth ET, McIlvenny G, Enstone JE, et al. Four country healthcare associated infection prevalence survey 2006: overview of the results. J Hosp Infect. 2008;69(3):230-48.

Stamm AMNF, Coutinho MSSA. Infecção do trato urinário relacionada ao cateter vesical de demora: incidência e fatores de risco [Urinary tract infection with indwelling bladder catheter: incidence and risk factors]. Rev Assoc Med Bras (1992). 1999;45(1):27-33.

Chang R, Greene MT, Chenoweth CE, et al. Epidemiology of hospital-acquired urinary tract-related bloodstream infection at a university hospital. Infect Control Hosp Epidemiol. 2011;32(11):1127-9.

Ghafourian S, Sekawi Z, Neela V, et al. Incidence of extended-spectrum beta-lactamase-producing Klebsiella pneumoniae in patients with urinary tract infection. Sao Paulo Med J. 2012;130(1):37-43.

Guggenbichler JP, Assadian O, Boeswald M, Kramer A. Incidence and clinical implication of nosocomial infections associated with implantable biomaterials – catheters, ventilator-associated pneumonia, urinary tract infections. GMS Krankenhaushyg Interdiszip. 2011;6(1):Doc 18.

Nero DC, Lipp MJ, Callahan MA. The financial impact of hospital-acquired conditions. J Health Care Finance. 2012;38(3):40-9.

Bowater RJ, Stirling SA, Lilford RJ. Is antibiotic prophylaxis in surgery a generally effective intervention? Testing a generic hypothesis over a set of meta-analyses. Ann Surg. 2009;249(4):551-6.

Hooton TM, Bradley SF, Cardenas DD, et al. Diagnosis, prevention, and treatment of catheter-associated urinary tract infection in adults: 2009 International Clinical Practice Guidelines from the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2010;50(5):625-63.

de Oliveira LC, Lucon AM, Nahas WC, Ianhez LE, Arap S. Catheter-associated urinary infection in kidney post-transplant patients. Sao Paulo Med J. 2001;119(5)165-8.

Tambyah PA, Maki DG. Catheter-associated urinary tract infection is rarely symptomatic: a prospective study of 1,497 catheterized patients. Arch Intern Med. 2000;160(5):678-82.

Nicolle LE. Asymptomatic bacteriuria: review and discussion of the IDSA guidelines. Int J Antimicrob Agents. 2006;28 Suppl 1:S42-8.

Nicolle LE, Bradley S, Colgan R, et al. Infectious Diseases Society of America guidelines for the diagnosis and treatment of asymptomatic bacteriuria in adults. Clin Infect Dis. 2005;40(5):643-54.

dos Santos JC, Weber LP, Perez LR. Evaluation of urinalysis parameters to predict urinary-tract infection. Braz J Infect Dis. 2007;11(5):479-81.

Yoshida CS, Irie MMT, Pádua RAF, et al. Análise do desempenho da prova de nitritos das tiras reativas de urina para triagem de infecção bacteriana do trato urinário. [Analysis of the acting of the test of nitrite of the test strip of urine for screen of the urinary tract bacterial infection]. Revista Brasileira de Análises Clínicas. 2006;38(4):255-8. Available from: http:// sbac.org.br/rbac/005/65.pdf. Accessed in 2015 (Jan 8).

Lusardi G, Lipp A, Shaw C. Antibiotic prophylaxis for short-term catheter bladder drainage in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2013;7: CD005428.

Souza Neto JL, Oliveira FV, Kobaz AK, et al. Infecção do trato urinário relacionada com a utilização do catéter vesical de demora: resultados da bacteriúria e da microbiota estudadas [Urinary tract infection related to the use of catheter-delay bladder: results of bacteriuria and microbiota studied]. Rev Col Bras Cir. 2008;35(1):28-33.

Hinrichsen SCA, Souza ASR, Amorim MMR, Hinrichsen MGML, Hinrichsen SL. Fatores associados à bacteriúria após sondagem vesical na cirurgia ginecológica [Factors associated with bacteriuria after indwelling urethral catheterization in gynecologic surgery]. Rev Assoc Med Bras (1992). 2009;55(2):181-7.

Downloads

Publicado

2015-11-11

Como Citar

1.
Carraro-Eduardo JC, Alves D da S, Hinden IE, Toledano IP, Freitas SG, Mondino PJJ, Moraes JR de, Faria CA. Infecção do trato urinário e cateter vesical de demora: um estudo prospectivo em cirurgia ginecológica com antibioticoprofilaxia. Sao Paulo Med J [Internet]. 11º de novembro de 2015 [citado 10º de março de 2025];133(6):517-20. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1685

Edição

Seção

Breve Comunicado