Complicação urológica após enxerto aorto-ilíaco

relato de caso e revisão de literatura

Autores

  • Leonardo Lima Borges Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Fábio César Miranda Torricelli Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Gustavo Xavier Ebaid Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Antônio Marmo Lucon Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Miguel Srougi Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Ureter, Obstrução ureteral, Rim, Hidronefrose, Prótese vascular

Resumo

INTRODUÇÃO: Estenose ureteral e ureterohidronefrose podem ser sérias complicações da cirurgia reconstrutiva aorto-femoral ou aorto-ilíaca. RELATO DE CASO: Uma paciente de 62 anos apresentou-se referindo história de dor lombar a esquerda há seis meses. Ela era fumante, portadora de hipertensão arterial crônica leve e arterite de Takayasu. Havia sido submetida a três intervenções vasculares. Em dois procedimentos o uso de prótese de Dacron foi necessário. Uma urografia excretora revelou moderada ureterohidronefrose à esquerda e falha de enchimento no ureter próximo ao cruzamento dos vasos ilíacos. Esse achado era compatível com uma estenose ureteral e o enxerto aorto-ilíaco poderia ser a causa do processo inflamatório. A paciente foi submetida a laparotomia, que evidenciou a relação entre estenose ureteral e a prótese vascular. Ureterectomia segmentar e uretroplastia término-terminal com o ureter passando anteriormente à prótese foram realizadas. Não ocorreram complicações. Os períodos de pós-operatório precoce e tardio transcorreram sem intercorrências. A paciente evoluiu bem e uma nova urografia excretora apresenta-se normal. Concluímos que ureterohidronefrose sintomática após enxerto aorto-ilíaco é uma complicação real e precisa ser rapidamente diagnosticada e tratada pelo urologista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Leonardo Lima Borges, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD. Resident, Department of Urology, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Fábio César Miranda Torricelli, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD. Resident, Department of Urology, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Gustavo Xavier Ebaid, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD. Urological surgeon, Department of Urology, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Antônio Marmo Lucon, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Urological surgeon, Department of Urology, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Miguel Srougi, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

MD, PhD. Full professor and chairman, Department of Urology, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil.

Referências

Wright DJ, Ernst CB, Evans JR, et al. Ureteral complications and aortoiliac reconstruction. J Vasc Surg. 1990;11(1):29-35; discussion 35-7.

Jacobson ME, Masto GJ, Berkas EM. Aortic grafts. Ureteral obstruction as a late complication of abdominal aneurysm resection. J Kans Med Soc. 1962;63:516-8.

Pavlica P, Viglietta G, Barozzi L, Piraccini A, Stasi G. Ostruzione ureterale secondaria ad in- terventi di by-pass aorto-femorale [Ureteral obstruction secondary to aortofemoral bypass]. Radiol Med. 1988;75(6):643-6.

Gil-Salom M, Martinez-León J, Maldonado L, et al. Obstructive uropathy following aortofemo- ral graft surgery. Urol Int. 1991;46(1):39-42.

Frusha JD, Porter JA, Batson RC. Hydronephrosis following aorto-femoral bypass grafts. J Cardiovasc Surg (Torino). 1982;23(5):371-7.

Heard G, Hinde G. Hydronephrosis complicating aortic reconstruction. Br J Surg.. 1975;62(5):344-7.

Schubart P, Fortner G, Cummings D, et al. The significance of hydronephrosis after aortofe- moral reconstruction. Arch Surg. 1985;120(3):377-81.

Goldenberg SL, Gordon PB, Cooperberg PL, McLoughlin MG. Early hydronephrosis following aortic bifurcation graft surgery: a prospective study. J Urol. 1988;140(6):1367-9.

Daune B, Batt M, Hassen-Khodja R, et al. Hydronephrosis after aortofemoral bypass graft. A prospective study. J Cardiovasc Surg (Torino). 1991;32(4):447-50.

Henriksen LO, Mejdahl S, Petersen F, Tøonnesen KH, Holstein PE. The incidence of ureteral obstruction secondary to aorto-femoral bypass surgery. A prospective study. Eur J Vasc Surg. 1988;2(6):417-8.

Sant GR, Heaney JA, Parkhurst EC, Blaivas JG. Obstructive uropathy--a potentially serious complication of reconstructive vascular surgery. J Urol. 1983;129(1):16-22.

Schapira HE, Li R, Gribetz M, Wulfsohn MA, Brendler H. Ureteral injuries during vascular surgery. J Urol. 1981;125(3):293-7.

Downloads

Publicado

2010-05-05

Como Citar

1.
Borges LL, Torricelli FCM, Ebaid GX, Lucon AM, Srougi M. Complicação urológica após enxerto aorto-ilíaco: relato de caso e revisão de literatura. Sao Paulo Med J [Internet]. 5º de maio de 2010 [citado 19º de março de 2025];128(3):174-6. Disponível em: https://periodicosapm.emnuvens.com.br/spmj/article/view/1788

Edição

Seção

Relato de Caso