Estudo de coorte dos fatores associados à sobrevivência pós-parada cardiorrespiratória

Autores

  • Cássia Regina Vancini-Campanharo Universidade Federal de São Paulo
  • Rodrigo Luiz Vancini Universidade Federal do Espírito Santo
  • Claudio Andre Barbosa de Lira Universidade Federal de Goiás
  • Marília dos Santos Andrade Universidade Federal de São Paulo
  • Aécio Flávio Teixeira de Góis Universidade Federal de São Paulo
  • Álvaro Nagib Atallah niversidade Federal de São Paulo

Palavras-chave:

Parada cardíaca, Ressuscitação cardiopulmonar, Análise de sobrevida, Serviços médicos de emergência, Epidemiologia

Resumo

CONTEXTO E OBJETIVO: A parada cardiorrespiratória é comum e, mesmo com tratamentos de emergên-cia eficientes, associa-se a prognósticos ruins. A identificação de fatores preditores de sobrevivência após ressuscitação cardiopulmonar pode fornecer informações importantes para equipe de saúde e familiares. O objetivo deste estudo foi identificar fatores associados à sobrevivência, após um ano de seguimento, de pacientes atendidos em parada cardiorrespiratória. DESENHO E LOCAL: Estudo de coorte prospectivo realizado no serviço de emergência de um hospital universitário. MÉTODOS: O critério de inclusão foi o atendimento de paciente em parada cardiorrespiratória no serviço de emergência (n = 285). Os dados foram coletados por meio do modelo In-hospital Utstein Style. Para ve-rificar quais variáveis associaram-se à sobrevida, utilizou-se regressão de Cox (nível de significância 95%). RESULTADOS: Após um ano, a sobrevida foi baixa. Dos pacientes atendidos, 39,6% tiveram retorno da circulação espontânea, 18,6% sobreviveram até as primeiras 24 horas, sendo que, destes, 5,6% obtiveram alta hospitalar e 4,5% permaneceram vivos após um ano de seguimento. Pacientes com atividade elétrica sem pulso apresentaram duas vezes menos chances de sobreviver que aqueles com fibrilação ventricular. Nos pacientes com assistolia, as taxas de sobrevida foram 3,5 menores quando comparados aos com atividade elétrica sem pulso. CONCLUSÕES: O ritmo cardíaco inicial foi o fator preditor que melhor explicou a sobrevida. O ritmo de atividade elétrica sem pulso associou-se a menor sobrevida quando comparado a fibrilação ventricular, enquanto o ritmo de assistolia relacionou-se a ainda menor sobrevivência em relação à atividade elétrica sem pulso.

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Biografia do Autor

Cássia Regina Vancini-Campanharo, Universidade Federal de São Paulo

BSc. Doctoral Student, Escola Paulista de Enfermagem (EPE), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, São Paulo, Brazil.

Rodrigo Luiz Vancini, Universidade Federal do Espírito Santo

PhD. Associate Professor, Sports and Physical Education Center, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, Espírito Santo, Brazil

Claudio Andre Barbosa de Lira, Universidade Federal de Goiás

PhD. Associate Professor, Human Physiology and Exercise Sector, School of Physical Education, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brazil

Marília dos Santos Andrade, Universidade Federal de São Paulo

PhD. Associate Professor, Department of Physiology, Universidade Federal de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brazil.

Aécio Flávio Teixeira de Góis, Universidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Associate Professor, Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brazil

Álvaro Nagib Atallah, niversidade Federal de São Paulo

MD, PhD. Associate Professor, Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brazil

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Publicado

2015-11-11

Como Citar

1.
Vancini-Campanharo CR, Vancini RL, Lira CAB de, Andrade M dos S, Góis AFT de, Atallah Álvaro N. Estudo de coorte dos fatores associados à sobrevivência pós-parada cardiorrespiratória. Sao Paulo Med J [Internet]. 11º de novembro de 2015 [citado 9º de março de 2025];133(6):495-501. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1711

Edição

Seção

Artigo Original